Leia e veja a íntegra do debate UOL/SBT/Folha/Jovem Pan

Do UOL, em São Paulo

  • Junior Lago/UOL

Veja a íntegra e leia a transcrição integral do que disseram os candidatos no  debate entre os presidenciáveis realizado nesta segunda-feira (1/9) por UOL, SBT, Folha de S.Paulo e rádio Jovem Pan.

Primeiro bloco: Dilma questiona Marina sobre promessas

Segundo bloco: Marina diz não satanizar quem defende aborto

Terceiro Bloco: Aécio diz que Dilma repete promessa

Quarto bloco: considerações finais


Dilma Rousseff pergunta para Marina Silva

Vou perguntar para a candidata Marina. Candidata, a senhora diz que vai antecipar 10% do PIB para educação, R$ 70 bilhões. Dez por cento da receita bruta para a saúde, R$ 40 bilhões. Passe livre estudantil, R$ 14 bilhões. Mais dinheiro para os municípios, R$ 9 bilhões, e várias outras promessas. Todas essas suas promessas dão R$ 140 bilhões. De onde a senhora vai arranjar o dinheiro para cobri-las?

Marina Silva responde a Dilma
Em primeiro lugar não são promessas, são compromissos. E esses compromissos serão assumidos a partir dos esforços que iremos fazer, em primeiro lugar para que o nosso país volte a ter eficiência no gasto público. Hoje nós temos um desperdício muito grande dos recursos públicos, inclusive em projetos que estão desencontrados.

Uma outra coisa que nós vamos fazer para conseguir os recursos é fazer com que o nosso orçamento possa ser acrescido a partir da eficiência que teremos em relação aos tributos, que são recolhidos da sociedade. A sociedade paga muito alto para que as escolhas que são feitas sejam sempre feitas na direção errada.

Geralmente, quando é para subsidiar o juro dos bancos, as pessoas, como dizia Eduardo Campos, não ficam preocupadas em saber de onde veio o dinheiro, mas quando se trata de dizer que se vai tirar 10% para a educação, para que os nossos jovens tenham igualdade de oportunidades, quando se diz que vai ter o passe livre, para que eles possam ter acesso a escola, ao divertimento, aí vem essa pergunta. O que nós vamos fazer é as escolhas corretas e não manter as escolhas erradas como vem sendo feito

Réplica de Dilma Rousseff
Candidata, quero dizer que a senhora falou, falou mas não respondeu a pergunta de onde vem o dinheiro. Quem governa tem de responder como vai fazer, não basta se comprometer ou prometer. O montante prometido pela senhora, em todas essas promessas equivale a quase tudo o que se gasta em saúde e educação, e olha que nós triplicamos os valores que investimos em educação e quase duplicamos os valores investidos em saúde, apesar de termos perdido a CPMF.

Então, candidata, é incrível que a senhora abandone um dinheiro garantido e seguro, decorrente da exploração do pré-sal para ser investido na educação e saúde, equivalente a R$ 1 trilhão

Tréplica de Marina Silva
O dinheiro do pré-sal, candidata, já está assegurado, e nós vamos fazer sim o bom uso dos recursos do pré-sal, inclusive antecipando a meta em relação à educação de tempo integral e a educação integral. O pré-sal deve ser explorado. E nós vamos combinar com outras fontes de geração de energia, priorizando as duas coisas.

O pensamento da ideia cartesiana de governo só consegue olhar para uma alternativa, nesse momento o mundo caminha na direção de ter várias alternativas. O uso do petróleo como forma de viabilizar os meios para o desenvolvimento tecnológico e o conhecimento, e a busca de novas fontes de geração de emprego e renda para a nossa população continuar avançando

Eduardo Jorge pergunta para Dilma Rousseff
No outro debate eu trouxe temas para o Brasil muito importantes relativos à saúde e à violência. Quero trazer uma outra questão dessa área que considero essencial, que é a situação dos presídios. É um quadro dantesco, parece que estamos no campo de concentração nazista ou das ditaduras socialistas do século passado. Presidenta, como é que doze anos de governo do PT nós colhemos algo tão terrível como essa barbárie?

Dilma Rousseff responde a Eduardo Jorge
Olha, eu concordo com você, viu, Eduardo. Eu acho que a situação das penitenciárias no Brasil é uma barbárie. Por isso, o Governo Federal colocou à disposição dos governos estaduais um bilhão de reais para que se financie modificações, novas penitenciárias. Há uma série de problemas.

Os governos estaduais têm encontrado dificuldades em instalar essas penitenciárias, uma vez que os municípios muitas vezes não querem ter uma penitenciária no seu território. Agora, o meu governo, investiu em Segurança Pública R$ 17,6 milhões e isso é o dobro do que foi gasto em governos anteriores, como os quatro anos do governo tucano. Estou propondo mudar a constituição para que o Governo Federal possa junto com os governos estaduais atuar na garantia da Segurança Pública. Uma Segurança Pública fragmentada só interessa ao crime organizado que atua coordenadamente em todo o território nacional.

E nós pretendemos adotar o modelo que foi de muito sucesso que foi a integração das polícias estaduais, federais com apoio das forças armadas em centros de comando e controle para justamente reprimir o tráfico de drogas, o tráfico de armas, nas nossas fronteiras. Já fazemos isso com a operação das fronteiras, com a operação sentinela e a operação Agata.

Réplica de Eduardo Jorge
Estão errados quando insistem nessa estratégia de guerra às drogas fracassadas, que é o motivo de transformar as penitenciárias em verdadeira panela de pressão controlada pelo crime. Outro problema é o erro do investimento, estadual ou federal. Não adianta pôr a culpa no governo estadual.

O erro é você só investir na privação da liberdade, não investir no semiaberto, no aberto, de forma rigorosa para aumentar a capacidade de reintegração, porque há uma reincidência. Outra coisa importante é a situação dos presos provisórios, 40% dos 700 mil presos brasileiros são presos provisórios, não foram julgados, ficam lá meses sem serem julgados.

Tréplica de Dilma Rousseff
Olha, Eduardo Jorge, eu acredito que de fato nós temos de mudar toda a estratégia penitenciária, recuperar preso é algo absolutamente imprescindível. Por exemplo, nós temos de criar linhas de educação especialmente para recuperar presos. O Pronatec terá uma parcela dele se destinará a formar e recuperar presos.

No que se refere a presos sem culpa que estão nas prisões, nós temos de acelerar todos os processos penais que hoje evitam que o preso saia. Muitas vezes ele sequer tem defesa e nem sabe qual é a pena que ele tem. Então eu acredito que uma política agressiva no que se refere à recuperação de presos é algo essencial para o Brasil.

Luciana Genro pergunta para Aécio Neves
Candidato Aécio, o Fernando Henrique criou o fator previdenciário e desvinculou o reajuste dos aposentados com o salário mínimo, inclusive chegou a chamar os aposentados de vagabundos na época. O PT, que foi contra essa política, quando era oposição, depois que chegou ao poder manteve essa injustiça. Essa maldade contra os aposentados é uma política que te unifica com o PT?

Aécio Neves responde a Luciana Genro
Cara candidata, eu agradeço a pergunta mas repito o que disse no último debate, não sou o presidente Fernando Henrique, lamentavelmente. Agora é importante, candidata, que nós reconheçamos o caminho que percorremos para chegar até aqui. A senhora certamente concordará comigo que o Brasil de hoje é um Brasil melhor do que era há quinze ou vinte anos atrás, e este Brasil veio sendo construído com a responsabilidade e o trabalho de vários homens públicos e de vários partidos.

Eu tenho a capacidade de reconhecer isso. Mas é preciso que fique aqui muito claro, eu acho que a senhora não discordara de mim, se não tivesse havido o governo do presidente Fernando Henrique, que tinha uma grande prioridade, que era a estabilidade da moeda, esse sim o maior programa de transferência de renda da nossa história contemporânea outros avanços não teriam vindo. O governo do presidente Fernando Henrique pode não ter acertado em tudo e certamente não acertou mas ele foi crucial, foi o último grande governo reformulador que nós tivemos nas últimas décadas no Brasil.

