Fui 'excessivamente generosa', diz Dilma sobre elogio a Aécio

Leandro Prazeres

Do UOL, em São Paulo

  • Carlos Moraes/ Agência O Dia/ Estadão Conteúdo

    Candidato do PMDB ao governo do Rio, Luiz Fernando Pezão, com a candidata à reeleição à Presidência, Dilma Rousseff (PT)

    Candidato do PMDB ao governo do Rio, Luiz Fernando Pezão, com a candidata à reeleição à Presidência, Dilma Rousseff (PT)

A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), disse que foi "excessivamente generosa" ao classificar o candidato advérsário, Aécio Neves (PSDB), como um dos "melhores governadores do país". O elogio de Dilma a Aécio é veiculado em peças de propaganda da campanha tucana.

Questionada sobre o que a levou a fazer os elogios ao tucano, Dilma respondeu atribuindo as declarações à sua "generosidade".

"Eu era generosa. Muito generosa. Eu diria excessivamente generosa. Eu fiquei bastante crítica porque a gente conhece as pessoas. Acaba conhecendo. Infelizmente", disse a candidata.

Campanha presidencial 2014
Campanha presidencial 2014

As declarações de Dilma foram feitas durante entrevista coletiva realizada em um hotel em São Paulo na tarde desta segunda-feira (20). Este foi o terceiro evento de uma série de cinco que a candidata terá nesta segunda-feira (20).

Mais cedo, Dilma esteve no Rio de Janeiro onde se participou de atos de campanha dos candidatos adversários ao governo do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e Marcelo Crivella (PRB).

Crise hídrica

A candidata reagiu à declaração do candidato Aécio Neves (PSDB) de que a falta de parceria entre o governo do Estado de São Paulo e a União agravou a crise hídrica.

"Qualquer tentativa de transferir a responsabildiade para o governo Federal, nós olharemos com grande estranheza. Não acredito que as estruturas do governo do Estado podem atribuir a nós qualquer responsabiidade ou omissão de ajuda", afirmou Dilma. 

Questionada sobre a declaração do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que afirmou que a presidente havia prometido a desoneração fiscal das empresas de abastecimento de água e saneamento, mas não cumpriu, Dilma reagiu dizendo que a medida não teria impacto na crise de abastecimento de São Paulo.

"Isso não faz uma vírgula na questão da água porque se fizesse, o Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, a Bahia estavam com problema de abastecimento e não estão. Isso é a chamada parte da questão que não é verdade", disse a presidente.
Política econômica

Política econômica

Dilma voltou a criticar o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que disse, em entrevista, que caso Aécio Neves fosse eleito, ele acabaria com o regime de "swap" cambial operado pelo Banco Central.

Dilma disse que Armínio não é "extremamente credenciado" para falar sobre política cambial. A swap cambial é uma ferramenta usada pelo BC diariamente que funcionam como venda de dólares no mercado futuro. A prática influencia no preço da moeda à vista.

"Eu não acho que o Armínio Fraga seja uma pessoa extremamente credenciada pra falar de câmbio se você for ver a retrospectiva dele. Eu tenho claresza que houve um momento em que o Brasil saiu de R$ 1 para US$ 1, para um US$ 1 para R$ 4. Isso levou a uma situação muito dífícil para as empresas", disse

Dilma referindo-se maxidesvalorização do Real ocorrida em 1999. Fraga, porém, ainda não havia sido nomeado como presidente do Banco Central na época. 

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