Dilma: 'Vou continuar escolhendo entre os melhores da Petrobras'

Do UOL, em São Paulo

  • Divulgação/RedeTV!

    A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), concedeu entrevista à Rede TV!

    A candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), concedeu entrevista à Rede TV!

Em entrevista à Rede TV! na noite desta quinta-feira (11), a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, afirmou que vai manter seus critérios de escolha da diretoria da Petrobras no caso de um segundo mandato.

Questionada sobre a continuidade das indicações políticas para a estatal, alvo de denúncias de corrupção, ela respondeu que o ex-diretor Paulo Roberto Costa "era funcionário de carreira, foi alto funcionário no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também.

Os melhores quadros da Petrobras transitam de um governo pra outro. Eu vou continuar escolhendo entre os melhores quadros da Petrobras".

Investigado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, que apura esquema bilionário de lavagem de dinheiro, Paulo Roberto Costa é ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, cargo que ocupou entre 2004 e 2012.

Ele foi preso em março deste ano por tentar ocultar provas que o incriminariam. Solto em maio, foi preso novamente em junho e fez um acordo de delação premiada com a PF em agosto, o que possibilitaria redução de sua pena em caso de condenação.

Em depoimentos gravados feitos à polícia, ele cita, segundo a revista Veja, ao menos 25 deputados federais, seis senadores, três governadores, um ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos (PT, PMDB e PP), que teriam recebido propina de 3% do valor dos contratos da estatal. 

Segundo a presidente, não há como proteger qualquer processo de seleção da corrupção. "Ele (Costa) percorreu uma carreira dentro da Petrobras. Nos espantou que um desses quadros cometesse esses delitos. Esse senhor não veio de fora da Petrobras", ressaltou Dilma.

Ela também respondeu à declaração da adversária Marina Silva (PSB), com quem Dilma disputaria um segundo turno de acordo com as pesquisas de opinião de voto, de que "não se pode confiar em um partido que coloca, por 12 anos, um diretor para assaltar a Petrobras".

"Repudio de forma absoluta essa fala. Desses anos a que ela se refere, ela passou oito na base do governo. O PT deu as condições para a vida pública que Marina tem hoje", disse. 

Ela criticou ainda que se façam pré-julgamentos com base nas denúncias da revista. "É muito grave tomar posição com base só no que diz uma revista", afirmou Dilma. "Os dados não são oficiais, dizem que os dados estavam criptografados e guardados num cofre. É muito estranho uma revista saber e a presidente da República não saber o que está acontecendo". Ela disse ainda que pediu a apuração do vazamento do depoimento.

Ataques a Marina

Sobre o tom de sua campanha contra a adversária Marina Silva (PSB), com quem disputaria um segundo turno de acordo com as pesquisas de opinião de voto, Dilma afirmou que todo candidato à Presidência tem "o direito e o dever de discutir posicionamentos" e que o debate é de "altíssimo nível":

"Não há nenhuma acusação que não esteja no programa de governo dela". Mas aproveitou para criticar a suposta mudança de posição de Marina sobre temas polêmicos, como o pré-sal. "Eu sinto muito se num dia ela diz isso, se ela muda, aí não é uma questão de estar exagerando (nos ataques). A candidata sempre defendeu a autonomia do Banco Central. Tem que ver se ela vai mudar, porque ela muda sistematicamente". 

A campanha de Dilma também tem feito ataques constantes a Marina, afirmando que a candidata "irá reduzir a prioridade do pré-sal" e a acusando de querer ceder poder aos bancos e tirar da população, em alusão à proposta da adversária de dar autonomia ao Banco Central.

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