Em relação aos aposentados, foi sim criado naquele instante o fator previdenciário e estamos discutindo com o sindicato dos aposentados brasileiros formas de garantir um reajuste mais digno que garanta o poder de compra dessa categoria essencial ao desenvolvimento do país até aqui e que vem vendo realmente seu salário perder poder de compra. Já apresentamos uma proposta de incluir, além do reajuste já estabelecido, também um reajuste a mais, com a base no aumento médio da, de uma cesta de medicamentos que certamente atenderia aos aposentados brasileiros.

Réplica de Luciana Genro
A proposta do PSDB são migalhas para os aposentados. Eles não vão acabar com o fator previdenciário, e nem desfazer essa desvinculação entre o reajuste do salário mínimo e as aposentadorias. Nem o Aécio, nem a Dilma, nem a Marina. Porque os três privilegiam os interesses dos bancos, os interesses dos milionários, em detrimento dos interesses da maioria do povo.

O PSOL defende o fim do fator previdenciário, e a vinculação do reajuste dos aposentados com salário mínimo. É inaceitável que o cidadão se aposente ganhando três salários mínimos e em poucos anos esteja ganhando apenas um. É preciso valorizar aqueles que trabalharam pelo Brasil.

Tréplica de Aécio Neves
O que nós vamos fazer, candidata, e já demonstramos que temos capacidade para isso, em primeiro lugar é controlar a inflação que corroi o salário dos aposentados e de todos os trabalhadores brasileiros e fazer o Brasil voltar a crescer. Isso é essencial para que o próprio reajuste do salário mínimo que o meu partido propõe, seja estendido até o ano de 2019, possa acontecer de forma a apresentar algum ganho ao trabalhador.

O aumento real do salário mínimo para o ano de 2016 já está precificado. Isso significa que em 2016, pelo absoluto descontrole do atual governo na condução da nossa política econômica que leva o Brasil a um processo de recessão, praticamente não haverá aumento real do salário mínimo. Nós vamos fazer com que o Brasil volte a crescer, gerar empregos de boa qualidade e preservá-los do impacto inflacionário.

Aécio Neves pergunta para Eduardo Jorge
Eu pergunto ao candidato Eduardo Jorge. Caro candidato, nós ouvimos no último debate, estávamos todos lá, a candidata oficial, dizendo que não via problema com a inflação, até porque ela estava nos mesmos índices, nos mesmos patamares dos últimos nove anos. De lá para cá, na última sexta-feira, nós brasileiros tivemos uma péssima notícia, o Brasil está em recessão técnica. O senhor acha, candidato, que o atual governo fracassou na continuação da política do país depois de doze anos?

Eduardo Jorge responde a Aécio Neves
Sim, e esse é o legado que vai ser deixado para que vai sucedo elo. No nosso ponto de vista do PV, ao contrário da maioria dos candidatos aqui, os três do G 3, nós não concordamos que esse controle da inflação tenha que ser feito pela bolsa Selic. A bolsa Selic é aquele juro altíssimo que é garantido aos dez grandes bancos, para manter o rentismo bem remunerado, enquanto os trabalhadores têm escassez de recursos, a ideia do PV é baixar a taxa Selic até chegar ao nível civilizado de outros países da inflação, é assim que é em outros países, isso vai obrigar os bancos concorrerem para buscar o crédito nosso, porque hoje os créditos ao consumidor no Brasil são campeões mundiais.

Nós perdemos a Copa, mas essa Copa de campeão mundial de juros que os bancos nos cobram, se eu vou comprar bicicleta eu pago duas, porque eles estão confortavelmente sustentados pela Selic. Com esse dinheiro que vai fluir para a indústria, para o órgãos, agricultura e trabalhadores, vamos ter crescimento, com o crescimento você vai ter condições de ter mais recursos para fazer as políticas públicas e vai fazer uma política de controle da inflação dirigida para a inflação dos pobres, que é alimento e transporte. É isso que precisa ser administrado.

Réplica de Aécio Neves
Eu concordo em parte com o candidato, mas é preciso que nós aqui agora possamos traduzir ao telespectador, a telespectadora, o que significa o Brasil crescer negativamente, menos 0.6% no segundo trimestre. Significa que os tão alardeados empregos estão indo embora. Esta é a realidade, país que não cresce não gera empregos, apenas nos últimos três meses na indústria de São Paulo, apenas de São Paulo, foram quinze mil postos de trabalho a menos.

Os dados de julho e de junho desse ano foram os piores da série histórica dos últimos dez anos. Infelizmente esta é a herança perversa desse governo, que fracassou na condução da economia, na gestão do Estado, e na melhoria dos nossos indicadores sociais. O Brasil precisa de um novo ciclo de governo, caro candidato, que faça o Brasil voltar a crescer, controlando a inflação e a partir daí gerando empregos de melhor qualidade, é o que nós vamos fazer.

Tréplica de Eduardo Jorge
Exatamente, crescendo e controlando a inflação, mas fico surpreso que o candidato Aécio concorde com essa minha ofensiva contra a bolsa Selic, porque não foi esse o comportamento do PSDB como também não foi do PT, que foram bastante generosos com esses dez bancos que hoje controlam a economia do Brasil, mantendo-os muito bem cevados rentistas e deixando a míngua a indústria brasileira, o agronegócio brasileiro, aqueles comerciantes que querem trabalhar e principalmente a família trabalhadora, que quer e precisa melhorar renda. Houve melhoria na distribuição de renda no Brasil?

Houve, mas é insignificante diante da extrema riqueza e extrema pobreza que ainda envergonham o Brasil perante outros países do mundo.

Marina Silva pergunta para Pastor Everaldo
Nós temos uma triste realidade em que metade dos nossos municípios não têm saneamento básico. E as crianças, até 14 anos, vivem em casas que não têm o tratamento de esgoto, com prejuízo inclusive para sua taxa de aprendizagem em relação às doenças. Como o senhor pretende enfrentar o problema grave da falta de saneamento básico?

Pastor Everaldo Pereira responde a Marina Silva
Candidata, nós sabemos que o pacto federativo está distorcido. Há 25 anos atrás os municípios participavam com 22% da renda nacional do bolo nacional, e agora com apenas 12%.

Mas nós queremos enfatizar que a família brasileira, ela tem não só essa carência de saneamento, ela tem sido agredida, ela tem sido vilipendiada e nós vamos lutar para que efetivamente esses recursos cheguem nas prefeituras para que possam tomar essas providências, mas a família brasileira, ela tem sido atacada e hoje, mas o que acontece é o seguinte, pode fazer saneamento, mas na esquina o cidadão não pode andar porque o bandido está solto, hoje nós temos um problema com a maioridade penal, jovens aí delinquentes, assassinos, estupradores e você que está em casa não tem condições de se locomover, levar seu filho para a escola, levar seu filho para, o seu marido não pode ir para o trabalho, porque fica a mercê da violência nesse país.

Então, essa situação que nós vivemos de falta de saneamento é uma coisa drástica, mas a família tem sido atacada em todos os sentidos e nós do PSC defendemos com clareza aquilo que acreditamos, que a família precisa ser preservada e no caso da violência nós vamos estar falando daqui a pouco sobre esse assunto.

Réplica de Marina Silva
Nós temos a compreensão de que o tratamento do esgoto, ele melhora a qualidade de vida das pessoas na saúde, melhora a educação das crianças, porque elas, quando são acometidas de doenças e faltam a escola, isso há um prejuízo de cerca de 18% na sua aprendizagem.

E é por isso que no nosso programa de governo nós estamos priorizando o tratamento do esgoto para que através de parcerias com a iniciativa privada, para que através de alternativas como foram aquelas que implementei quando era ministra do Meio Ambiente, com o pagamento pelo esgoto tratado, a gente possa atender essa demanda que melhora a vida das cidades, o meio-ambiente, e melhora o desenvolvimento do nosso povo.

Tréplica de Pastor Everaldo
A família, ela tem sido atacada, e o problema do saneamento básico, candidata, ele é um assunto que é competência do município, e nós precisamos destinar mais recursos para os municípios. Quando fala que o bolo nacional aí fica com quase 70% para o Governo Federal, é uma verdade.

Então, nós vamos fazer um novo pacto federativo para que os municípios, eles possam atender às necessidades do cidadão. É competência do município, e não do Governo Federal, que toma conta de todos os recursos nacionais e não deixa os municípios fazer o que tem de fazer. Nós vamos fazer no nosso governo o destino do novo pacto federativo, aumentando a participação dos municípios, no fundo de participação dos municípios.

