Dilma pede divulgação da íntegra da delação, "sem vazamentos seletivos"

Do UOL, em São Paulo

A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), afirmou na noite desta terça-feira, em entrevista ao "SBT", que solicitará aos órgãos responsáveis a divulgação de todos os detalhes da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, delator do esquema de corrupção na Petrobras, e do ex-diretor da empresa, Paulo Roberto Costa, para evitar, o que ela considera, "vazamentos seletivos". Ela também afirmou, na "TV Bandeirantes", que está pronta a ajudar o governo de São Paulo caso a crise de falta de água se intensifique.

Dilma disse ver com tranquilidade "quantas CPIs quiserem instaurar" e repetiu que "doa a quem doer", não ficará pedra sobre "pedra sobre pedra" nessa investigação.

A presidente afirmou que é total interesse do governo saber o que aconteceu na estatal e que ela vai se empenhar pessoalmente em acompanhar as investigações sobre o caso.

Dilma admite possibilidade de reforma política 

Para ela, toda eleição implica em uma divisão, mas é preciso pressupor que por trás dessa divisão existe um conjunto de posições de pessoas que querem o bem do país. "Não acredito que ninguém queira um futuro pior para o Brasil. A abertura para o diálogo é essencial. O diálogo em de abranger a maior parte dos setores organizados que se dispuserem a isso. Inclui aqueles que foram adversários no processo eleitoral", disse.

Dilma defendeu ainda a reforma política, mas que não sabe como vai ser. "É muito difícil que não tenha uma consulta popular", disse ela. "Todos defendem uma consulta popular. Seja ela na forma de referendo ou plebiscito. Eles desaguam em uma Assembleia Constituinte. Acho muito difícil não ser uma discussão interativa".

Falta d'água em São Paulo

A presidente disse ainda que pode agir em parceria com o governo de São Paulo para a realização de obras de combate à falta de água no Estado, desde que a gestão tucana do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tome a iniciativa.

"Sabemos que há um diagnóstico sobre a situação da segurança hídrica de São Paulo. Investimentos que deveriam ter sido feitos e não foram", afirmou a petista.

Veja a íntegra da entrevista de Dilma ao SBT

Discurso

Em seu pronunciamento após a vitória, Dilma afirmou não acreditar que o Brasil esteja dividido após as eleições. Ela se disse aberta ao diálogo e que a reeleição é um voto de esperança na melhoria de um governo. A exemplo do que ocorreu após os protestos de junho de 2013, Dilma voltou a falar em plebiscito pela reforma política.

Dilma obteve 51,64% dos votos e Aécio, 48,36%. A diferença de votos foi de 3,4 milhões. Essa foi a menor em um segundo turno desde a redemocratização.

Antes disso, a disputa mais apertada foi em 1989, quando Fernando Collor de Mello (então no PRN) venceu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por 4 milhões de votos. Na época, Collor teve 53,03% contra 46,97% de Lula.

Assista à íntegra do discurso de reeleição de Dilma

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