O senador eleito José Serra (PSDB-SP) disse neste domingo (26) que a oposição ao novo governo de Dilma Rousseff (PT) será "sem contemplações", mas não vai se basear no "quanto pior melhor". Serra afirmou que o partido fará a oposição que "o Brasil deseja".

Ele estava ao lado de Aécio Neves (PSDB) durante discurso do candidato tucano derrotado na corrida ao Planalto feito em um hotel da região central de Belo Horizonte.

"O PSDB fará a oposição que o Brasil deseja. Uma oposição firme, que não vai ter nenhuma contemplação com as lambanças, com a corrupção, com a falta de decência e com a falta de rumo do governo", afirmou.

Serra considerou a campanha deste ano como a "pior" em termos de ataques.

"Eu acho que a de 2010 foi pior que a de 1989. Mas essa foi pior que a de 2010. Não vamos esquecer a de 2006, que teve a questão dos aloprados [nome pelo qual ficaram conhecidos os envolvidos em uma suposta compra de dossiê que conteria denúncias contra os tucanos]. A de 2010 teve invasão de privacidade, calúnias, ataques à família.  Essa foi pior ainda. Basta fazer um balanço", afirmou.

Questionado sobre o que teria dado errado na campanha de Aécio Neves, o recém-eleito senador ironizou. "O que deu errado? A Dilma teve mais um pouco de votos do que o Aécio. Dois por cento é uma coisa tão pequena."

Em seguida, Serra afirmou que "desvios viraram métodos de governo", na administração petista.

"A oposição tem que atuar sem contemplações para corrigir todos os desvios que viraram métodos de governo no Brasil. A corrupção, lambanças, loteamento político, estagnação da economia, inflação e deterioração da situação externa do Brasil, disse.

Serra disse que a governabilidade petista não se atém somente ao número de votos.

"A governabilidade não é um problema de votos. É um problema que eles têm muita inépcia e transformaram coisas escusas em método de governo", afirmou.