Pastor Everaldo pergunta a Levy Fidelix
Candidato Levi, o atual governo, ele tem 39 ministérios e nenhum cuida exclusivamente da Segurança Pública. Eu anunciei no meu primeiro dia de campanha que a criação do Ministério da Segurança Pública para restabelecer a ordem área autoridade do policial, para resgatar a segurança do cidadão, qual a sua proposta para a Segurança Pública?

Levy Fidelix responde a Pastor Everaldo
Pastor Everaldo, primeiramente queria responder uma pergunta que recentemente colocou sobre a privatização da Petrobras, adentrar nesse tema. A Petrobras é monopólio nacional, subsolo brasileiro não pode realmente ser colocado à sanha do "privativismo", por isso eu quero lembrá-lo desse fato antes de entrar na Segurança Pública. A questão da Segurança Pública é realmente um dos maiores problemas da atualidade.

O nosso país, se não tiver, se não tiver a Segurança Pública focada primeiro no maior investimento para que nós possamos dar o aparato policial condições minas de atuar, é inviável. A nossa polícia militar, os nossos policiais civis, andam hoje com o mínimo de soldo, isso é um absurdo o policial ganhar pouco mais de mil reais e ter que esperar vários anos para que tenha uma condição econômica de sobrevivência. Resultado, existe nesse caso grandes problemas nessa área e ele não pode realmente reagir diante dessa situação. E eu creio que acima de tudo temos que resolver essa questão pondo mais dinheiro, melhorando as penitenciárias e acima de tudo, Everaldo, nós temos que combater o narcotráfico

Levy Fidelix pergunta para Luciana Genro
Finalmente chegou à ordem do dia a questão econômica. Não adianta adentrarmos nas questões sociais, Mais Médicos, mais PAC da mobilidade... Tudo isso aí tem que ter dinheiro e o dinheiro é tudo levado para? Para os bancos, o governo está pagando R$ 664 bilhões. Como é que voce vai resolver, Luciana? Afora isso nós temos outras coisas que saem pelo ladrão, por exemplo, a previdência social.

O governo brasileiro não está tendo a capacidade de cobrar mais de 400 bilhões na rua, de sonegadores, inclusive nós temos aqui uma candidata que anda muito com alguns desses sonegadores, fiscais, inclusive, auditoria fiscal nele, tem o Guilherme Leal que deve R$ 603 bilhões de reais, o banco Itaú está devendo R$ 18 bilhões. Para a educação, pode ficar lá, R$ 18 bilhões com o banco Itaú, com o Guilherme Leal mais 600 e tantos.

Luciana Genro responde a Levy Fidelix
Pois é, os três irmãos siameses não vão ir a raiz dos problemas, porque eles só querem seu voto para ganhar eleição e governar com os mesmos de sempre. O PSOL defende além da auditoria da dívida pública uma revolução na estrutura tributária do país, que hoje é extremamente injusta, a maior parte da nossa arrecadação vem de quem ganha até três salários mínimos.

E esse dinheiro está indo para enriquecer um punhado de milionários. Nós queremos regulamentar o imposto sobre as grandes fortunas. Quando eu era deputada propus esse projeto e não teve andamento depois que eu saí da câmara, para que as fortunas acima de R$ 50 milhões paguem uma alíquota de 5% ao ano e com isso podemos dobrar os gastos com educação.

Jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, pergunta a Marina Silva
Candidata Marina Silva, a senhora recebeu cerca de R$ 1,6 milhão nos últimos três anos por conta de palestras proferidas nesse período e por conta de uma cláusula de confidencialidade não revela as empresas que de fato pagaram esse dinheiro e quais, nesse período tentou criar o partido rede, e agora candidata a presidência da República.

A senhora acredita que essa cláusula de confidencialidade é compatível ou será necessária mais transparência para que seus eleitores conheçam as empresas que pagaram todo esse rendimento para a senhora nos últimos três anos?

Resposta de Marina Silva a Fernando Rodrigues
Em primeiro lugar, há que fazer uma separação da minha vida privada como cidadã, do exercício da minha atividade profissional e um contrato de confidencialidade que é muito mais uma exigência das pessoas que contratam meu trabalho do que da minha parte.

Eu particularmente não tenho nenhum problema em que sejam reveladas as empresas que me contrataram, até porque eu vivo honestamente daquilo que faço, todo mundo sabe que dou palestras para poder levar a mensagem do desenvolvimento sustentável em todo o Brasil, e eu não vejo nenhuma incompatibilidade em quem vive honestamente do seu trabalho e a renovação da política.

Aliás, é porque quero renovar a política que nunca me submeti à lógica de ter que ficar buscando um cargo público para poder sobreviver. A vida toda eu trabalhei como professora, como quando fui parlamentar nunca fiz nenhuma cobrança por qualquer palestra.

E mesmo estando no pleno exercício da minha atividade profissional eu dei mais de 200 palestras gratuitas por conta da minha militância socioambiental. Se as empresas que contrataram meu serviço quiserem revelar quem foi que me contratou, quanto a mim não há nenhum problema.

Comentário de Dilma Rousseff
Eu considero que quando se assume um cargo público a transparência é uma necessidade. Aliás, nós todos somos obrigados a divulgar o nosso Imposto de Renda, com todos os detalhes sem nenhum problema oculto ou qualquer outra restrição, eu acho que isso é uma exigência nova na política brasileira, e muito importante.

Aliás, eu acho que a questão da governabilidade, ela implica em transparência. Se nós formos transparentes, todo o processo de negociação que é essencial numa democracia, ele não se torna problemático. Eu nunca deixei de fazer algo que não fosse a favor do Brasil, dos brasileiros, e do desenvolvimento do país, da geração de emprego e da melhoria da vida das pessoas.

Agora, eu gostaria de me referir a um debate passado, eu queria lembrar que meu governo de todos os tempos é o que teve e manteve as menores taxas de juros reais no Brasil.

Réplica de Marina Silva
Em primeiro lugar, a Receita Federal é testemunha de que pago todos os meus impostos com transparência. E uma coisa boa que poderia ter sido feita era fazer um comparativo entre outras lideranças políticas que como eu também fazem palestras, e de forma correta, honesta e legal, como é o caso do presidente Fernando Henrique, como é o caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Vamos fazer um comparativo entre as palestras que eu dei, as empresas que me contrataram e as demais lideranças para que a gente não tenha dois pesos e duas medidas. Eu busco a transparência, e acho que essa transparência deveria estar também para os R$ 500 bilhões que foram destinados ao BNDES sem que estivessem no orçamento público, isso sim diz respeito à vida dos brasileiros.


Jornalista Fernando Canzian, da Folha, pergunta a Dilma Rousseff
A minha pergunta é para a candidata Dilma Rousseff com comentário de Marina Silva. Candidata, a economia brasileira andou para trás no primeiro semestre desse ano, 79% dos eleitores querem mudanças e um terço desses eleitores apenas considera o seu governo ótimo ou bom.

O Datafolha fez uma pesquisa, se o segundo turno da eleição fosse hoje a senhora perderia a eleição por 50% a 40% para ex-senadora Marina Silva. Passados quase quatro anos de governo e algumas semanas de horário eleitoral o eleitor segue incapaz de reconhecer as qualidades do seu governo?

Dilma Rousseff responde a Fernando Canzian
Fernando, eu considero que a queda na atividade econômica que nós estamos vivenciando é momentânea. Menos dias úteis e prolongamento da crise econômica têm um grande impacto. O mercado consumidor aumenta por conta do emprego e por conta do aumento de salários. A inflação hoje está próxima de zero. E ao mesmo tempo o crédito está sendo ampliado. A bolsa se valoriza há sete meses consecutivos, e o Brasil está entre os cinco países que mais recebe investimentos externos.

Agora, a economia internacional não se recuperou da crise. Os Estados Unidos, Alemanha, Japão, têm altos e baixos. Os Estados Unidos teve crescimento negativo no primeiro trimestre desse ano. O Japão e Alemanha, agora no segundo trimestre. É fato que isso mostra que a crise não acabou. Eu considero que a nossa diferença é que nós não enfrentamos a crise nem desempregando nem arrochando salários e acredito que criamos as bases para um novo ciclo.

Na educação, por exemplo, o programa de reforço do ensino básico com mais creches e mais escolas integral. Na saúde, o programa especialidades, que vai acabar com as filas e garantir o acesso da população ao tratamento e a exames. E também no caso da segurança a integração das Forças Armadas.

