Aécio Neves deve liderar oposição a Dilma no Congresso

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/TV Globo

    O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu a disputa presidencial para Dilma Rousseff (PT)

    O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que perdeu a disputa presidencial para Dilma Rousseff (PT)

Derrotado por Dilma Rousseff (PT) na disputa deste domingo (26), Aécio Neves (PSDB) deve ser o líder da oposição ao governo no Congresso. Senador por Minas Gerais, com mandato até 2019, e presidente nacional do PSDB, o tucano deve reforçar bandeiras oposicionistas nos próximos quatro anos.

Apesar de não ter conseguido se eleger, Aécio sai da eleição politicamente mais forte. O senador teve o melhor resultado do PSDB em eleições presidenciais desde 2002. Com 48% dos votos, o tucano superou o desempenho de José Serra e Geraldo Alckmin, candidatos em pleitos anteriores, que conseguiram 39% dos votos no segundo turno das disputas.

Mais do que o resultado nas urnas, Aécio tem importantes diferenças em relação aos postulantes anteriores. Grande parte do PSDB mostra-se contrariada com a excessiva centralização do poder no eixo paulista peessedebista.

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Desde 1989, com Mário Covas, os tucanos tiveram alguém que construiu carreira política em São Paulo como candidato à Presidência. Aécio almejava a disputa presidencial já em 2010, mas, na ocasião, Serra foi o escolhido pela agremiação.

A candidatura de Aécio também marcou posição ao defender o legado de Fernando Henrique Cardoso e expor publicamente o ex-presidente, posição diferente da que tiveram Alckmin e Serra quando foram candidatos.

Em recente entrevista, o ex-presidente elogiou a lealdade de Aécio, mas poupou críticas a Serra e Alckmin, ao afirmar que "não adianta dizer as coisas que as pessoas não querem ouvir".

Rescaldos da "batalha"

As cicatrizes da dura campanha eleitoral também devem estimular Aécio a ser o represente do antipetismo e fortalecer plataformas oposicionistas. Especialmente durante o segundo turno, a disputa misturou ataques pessoais à desconstrução de propostas.

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A campanha petista trouxe à tona, por exemplo, o fato de Aécio ter se recusado a fazer o exame do bafômetro em uma blitz da Lei Seca, em 2011. A alta temperatura dos debates também serviu de arma ao marketing do PT, que acusou, em peças publicitárias, o tucano de ser agressivo com as mulheres.

 

O ex-presidente Lula, principal cabo eleitoral de Dilma, também bateu forte no candidato do PSDB, a quem chamou de "filhinho de papai" e "candidato dos banqueiros" durante comício na semana passada.

Já no primeiro turno, os ataques à então candidata Marina ajudaram a costurar o apoio do PSB a Aécio neste segundo turno. O deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), vice na chapa de Marina, chegou a afirmar, após o primeiro turno, que não esqueceria de "calúnias e vilanias" criadas durante a campanha.

Campanha presidencial 2014
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