Marina diz que PT colocou diretor para assaltar a Petrobras

Do UOL, em São Paulo

A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) voltou a criticar o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, sua adversária na disputa pelo Planalto. Segundo a candidata, o PT colocou um diretor para "assaltar a Petrobras".

A declaração, dada durante sabatina ao jornal "O Globo" nesta quinta-feira (11), é uma referência a Paulo Roberto Costa, ex-funcionário da estatal e que está preso por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.

Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, participa de um acordo de delação premiada e, segundo a revista "Veja", disse que políticos do PMDB, PP, PT e PSB receberam propina de fornecedores da estatal.

"As pessoas não podem confiar em um partido que coloca por 12 anos uma pessoa para assaltar os cofres da Petrobras", disse Marina, que se enganou ao citar a duração de Costa na estatal - ele foi diretor por oito anos.

"Espero que os partidos sejam renovados. Criamos uma anomalia no Brasil, que é a classe política. Não existe classe política, os políticos são colhidos nas diferentes classes e segmentos. Quando se transformam uma classe, perdem a legitimidade", acrescentou Marina, que foi senadora e ministra pelo PT.

Em entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" no começo da semana, Dilma disse que desconhecia qualquer suposto esquema de corrupção na Petrobras.

Marina já havia feito críticas sobre o caso. Há três dias, ela disse que o governo federal manteve uma "quadrilha que está acabando com a Petrobras". A candidata do PSB, no entanto, disse que Dilma tem "responsabilidades políticas". "Eu não seria leviana em dizer que ela tem responsabilidade direta pessoalmente", afirmou, na ocasião.

A campanha de Dilma também tem feitos ataques constantes a Marina, afirmando que a candidata "irá reduzir a prioridade do pré-sal" e a acusando de querer ceder poder aos bancos e tirar da população, em alusão à proposta da adversária dar autonomia ao Banco Central.

Aliança do PSB com Alckmin

Depois de defender José Serra, a quem disse tê-la ajudado quando ambos eram senadores e estavam em lados opostos - ela no PT e ele no PSDB -, Marina afirmou ter "muitas diferenças" de pensamento em relação a Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo e candidato à reeleição.

A candidata do PSB fez críticas ao governador por causa da crise de abastecimento de água que afeta o Estado paulista. "O PSDB está há 20 anos em São Paulo e estamos vivendo uma das piores crises de abastecimento de água. Foram desmontados os comitês de bacia, todo o processo virtuoso que nós tínhamos", afirmou. E diferenciou "racionalização" de "racionamento".

Marina, no entanto, não citou e nem foi perguntada sobre a participação de Márcio França, seu companheiro de PSB, na chapa tucana que disputa a reeleição em São Paulo - França é vice de Alckmin na coligação.

Economia

Questionada sobre economia, Marina negou que esteja escondendo do eleitor "más notícias" para o setor, que estariam previstas para 2015. Segundo Marina, é possível fazer as correções necessárias, preservando um cenário positivo. Ela disse que pretende diminuir a inflação e convergir para uma meta de inflação mais baixa até 2018, sem necessariamente subir juros.

"Hoje estamos dando a boa notícia de que é possível fazer as duas coisas", afirmou. Genericamente, declarou que é possível recuperar credibilidade no ambiente econômico e promover uma correção de rumo.

Marina voltou a defender que os recursos necessários para suas principais propostas para saúde, segurança e educação serão equacionados a partir de um olhar de "prioridade". Questionada sobre o equilíbrio das contas, ela defendeu que os gastos nessas áreas estratégicas são, na verdade, investimentos.

"Gastos com saúde são uma forma de melhorar a vida das pessoas para que possam trabalhar mais e melhor", disse, em relação a gerar ganhos de produtividade.

Religião

Evangélica, a presidenciável disse que não precisa "negar sua fé" para chegar ao Planalto e alegou que, em sua carreira política e como senadora, não apoiou iniciativas religiosas.

"Tenho 16 anos como senadora. Verifiquem quando usei meu espaço como senadora para promover qualquer coisa contra o Estado laico", desafiou. Marina argumentou também que não faz perguntas aos seus adversários do ponto de vista religioso, pois não seria "honesto" instrumentalizar sua fé. (Com A Tarde)

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