Comentário de Marina Silva
Uma coisa importante é verificar que desde o debate anterior a candidata Dilma não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende um segundo mandato para governar um país como o Brasil, que é reconhecer os erros, porque se não reconhece os erros, não tem como repará-los.

Ela se elegeu dizendo que ia controlar a inflação, que ia manter o país em crescimento e que ia fazer com que os juros baixassem. Hoje nós temos inflação alta, nós temos baixo crescimento, e nós temos uma situação de juros altos, e a população paga um preço muito alto pela péssima qualidade dos serviços que estão prestados, é só ver as manifestações que aconteceram em junho.

Quando as coisas vão bem, é 100% dos louros para o seu governo. Quando vai mal, a culpa é da crise internacional e da própria natureza.

Réplica de Dilma Rousseff
Eu acho, candidata Marina, que é preciso reconhecer os erros e limitações, até porque um diagnóstico errado vai levar a um caminho errado. Propor como forma de solucionar a questão econômica no Brasil a autonomia do Banco Central só levará a maior dificuldade em regulação do sistema financeiro, o que, aliás, foi um dos pontos centrais quando houve a crise do mercado internacional, mas eu acho que tem os pessimistas de plantão, aqueles que também disseram que ia dar errado a Copa.

A Copa pode ter dado errado no campo, mas não deu errado fora do campo porque o povo brasileiro e o governo brasileiro, com os governos dos Estados, impediu que isso acontecesse. O pessimismo é uma péssima fórmula de avançar. Porque você começa desistindo.

Jornalista Kennedy Alencar, do SBT, pergunta para Aécio Neves
Pergunto para o candidato Aécio Neves com o comentário da candidata Dilma. Candidato, no governo do Fernando Henrique Cardoso o caso para a compra de votos não foi investigado pelo procurador geral da época nem houve CPI.

Em governos do PSDB, em São Paulo, o caso Alston e cartel do Metrô só foi investigado depois que vieram documentos da Suíça e da França, e no caso do mensalão tucano, são exemplos de que o PSDB é tolerante com a corrupção?

Aécio Neves responde a Kennedy Alencar
Caro Kennedy, a marca do PSDB é a marca da austeridade, nós jamais transformamos e jamais transformaremos em heróis nacionais, agora eu sou um cidadão que prezo o estado de direito e tenho que permitir que a justiça dê o seu veredito final.

No caso do PT, houve uma condenação pela maior corte brasileira e não que nós torcêssemos prismas é uma condenação que tem que ser respeitada e a reação na verdade do Partido dos Trabalhadores não ajuda ao sentimento e ao entendimento principalmente das novas gerações de que existe uma mesma justiça para todos.

Eu tenho dito ao longo do tempo que vamos construir para o Brasil um novo ciclo de governança. Ciclo de governança transparente, absolutamente transparente, competente, que valoriza a mérito. Todas as denúncias devem ser investigadas. Todos nós, homens públicos e mulheres, devemos estar aqui à disposição para prestarmos quaisquer tipos de esclarecimentos, e cabe a justiça condenar ou absolver aqueles que foram processados.

Eu tenho absoluta segurança de que o Brasil a partir de janeiro do ano que vem vai viver um novo ciclo em que as denúncias sucessivas que hoje recaem sobre o governo vão ser superadas. Nós queremos tirar as nossas empresas das páginas policiais dos jornais e reintroduzi-las nas páginas da economia.

Comentário de Dilma Rousseff
É importante lembrar que no governo meu e do presidente Lula nós fortalecemos a Polícia Federal. E a Polícia Federal promoveu 162 operações de combate à corrupção, lavagem de dinheiro, e crime financeiro. Também no governo meu e do presidente Lula, a CGU ganhou status de ministério.

Criamos o portal da Transparência, aprovamos a lei de acesso à informação, da Ficha Limpa, da punição dos corruptores e do combate às organizações criminosas. Ainda criamos a comissão de combate à lavagem do dinheiro. Respeitamos a autonomia da procuradoria geral da República e assim escolhemos o primeiro da lista e não fizemos a prática errada de esconder processos e não investigar através daquele que ficou famoso como engavetador geral da República.

Além disso, quero dizer que a corrupção jamais no meu governo foi varrida para baixo do tapete.

Réplica de Aécio Neves
A presidente elenca um número grande. Curiosamente, nenhum desses instrumentos funcionou para nenhuma dessas denúncias que aí hoje assustam, aviltam, trazem indignação aos brasileiros.

Todas elas foram apresentadas ou pela imprensa ou pela Polícia Federal. Infelizmente, esta é a realidade. A nossa principal empresa pública hoje tem o seu principal diretor preso.

E o governo da candidata Dilma Rousseff, ao invés de permitir que a CPI e as investigações corressem de forma adequada, tenta manipular as informações.

Jornalista Patrick Santos, da rádio Jovem Pan, pergunta a Eduardo Jorge
Quem responde é Eduardo Jorge e quem comenta é a candidata Marina. Candidato, segundo a pesquisa Datafolha, 83% dos entrevistados são contrários à descriminalização das drogas e a maioria esmagadora da população se mostra contrária a ampliação das hipóteses de aborto legal e o senhor defende, é favorável a essas duas questões.

O oposto do que mostra a pesquisa, e diferente do que o PV dizia lá em 2010 quando Marina Silva era a candidata do PV. Eu lhe pergunto: qual PV defende o interesse do eleitor, o de 2010 ou o de 2014?

Eduardo Jorge responde a Patrick Santos, da rádio Jovem Pan
2010 foi uma campanha linda, foi uma honra estar junto com a Marina, mas foi uma coligação entre o PV e a Marina, praticamente, embora tivesse criado no PV era uma verdadeira instituição e muito respeitada no mundo todo.

Tinham algumas questões, questões do programa do PV de longa data, não só do PV do Brasil, mas de uma corrente internacional que nós somos, são essas duas questões, para diminuir o prejuízo, a saúde dos usuários e combater o crime, e ao mesmo tempo dar o direito às mulheres a interrupção da gravidez e não tratá-las como criminosas, mas uma coligação para viabilizar, isso não foi possível, mas isso continuou no programa do governo, e agora com o PV solitário isso emerge.

Sempre foram bandeiras do PV e minha também, porque como médico de saúde pública defendo isso há mais de 20 anos, fui o primeiro deputado no começo da década de 90 quando era responsável que apresentou a proposta da legalização com regulação pelo estado para bloquear o poder do crime e poder alcançar e ajudar os usuários que hoje não conseguimos.

Fui eu o primeiro a discutir o assunto de que as mulheres brasileiras que fazem a interrupção da gravidez, consideradas criminosas, não poderiam continuar desse jeito. O projeto de lei que revoga essa lei cruel e reacionária é de minha autoria e de outra deputada.

Comentário de Marina Silva
Em primeiro lugar eu acho que o candidato Eduardo Jorge retratou com respeito o que aconteceu em 2010. Quando eu entrei no PV eu pedi que se fizesse uma cláusula de consciência em relação a alguns temas que eu pessoalmente não defendo, como por exemplo a questão do aborto.

E naquela oportunidade, o que nós propusemos e que eu acredito, é que esse debate precisa ser feito com muito cuidado e responsabilidade. Não é uma discussão fácil, envolve questões filosóficas, questão ética, questões morais e questões espirituais. O problema é que há uma visão atrasada que em vez de discutir no mérito vai para o rótulo.

Eu não satanizo ninguém, e nem aqueles estou aqui defendendo o aborto, o que eu quero é fazer o debate para que a gente possa através de um plebiscito chegar a uma conclusão em relação a esse tema.

Réplica de Eduardo Jorge
As pesquisas que falam são verdadeiras, mas é muito resultado da covardia das lideranças brasileiras políticas que não têm coragem de expor ao povo brasileiro quais são os prejuízos de você classificar como criminosas 600, 700 mil mulheres por ano que por algum motivo fazem interrupção da gravidez, covardia, medo das lideranças políticas de fazer de peito aberto essa discussão, como a Marina falou é uma discussão muito difícil, mas vou continuar condenando essas mulheres a morrerem?

E a mesma coisa em relação às drogas, não têm coragem de discutir com o povo e explicar que há políticas mais inteligentes para diminuir o sofrimento daqueles jovens que estão na dependência.

