Bancada do PMDB pró-Aécio na Câmara critica propaganda de Dilma

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

O líder da bancada do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), afirmou nesta terça-feira (14) que parte dos recém-eleitos do partido está insatisfeita e reclamou de uma propaganda eleitoral de Dilma Rousseff (PT), veiculada em 9 de outubro, que diz que a presidente vai contar com o apoio de todos os peemedebistas no Congresso Nacional. Metade da bancada eleita do PMDB -- 33 deputados -- é a favor da eleição do candidato Aécio Neves (PSDB) no segundo turno.

"Nós não vamos tomar nenhuma decisão como bancada que vá confrontar a decisão convenção nacional, mas houve uma reclamação de parte da bancada, a parte que apoia a candidatura de Aécio Neves que não se sentiu contemplada na medida que a propaganda eleitoral da reeleição da presidente Dilma falava numa bancada que apoia contando entre seus 304 os 66 eleitos do PMDB, quando a metade não a estão apoiando. Então, eles estão de uma certa forma insurgindo contra essa propaganda eleitoral", declarou o líder do PMDB.

Cunha disse, no entanto, que a bancada não tomará nenhuma ação contra a propaganda. "É um processo político e é uma queixa política. De uma certa forma quando você expressa politicamente isso você está tornando a propaganda inverossímil."

O PMDB decidiu, com uma votação apertada, em convenção nacional do partido em junho manter a aliança com o PT firmada em 2010 e o apoio à reeleição de Dilma, mantendo como vice Michel Temer (PMDB). Foram apurados 398 votos para manter a aliança (59% do total), contra 275 que queriam a ruptura com o PT.

Meses antes da convenção, alguns membros do PMDB ameaçaram romper a aliança com o PT. Esses dissidentes lideraram na Câmara dos Deputados uma rebelião contra o Palácio do Planalto e dificultaram votações de interesse do governo federal. Para o grupo dissidente na Câmara, o governo Dilma não incluiu o PMDB em decisões importantes do país. Houve também discordância sobre a postura do PT por priorizar candidaturas próprias em alguns Estados.

"Há uma divisão clara na bancada do PMDB, onde a metade apoia a reeleição da presidente Dilma e a outra metade apoia a candidatura presidencial de Aécio Neves. Essa divisão é salutar, é conhecida da direção do partido, ficou clara durante a Convenção Nacional, já que a Convenção Nacional não teve maioria absoluta", disse Cunha. "[Após a convenção], houve uma liberação daqueles que não queriam apoiar a candidatura da presidente Dilma."

O líder do PMDB negou que esteja surgindo uma nova onda de insatisfação na bancada contra Dilma. Segundo Cunha, o descontentamento com a presidente já existia antes. "Essa parte da bancada que não apoia a reeleição da presidente Dilma já não apoiava no primeiro turno mesmo quando o Aécio sequer tinha condição de ir, uma parte até apoiava a candidatura de Marina aqui. E o PMDB não está de uma certa  mudando de posição, estamos apenas refletindo aquilo que já existia, então quem era contra continuou contra e quem era a favor continuou a favor."

"Essa parte da bancada que não apoia a reeleição da presidente Dilma já não apoiava no primeiro turno mesmo quando o Aécio sequer tinha condição de ir, uma parte até apoiava a candidatura de Marina aqui. E o PMDB não está de uma certa  mudando de posição, estamos apenas refletindo aquilo que já existia, então quem era contra continuou contra e quem era a favor continuou a favor", completou.

Cunha não quis se posicionar pessoalmente sobre o apoio ao segundo turno. "A minha posição, na medida que eu tenho uma bancada estritamente dividida, é de ficar exatamente em cima do muro. Ou seja, sem declinar a minha posição pessoal, visto que eu sou líder de todos, qualquer posição que eu tomar seria uma tendência a uma divisão, eu não quero ser aquele que dá a tendência à divisão.

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