Na TV, Dilma explora confrontos entre Marina e Aécio para "azedar" encontro

Do UOL, em São Paulo

  • Nelson Almeida/AFP

    O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, e a candidata derrotada no primeiro turno Marina Silva (PSB) se encontraram durante a manhã desta sexta-feira, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista

    O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, e a candidata derrotada no primeiro turno Marina Silva (PSB) se encontraram durante a manhã desta sexta-feira, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista

A campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) utilizou nesta sexta-feira (17), nos programas de rádio e TV, trechos com divergências de opiniões entre Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno das eleições.

Os petistas mostraram ambiguidades entre ambos no dia em que os dois apareceram pela primeira vez, juntos, em um evento político em São Paulo. No início da semana, Marina anunciou que apoiaria Aécio Neves no segundo turno das eleições.

Nesta manhã, Aécio explicou os fundamentos de sua união com a ex-adversária: "Este é o encontro da boa política e da boa postura diante do desafio que temos pela frente". "Este é um encontro histórico para a política brasileira", disse ele.

Após terminar a eleição em terceiro lugar, Marina Silva anunciou apoio à candidatura do tucano no domingo passado. Ao ler o documento de apoio, Marina comparou Aécio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
 
"Ao final da presidência de Fernando Henrique Cardoso [1995-2002], a sociedade brasileira demonstrou que queria a alternância de poder, mas não a perda da estabilidade econômica. E isso foi inequivocamente acatado pelo então candidato da oposição, Lula, num reconhecimento do mérito de seu antecessor", leu a ex-senadora, que foi ministra do Meio-Ambiente no governo petista.
 
Durante a campanha, o clima amistoso do encontro desta sexta-feira nem sempre esteve presente entre ambos. Veja algumas discussões entre os dois durante a campanha.

Aécio questionou "nova política" de Marina durante debate

Duas semanas após a morte de Eduardo Campos (PSB), no primeiro debate televisivo entre os candidatos no primeiro turno, Aécio Neves não poupou Marina Silva, que acabara de entrar na disputa presidencial.
 
Na ocasião, ele questionou a "nova política" que Marina propunha. O tucano fez críticas a Marina por ela se negar a subir no palanque "de um dos políticos mais íntegros do país", o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) que disputava a reeleição.
 
Em São Paulo, o PSB de Marina havia indicado Márcio França para compor a chapa de Alckmin, como candidato a vice-governador."Essa nova política não precisa de uma boa dose de coerência", afirmou Aécio. 
 

Marina diz que PSDB de Aécio entrou na disputa com "cheiro de derrota"

Faltando cinco meses para a eleição, em maio, a ex-senadora Marina Silva afirmou que o PSDB de Aécio Neves já entrava na disputa com o "cheiro da derrota", em um eventual segundo turno. Na ocasião, ela afirmou que seu companheiro de chapa, Eduardo Campos (PSB), seria o único capaz de impedir a reeleição de Dilma Rousseff (PT).

Marina disse que polarização entre PT e PSDB "precisa acabar"

Em resposta, Marina disse que a polarização entre PT e PSDB dividiu o país e precisava acabar.
 
"Defender a nova política é combater a velha polarização que há vinte anos tem se constituído num verdadeiro atraso. A polarização PT x PSDB já deu o que tinha que dar. Quando disse que não ia subir em palanques que não havia antes acordado com o saudoso Eduardo Campos, mantive a coerência porque não queria favorecer partidos da polarização".

Candidata do PSB criticou gestão de Aécio na educação

No mesmo debate, Marina fez críticas à gestão de Aécio Neves durante o governo de Minas Gerais, principalmente por esquecer o Vale do Jequitinhonha, região considerada a mais pobre do Estado. Ali, segundo ela, professores vivem na penúria. "
 
Aécio citou tudo colorido em seu Estado. Mas não incluiu em Minas o Vale do Jequitinhonha, que os professores reclamam de seus salários e os alunos sofrem", disse ela. Aécio respondeu que os professores ganham mal no país inteiro. "Investimos três vezes mais per capita no Jequitinhonha do que nas regiões mais ricas do Estado".

Tucano disse que Marina era "metamorfose ambulante"

Cinco dias depois, atrás de Dilma e de Marina nas pesquisas eleitorais, Aécio desmentiu boatos de que renunciaria à sua candidatura e definiu Marina Silva como uma "metamorfose ambulante". Na mesma data, acusou a candidata de plagiar o Programa Nacional de Direitos Humanos lançado em 2002 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Tucano e pessebista se atacaram no Twitter

Em setembro, pelo Twitter, ambos se provocaram. Marina abriu a sessão dizendo que Aécio tentava desconstruir a sua imagem, assim como o PT também fazia.
 
"O Aécio está agora fazendo o mesmo trabalho de desconstrução que o PT faz sobre mim. Com os mesmos argumentos usados contra Lula", postou a então candidata do PSB.
 
Aécio respondeu: "Marina passou mais de 20 anos no PT. Isso não deveria ofendê-la. É sua trajetória política. Eu me orgulho da minha". Pouco depois conclui: "Na verdade, estou fazendo o debate político. Fundamental para a democracia. Não desconstruindo sua imagem".

Reeleição

No último debate da Rede Globo, Marina Silva criticou Aécio por não ser contra a reeleição. O candidato tucano acusou a postulante do PSB de tentar acomodar aliados políticos derrotados em cargos públicos. Marina Silva disse que Aécio "se uniu ao PT para desconstruí-la".

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