Fernando Rodrigues, do UOL, pergunta para Pastor Everaldo Pereira
Pergunta para o candidato pastor Everaldo com o comentário do candidato Aécio Neves. Candidato pastor Everaldo, o senhor faz uma campanha defendendo o que chama de valores da família.

Gostaria de perguntar para o senhor a respeito de um episódio que neste momento se encontra em Brasília, no Superior Tribunal de Justiça, trata-se de um processo no qual o senhor é acusado por uma mulher, Cátia Maia, de agressão. O senhor alegou legítima defesa, foi econômico na explicação, não conheço a explicação completa, queria dar oportunidade ao senhor de explicar melhor o que aconteceu nesse episódio e dizer qual é sua política para prevenção de violência doméstica no país, sobretudo contra a mulher.


Resposta de Pastor Everaldo Pereira a Fernando Rodrigues, do UOL
Fernando, muito oportuna a sua pergunta, eu como todas as pessoas que casam, tenho o desejo de manter o casamento. Fui casado 22 anos com a mãe dos meus filhos, uma mulher maravilhosa, mas não tive o mesmo êxito que o meu pai e minha mãe que vão fazer 60 anos de casado agora no dia 23 de dezembro. Depois do meu casamento, tive um relacionamento com essa pessoa citada, e por unanimidade, por unanimidade, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro considerou totalmente improcedentes estas afirmativas, e hoje eu restabeleci a minha vida, sou bem casado, com a cantora Ester, que está aqui no estúdio ao meu lado.

Então eu nunca agredi uma mulher. E a minha política sempre será em favor da família. Sempre tratarei a família colocando em primeiro lugar a família, porque é um bem maravilhoso, não adianta termos políticos se a família for mal. Se a família vai bem a sociedade vai bem. Se a família vai bem o Brasil vai bem.

Sou uma pessoa que luto pela família e a minha vida todo tenha exemplos dentro de casa como se deve tratar a família. Então, meu querido Fernando Rodrigues e você que está em casa, nunca agredi ninguém.

Comentário de Aécio Neves
Com relação a essa questão nós tivemos extraordinário avanço, a lei Maria da Penha. Me orgulho muito de tê-la apoiado. Mas nesse tema que me resta, permita voltar que passou longe das minhas possibilidades de intervir e é a questão da segurança, e a candidata falava de disponibilizar recursos do Estado para construção de penitenciárias.

Infelizmente, esse período de governo da atual candidata e atual presidente da República foram investidos no fundo penitenciário menos de 11% do que foi aprovado pelo Congresso Nacional. E eu quero oferecer ao Brasil um projeto que deu muito certo em Minas Gerais, aliás, como vários outros projetos, um deles é as APAC, com índice de ressocialização, eles próprios cuidam de sua segurança, estudam e trabalham.

E as parcerias com o setor privado porque Minas Gerais foi o único estado brasileiro que conseguiu vaga no sistema prisional para desafogar imensamente o nosso sistema.


Réplica de Pastor Everaldo
Quero reafirmar para a população brasileira o meu compromisso com a família tradicional como está na Constituição Brasileira. Sou contra a violência e qualquer tipo de preconceito, mas nenhuma sociedade é mais forte que seus laços familiares, e a fortaleza das suas famílias depende do casamento entre homem e mulher.

Sou contra o aborto, sem necessidade de plebiscito, isso é o que eu defendo com coerência, e sem, como um líder nacional que eu sou admirador, sempre falava assim, esse fulano, esse pessoal está costeando o alambrado. Eu sou claro nas minhas defesas.

Jornalista Fernando Canzian, da Folha, pergunta a Luciana Genro
A pergunta de Luciana genro com comentário de Aécio Neves, por favor. A senhora faz uma crítica do que chama de submissão do país ao capital financeiro, prega uma auditoria na dívida pública e uma redução drástica dos juros.

Muitos analistas veem o atual cenário econômico, veem no atual cenário econômico um clima de animosidade entre o governo do PT e o mercado financeiro e empresarial, as suas propostas não são um pouco atrasadas, populistas, não só agravariam esse quadro geral?


Luciana Genro responde a Fernando Canzian, da Folha
Fernando, quando me chamam de populista sempre respondo que para defender os interesses do capital, dos bancos, das grandes empresas, das empreiteiras, já tem o PT, já tem o PSDB, e tem também a Marina.

O meu papel é defender os interesses do povo. E o que nós temos no Brasil hoje é uma política econômica de submissão aos interesses do capital, os bancos são os únicos que têm lucrado numa economia em que o povo está endividado. A presidente Dilma aumentou a taxa de juros no Brasil nove vezes, isso significa que ao aumentar a taxa de juros se aumenta também a quantidade de dinheiro do orçamento que vai para esses credores da dívida pública, estas cinco mil famílias de milionários que têm um patrimônio equivalente a 400 milhões de reais em média, enquanto que a maioria do povo não consegue nem chegar a 1500 reais de renda, três em cada quatro trabalhadores ganham apenas 1500 reais.

Os aposentados estão vendo seu poder de compra ser corroído pelas políticas implementadas desde o governo do PSDB com a conivência do governo Lula. E a Marina também está se comprometendo com os bancos, aliás tem uma tradicional banqueira na coordenação da elaboração do seu programa de governo, os três irmãos siameses com a mesma política.

Comentário de Aécio Neves
Eu vejo sempre com restrição aqueles que se autointitulam defensores do povo. Ninguém pode ter esse monopólio, todos que estamos aqui acreditamos em causas diferentes, mas queremos chegar ao mesmo caminho. Eu tenho um único projeto para o Brasil.

O projeto que vai permitir o encerramento desse ciclo de governo que fracassou e fracassou em todas as áreas para iniciarmos um outro, um outro que permita o Brasil crescer, os empregos de boa qualidade voltarem a ser gerados aqui através da recuperação da nossa indústria, um governo que substitua o aparelhamento da máquina pública pela meritocracia, a educação, o primeiro deles, assim como fiz também em Minas Gerais, que tem a melhor educação fundamental do Brasil.

Talvez não diga todas as propostas que gostaria mas todos os compromissos que assumi são compromissos factíveis porque estou preparado não apenas para vencer as eleições mas para governar o Brasil.


Réplica de Luciana Genro
É claro que o candidato Aécio tem que confiar quando alguém diz que vai governar para o povo porque ele não governa para o povo, ele governa para as elites, a política econômica do PSDB é uma política que só interessa aos de cima, aos do andar de cima.

Aliás, o cidadão que ele anunciou que será o presidente do Banco Central na eventualidade dele ganhar a presidência da República, Armínio Fraga, já esteve na equipe econômica do país e foi um dos que administrou as mais altas taxas de juros do Brasil.

Inclusive, nós estamos hoje com uma situação em que os ativos dos 50 maiores bancos são 74% maiores do que os ativos das 500 empresas. Então, até a economia real está sofrendo com essa política de financeirização defendida pelo PSDB, PT e Marina.
Eduardo Jorge (PV)

Kennedy Alencar, do SBT, pergunta a Levy Fidelix
Minha pergunta vai para o candidato Levy Fidelix com comentário do candidato Eduardo Jorge. O senhor foi candidato dez vezes e nunca se elegeu, como responde a crítica de que o PRTB seria uma típica legenda de aluguel que vive de financiar alianças, e vive também de negociar candidaturas que fazem ataques terceirizados nas eleições, as chamadas dobradinhas?

Levy Fidelix responde a Kennedy Alencar, do SBT
Kennedy, isso é o típico ponto fora da curva, não tem nada a ver, e é típico também de perseguição aos ditos partidos ideológicos pequenos. Primeiramente meu partido existe há 20 anos e eu sempre disputo campanhas em todos os níveis, especialmente majoritárias.

Demonstrando assim, por exemplo, agora nós estamos lançando aqui em São Paulo, governador, senador, e eu na presidência e outros oito estados no Brasil. Imagine só que aluguel é esse se estou tratando de macro economia onde ninguém tocou em assuntos tão expressivos.

Todos se esquecendo do buraco que tem de rombo na economia brasileira. Agora você que é típico representante dessa mídia vendida, essa mídia que ataca, essa mídia exatamente que coloca gente nas pesquisas lá embaixo, porque são pesquisas não testadas, não provadas, nem registradas, são apenas protocolizadas, é sim língua de aluguel, você se comporta como tal e alguns outros da própria mídia.

Um partido digno que recebe míseros R$ 100 mil fundo partidário, acha que dá para tratar de algum partido assim, meu filho? Com 47 funcionários que eu tenho? Isso é exatamente uma verdadeira calúnia. A Luciana com certeza vai tratar disso agora também porque ela também leva exatamente a mesma marca de injustiça que vocês cometem conosco.

Comentário de Eduardo Jorge
Eu não tenho nada a ver com isso. Então eu vou aproveitar, vou aproveitar o meu minuto e dizer que o PV tem uma proposta bastante ousada de reforma política porque o PV é um partido democrático. É um partido que adora a democracia participativa, adora a democracia direta, mas não despreza a democracia representativa que é o rio que corre permanentemente na democracia.

Portanto, nós queremos reforçar, resgatar o prestígio da democracia representativa brasileira que está indo ladeira abaixo, e um dos motivos principais é que os políticos hoje se comportam como se política fosse negócio, como se política fosse profissão, como se política fosse uma carreira, uma verdadeira casta apartada do povo.

Todas as nossas propostas, vejam lá no nosso site do PV, duas páginas de propostas para resgatar o prestígio do parlamento, o amor que o povo tem que ter, o respeito que ele tem que ter pelos executivos e pelos parlamentares que ele elege.


Dilma Rousseff pergunta para Marina Silva
Candidata, os jornais têm afirmado que a senhora pretende reduzir a importância do pré-sal. O seu programa de governo, 242 páginas, tem apenas uma linha para o pré-sal, e a senhora disse que o petróleo do pré-sal é uma aposta estratégica errada. Candidata por que esse desprezo por uma riqueza tão importante para o Brasil, para a saúde, para a educação dos brasileiros e tão invejada no mundo?

Marina Silva responde a Dilma Rousseff
Em primeiro lugar, candidata Dilma. O que nós estamos afirmando no nosso programa de governo é que além do pré-sal, que é uma riqueza necessária, que deve ser explorada com todo o cuidado, inclusive para que os seus recursos possam ser investidos corretamente em educação para melhorar a qualidade de vida dos nossos jovens e apostar em ciência, tecnologia e inovação, nós estamos reafirmando a necessidade de continuar explorando essa fonte de energia.

No entanto, nós não podemos ter uma visão de ficar apenas aonde a bola está. É preciso ir para onde a bola vai estar. E na verdade, o mundo inteiro está numa corrida na busca de novas fontes de energia, que o Brasil é campeão, tem um grande potencial de geração de biomassa, de energia eólica, solar, inclusive negligenciadas durante o seu governo.

Nós queremos combinar as duas coisas. O Brasil já é gigante pela própria natureza, mas precisa se tornar gigante pela natureza das decisões que tomarmos. Infelizmente, no seu governo o maior perigo para o pré-sal é o que foi feito com a Petrobras, uma empresa que perdeu o seu valor, e que foi usada politicamente para poder dar conta dos índices de crescimento que não aconteceram, e para reduzir o risco da inflação de forma inadequada.

Réplica de Dilma Rousseff
Candidata, o pré-sal é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro. É o nosso passaporte para o futuro. Várias outras riquezas existem, é verdade.

Mas o pré-sal está aí e deve ser explorado para que nós possamos ter uma educação, uma saúde, de muito mais qualidade da creche, mais educação em tempo integral, e isso só o pré-sal em termos de riqueza pode dar ao Brasil. É mais de um trilhão que nós não podemos abrir mão.

Não há essa contradição entre uma riqueza e outra, e não é verdade, o Brasil se caracterizou nos últimos anos por explorar sim a eólica. Ano que vem, inclusive, nós seremos o país com a segunda maior implantação de energia eólica no mundo. O petróleo não pode ser demonizado como a senhora fala.

Tréplica de Marina Silva
Em primeiro lugar a candidata tenta se valer desse recurso para tangenciar com os problemas que criou durante o seu governo na Petrobras. A Petrobras, uma empresa valorizada que hoje está pagando caro as escolhas erradas que fez, empresas que foram compradas por valores que a sociedade muito bem conhece e que hoje estão sendo investigados na justiça.

O que nós queremos é que essa fonte de riqueza seja explorada para melhorar a vida dos brasileiros, inclusive utilizando os recursos para buscar novas formas de riqueza, com tecnologia e inovação, para criar novos produtos, novos materiais, energia limpa, renovável e segura e de geração distribuída.

Luciana Genro pergunta a Marina Silva
Marina, a receita, o remédio que o governo está usando contra a inflação está matando paciente. O Brasil entrou em recessão. A receita dos tucanos é mais dura, mais arrocho salarial, mais superávit primário, aumento das tarifas de luz e pelo que eu vi no teu programa a tua receita é a mesma dos tucanos, inclusive teus economistas são tucanos. Tu és a segunda via do PSDB?

Marina Silva responde a Luciana Genro
Em primeiro lugar eu tenho dito, Luciana, que nós teremos uma atitude de reconhecer os ganhos históricos da realidade brasileira. Nós reconhecemos que a estabilidade econômica foi uma conquista da sociedade brasileira que infelizmente foi negligenciada no governo da presidente Dilma, porque a inflação volta a crescer, os juros estão ficando elevados, e a responsabilidade fiscal não está acontecendo como deveria.

Nós queremos recuperar sim o tripé da política macro econômica e estou dizendo isso desde 2010. Isso não tem nada a ver com ser auxiliar desse ou daquele. Infelizmente essa visão empobrecida do debate político não consegue enxergar outras alternativas. Eu tenho dito que vamos manter sim as conquistas da política econômica do governo do Fernando Henrique, as conquistas da política social do Presidente Lula, que estão sendo ameaçadas pelo desmande no governo da presidente Dilma e nós vamos encarar os novos desafios.

Porque sem crescimento, sem estabilidade econômica, com a volta da inflação, não tem como fazer a saúde, a educação, a Segurança Pública, a mobilidade, ficarem melhor na vida dos brasileiros e esse é o esforço que nós queremos fazer, parar de fulanizar as conquistas e telas como de sendo de toda a sociedade brasileira.

Réplica de Luciana Genro
Não dá, Marina, tem que se escolher lado, ou se está lado do capitalizou dos trabalhadores, ou do lado dos bancos ou do povo endividado. Na verdade não pode fazer uma nova política cedendo aos interesses dos banqueiros, propondo autonomia do Banco Central, cedendo aos usineiros propondo aumento de gasolina, cedendo aos setores mais reacionários da política.

Não durou 24 horas, Marina, e quatro Twitter do Malafaia, teu compromisso de combate a homofobia nas escolas, não é possível, os Direitos Humanos, sociais, não podem ser restringidos, é preciso defender todos aqueles que precisam de mais direitos.

Tréplica de Marina Silva
Em primeiro lugar, Luciana, o que eu falo eu falo pelas minhas convicções. Há uma visão equivocada de que as convicções são sempre porque você está ficando desse ou daquele lado. Aliás, você tem a mesma visão da polarização que tem o PT e o PSDB. Só que você faz isso pelo lado da esquerda, que às vezes é tão dogmática quanto aqueles que são rotulados de direita.

Eu tenho as convicções de que é preciso manter sim as conquistas, que temos que corrigir os erros, e quanto a questão da mudança do programa de governo, foi em função de um erro que a equipe do programa de governo fez no processo. Nós defendemos as  liberalidades individuais e queremos combater toda e qualquer forma de discriminação a quem quer que seja.

Marina Silva pergunta a Dilma Rousseff
Candidata, quando foi eleita em 2010, havia um compromisso seu de que o Brasil iria continuar crescendo, de que os juros ficariam baixos e de que a inflação seria controlada. Hoje nós estamos vivendo em uma situação em que de cada cinco famílias, três estão endividadas. O que deu errado no seu governo?

Dilma Rousseff responde a Marina Silva
Candidata Marina Silva, o que deu certo no meu governo foi que nós tiramos 36 milhões de pessoas da pobreza e elevamos 42 milhões de pessoas à classe média. Muitas coisas nós ainda vamos ter de continuar fazendo.

Agora, eu quero dizer que há uma contradição sim entre querer uma política macroeconômica atrelada a interesses e uma forma de visão que é para desempregar, para arrochar, para aumentar preço de tarifa e para aumentar impostos. E ao mesmo tempo defender políticas sociais. Não cabe, não cabe.

O cobertor é curto. Não se resolve isso com boas palavras ou boa intenção. Sem apoio político, candidata, sem discussão e sem negociação, a senhora não consegue aprovar os grandes programas do Brasil. Eu quero dizer que eu apostei na governabilidade. Nunca negociei contra os interesses do Brasil. Ganhei muitas, e perdi algumas.

Agora, candidata, sem apoio no Congresso Nacional, não é possível assegurar um governo estável, um governo sem crises institucionais. Por isso, eu queria discutir que não somos nós os presidentes que escolhem os bons, quem escolhe os bons é o povo brasileiro. É ele que escolhe por eleição direta.

Réplica de Marina Silva
A presidente Dilma tem muita dificuldade em reconhecer os problemas do seu governo e se não os reconhece, começa a passar uma situação, uma sensação de desconfiança em relação ao seu governem um próximo mandato.

Nós defendemos sim a autonomia do Banco Central porque este governo, com atitude que tem tomado, com políticas erro áticas tem feito com que a autonomia de fato fosse completamente depreciada, por isso precisa institucionaliza-lo, e é uma atitude que não ajuda a resolver os problemas, temos uma grave situação que precisa ser.

Tréplica de Dilma Rousseff
Candidata, eu acho que o maior risco que uma pessoa pode correr é não se comprometer com nada. Ter só frases de efeito e frases genéricas. O que ocorre quando se é presidente da República, que tem que se explicar como vai ser feito. Porque você vai ter de fazer no dia seguinte.

Então não basta dizer que vai fazer uma lista de coisas. Sem dizer de onde vem o dinheiro. Não basta dizer que as coisas serão feitas assim, ou assado. Eu quero dizer que eu acredito que tem muita coisa para fazer no Brasil. Ainda falta muita coisa para fazer no Brasil. Eu sei disso porque eu tentei fazer todos os programas de saúde, educação, mobilidade urbana e segurança.

Levy Fidelix pergunta para Aécio Neves
Quero saber como vamos resolver a questão dos congestionamentos das grandes metrópoles do Brasil e cidades médias também, já que é um tema que muito me é caro, a mobilidade urbana.

Aécio Neves responde a Levy Fidelix
Caro candidato, é um tema caro para todos os brasileiros, especialmente para os brasileiros que vivem nas grandes metrópoles, todos nós sabemos que ao redor do mundo é sim responsabilidade da união, dos governos, fazerem até em parcerias com os município, até com os estados, os projetos de investimento em mobilidade.

A grande verdade que aconteceu no Brasil, caro candidato, é que ao longo de dez anos o atual governo demonizou as parcerias com o setor privado e obviamente atrasou investimentos que poderiam hoje estar beneficiando milhões e milhões de brasileiros. Hoje eles apenas habitam a belíssima propaganda oficial da candidata do PT. Vi recentemente uma relação de obras de metrô que serão ainda entregues à população brasileira e na verdade, depois de doze anos de governo, a grande maioria delas ainda não está pronta.

Nós temos que fazer um planejamento da questão da mobilidade, lato senso, meu caro candidato. O senhor defende enfaticamente o veículo sobre trilhos, aqui mesmo em São Paulo tivemos uma obra extraordinária, eu tive a oportunidade de conhecê-la recentemente com o governador Geraldo Alckmin, que é um caminho.

Serve para São Paulo, mas não serve para outras regiões do país. Portanto parcerias com todos os municípios, grandes municípios brasileiros por parte da união é essencial para que esses investimentos saiam do papel.

Réplica Levy Fidelix
Nosso partido sempre defendeu ideias e conceitos ao longo de 25 anos de existência. A senhora Dilma Rousseff implementou a desoneração da cesta básica. Ideia de quem? Do Levi Fidelix. O aerotrem está aqui (em São Paulo). Levi Fidelix.

E também você sabe que ao longo dos anos temos disputado todas as eleições e sabemos que essa questão do transporte é crucial no país. Transporte de cargas, transporte de passageiros e o nosso partido sempre foi um partido avançado. Ao longo do tempo tem demonstrado isso. Por isso, Aécio, que eu realmente comungo exatamente do seu pensamento também, temos que realmente prosseguir, conseguir avançar nesse campo.

Tréplica de Aécio Neves
Eu disse recentemente que o ativo mais valioso da política é o tempo. Quero repetir: o tempo perdido não volta mais e o governo do PT perdeu um longo período em que poderia ter realizado inúmeros desses investimentos exatamente por não compreender que a parceria com o setor privado era essencial.

Hoje depois de doze anos de governo do PT sequer temos o marco regulatório do setor ferroviário aprovado. O Brasil é um país que prescindiu, abriu mão de investimentos em ferrovias, em hidrovias ao longo desses doze anos, seriam essenciais. Aí já saio inclusive da questão da mobilidade urbana para falar da competitividade de quem produz no Brasil.

Infelizmente os grandes equívocos desse governo, aquilo que a presidente disse certa vez, o aprendizado da atual presidente tem custado muito caro ao Brasil.

Aécio Neves pergunta a Dilma Rousseff
Senhora candidata, volto ao tema da segurança pública. Hoje nada mais aflige às famílias brasileiras do que o aumento da criminalidade e da insegurança. Seu governo tem investido muito pouco nessa área.

Do conjunto de investimentos na área de Segurança Pública, apenas 13% vem da união. Do fundo nacional de segurança, menos de 40% do que foi aprovado foi investido e como já disse do fundo penitenciário menos de 11%, a senhora considera Segurança Pública também responsabilidade da união?

Dilma Rousseff responde a Aécio Neves
Candidato, acho que você tem memória fraca. O Governo Federal deu um apoio financeiro de 141 para Minas Gerais criar 5668 vagas em quinze presídios, como Uberlândia, Ribeirão das Neves, Pará de Minas, lavras, candidato, a sua memória é tão fraca que no caso do transporte público o senhor esquece que nós temos parceria com o Governo do Estado de Minas em todas as grandes obras de mobilidade urbana que existem em Minas Gerais.

Exemplo, no metrô, que nós estamos fazendo em BH, em Belo Horizonte, é feito em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura e a iniciativa privada, candidato. Acho que o senhor está mal informado. Além disso, o monotrilho aqui de São Paulo que todos vocês se referem só foi viabilizado porque o governo Federal colocou financiamento para que fosse realizado.

Além disso, candidato, nós temos nove metrôs em todas as capitais do Brasil sendo feitos, o meu governo colocou 143 bilhões de reais. Nós temos 6 novos trens interurbanos, três monotrilhos, dois além do de São Paulo. Que é o de São Gonçalo e o do ABC paulista, três VLTs, dois aeromóveis, o de Porto Alegre e o de Campos, e 189 BRTs, candidato, corredores exclusivos.

Réplica de Aécio Neves
Senhora candidata, quem ouve esse debate vai achar que está no debate de quatro anos atrás porque são as mesmas propostas, mamas promessas que a senhora repete muita.

Em Belo Horizonte, senhora candidata, talvez pela pouca familiaridade, a verdade é que agora ao final do governo, de forma inclusive adequada, mas razoavelmente envergonhada o governo da senhora sucumbe a necessidade de fazer parcerias com o setor privado, mas infelizmente não avançou como deveria ter avançado.

Na mobilidade a realidade é essa, o governo da presidente Dilma Rousseff fracassou como fracassou em todas as outras áreas.

Tréplica de Dilma Rousseff
Eu vou repetir, candidato, não é uma questão trivial, R$ 143 bilhões foram colocados à disposição tanto de orçamento geral da união, que é dinheiro do Governo Federal quanto de financiamento. Sabe para quê? Para que as pessoas tenham tempo. Para que as pessoas tenham transporte seguro e rápido, e tempo, candidato é para ficar com a família, para poder desfrutar da vida.

Então, o Governo Federal pela primeira vez investiu uma quantidade significativa de recursos. E acho estranhíssimo que o senhor não saiba, talvez o senhor não tenha estudado isso direito, o senhor não saiba que as obras feitas em Minas Gerais tanto as obras de rodovias, quanto as de mobilidade urbana, foram feitas com recursos federais.

Eduardo Jorge pergunta a Aécio Neves
Vai abaixar [a taxa Selic], como nós [do PV], até chegar à taxa de 6,5%?

Aécio Neves responde a Eduardo Jorge
Meu caro candidato, concordei com o diagnóstico que vossa excelência faz, mas posso dizer de forma muito clara que nós queremos que os juros que o BNDES oferece hoje possam ser praticados pelo conjunto da economia.

E quem tem hoje as condições objetivas de permitir o resgate da confiança do Brasil, a retomada do crescimento da nossa economia e a prática de taxas ao longo do tempo de crescente somos nós. O que estamos vendo aqui, caro candidato e amigo Eduardo Jorge, é que existe uma proposta oficial, um projeto do governo que está aí e que repito fracassou e ele é expresso na avaliação de mais de 70%, escutei aqui 79% da população brasileira que quer mudanças.

Nosso papel agora é mostrar qual mudança que cada uma dessas candidaturas expressa e sinaliza. A nossa é uma mudança consistente, não estou me convertendo a teses que eu demonizava ou combatia lá atrás. Nós acreditamos na responsabilidade fiscal, na transparência como instrumento absolutamente necessário ao resgate dessa credibilidade, quero retomar o fortalecimento e a proteção das agências reguladoras porque isso tudo isso, Eduardo, é fundamental para que possamos ter dinheiro para voltar a investir na saúde, e o nível de educação no Brasil.

Réplica de Eduardo Jorge
São todas teses, mas não ouvi o que queria ouvir, se ia baixar de 11% e chegar a 5%, para forçar os bancos a concorrerem. Essa é uma questão chave para você dinamizar. Investimento em maioria, melhorar a renda dos trabalhadores.

Você tem que redistribuir esse dinheiro que está na mão desses dez grandes bancos que estão monopolizando. Esta é uma questão chave para que possa crescer sustentavelmente e melhorar a condição de vida dos trabalhadores.

Tréplica de Aécio Neves
Candidato, nós assistimos a uma experiência recente de que com voluntarismo você não reduz a política de juros, mas com objetivos claros isso pode acontecer.

Eu tenho uma confiança enorme, candidato Eduardo, de que no momento da nossa vitória haverá de ser recriado o ambiente no Brasil que deixou de existir porque a candidata oficial fala dos pessimistas e eles existem, mas os pessimistas são 79% dos brasileiros que não acreditam mais na capacidade desse governo de inspirar confiança, de resgatar os investimentos, e fazer os empregos voltarem ao país. Portanto, resgatar confiança na nossa economia é o primeiro e essencial passo para que os empregos voltem a partir dos investimentos e a taxa de juros a médio prazo possa também diminuir.

Pastor Everaldo pergunta a Levy Fidelix
Quero perguntar ao candidato Levy Fidelix. Levi, nesses últimos anos nós vimos um câncer na sociedade brasileira que é a corrupção, todo dia temos notícias nos jornais de corrupção. Lamentavelmente nós ouvimos uma frase: Nunca se prendeu tanto nesse país.

Na realidade, nunca se prendeu tanto porque nunca houve tanta corrupção como tem acontecido nesses últimos anos. O que você tem a me dizer sobre esse câncer que está tirando todo o dinheiro do trabalhador brasileiro?

Levy Fidelix responde a Pastor Everaldo
Everaldo, muito boa pergunta e muito pertinente. Você veja bem as candidaturas dos nossos opositores, que estão gastando, investindo, quantas empreiteiras, quantos bancos estão colocando ali dinheiro? Até o momento a minha parcial não passou de R$ 200 mil; e as deles, mais de R$ 60 milhões somados ou talvez um pouco mais.

Para onde vai esse dinheiro? Eles estão altamente comprometidos com o status quo que aí está, quem está dando dinheiro vai querer receber no futuro. Nós sabemos muito bem que o povo é vítima porque para começar dando para os bancos como estão dando hoje, bilhões e bilhões, claro que não vai sobrar dinheiro para educação, para saúde, para mobilidade urbana.

Para juventude que precisa de um banco próprio, como eu quero exatamente fazê-lo, porque quem se forma neste país não consegue,  gente, depois de 20 anos, conseguir pelo menos uma atividade altamente produtiva, porque ele vai ser um estagiário, ou vai trabalhar com papai. Eu quero com o banco da juventude fazer com que as pessoas possam ter dignidade, o jovem especialmente, o dentista, o médico, engenheiro.

É tanta coisa para fazer, mas não tem dinheiro que sobre, Everaldo, porque a grana alta que os grandes candidatos estão ganhando vão ter que devolver no futuro.

Considerações finais de Eduardo Jorge
Foi um debate bastante democrático, mas esse minuto que eu tenho aqui é o que eu tenho na TV, pouquíssimo, para discutir essas teses difíceis, como diz o jornalista, por falta de coragem das lideranças brasileiras. Assim nós criamos o PV de uma forma inovadora, uma forma de multiplicar esses pães e peixes desse um minuto.

Todos os dias, terça, quinta e sábado, quando aparecer aqueles um minuto e quatro segundos meus no partido verde na televisão, quando acabar eu vou continuar na Internet ao vivo conversando com quem quiser me criticar, completar, acrescentar, discutir essas teses inovadoras do PV, durante mais uma hora pela Internet. Quero ter a oportunidade de discutir e ouvir as críticas às nossas ideias.

Considerações finais de Pastor Everaldo Pereira
Minha irmã, meu irmão brasileiro, encerro agradecendo a rede que me colocou nesse debate e dizendo para você que eu reafirmo com clareza e honestidade para você que eu defendo a vida do ser humano desde a sua concepção, sou contra o aborto sem necessidade de plebiscito.

Sou contra a legalização das drogas. Sou a favor da família como está na Constituição Brasileira, casamento é homem e mulher. Sou a favor do livre mercado e da livre concorrência. Sou a favor da redução da maioridade penal, sou a favor da liberdade e da meritocracia, sou a favor da liberdade de imprensa e sem marco regulatório, Deus abençoe você, Deus abençoe sua família, Deus abençoe o nosso querido Brasil.

Considerações finais de Luciana Genro
As lutas do nosso povo, principalmente da juventude, tem mostrado que todos querem mais direitos, que não se aceita mais casos como do Amarildo e da Cláudia, que não se aceita mais a criminalização da nossa juventude, que não se aceita mais meios direitos para a comunidade LBGT, por isso eu peço o seu voto e peço que você dê um oportunidade para uma esquerda coerente.

O PSOL tem os melhores deputados federais no Congresso Nacional, que têm compromisso com as causas mais importantes do nosso povo e da nossa juventude. Jogar o voto fora é votar num candidato que pode ganhar e que vai te decepcionar.

Direitos Humanos não se negocia, direitos sociais não se entrega, é preciso ter lado, o lado do PSOL é o lado do povo, nós estamos juntos com a juventude, com os trabalhadores, com os aposentados, servidores públicos, em defesa de mais direitos e pedimos o seu voto no 50.

Considerações finais de Aécio Neves
Cumprimento os organizadores, os demais candidatos e me dirijo a você, telespectador, telespectadora. Ficou aqui absolutamente claro que temos dois campos políticos, o primeiro do governismo, que fracassou e irá entregar um país pior do que aquele que recebeu há quatro anos atrás.

No campo das mudanças, existem várias alternativas, uma, duas aparecem com maior consistência, e uma delas, eu não abro mão de repetir e reiterar que acredito nas boas intenções da candidata Marina, mas ela não consegue superar as enormes contradições vindas do seu projeto, que defende hoje teses que combatia há muito pouco tempo atrás.

Eu sou candidato a presidência da República para iniciar um novo tempo no Brasil, um tempo onde haverá respeito ao cidadão brasileiro, onde haverão investimentos adequados a saúde pública, onde a segurança vai voltar a chegar perto da sua casa, onde não existirá mais um estado unitário. A federação será reformada no nosso governo, porque a mudança está por vir, mas nós precisamos mais do que isso saber aonde essa mudança vai nos levar.

Considerações finais de Dilma Rousseff
Agradeço aos organizadores do programa e quero dizer que quando defendo com ênfase as realizações do meu governo pode parecer que eu estou plenamente satisfeita. Não estou. Mais do que ninguém eu acho que podemos e devemos fazer mais.

Eu fui eleita para dar continuidade aos avanços do governo do Presidente Lula. Preparamos também o Brasil para um novo ciclo de crescimento, Brasil mais inclusivo, Brasil moderno, mais produtivo e competitivo, para sermos cada vez mais um país de classe média, para criarmos cada vez mais oportunidades, para melhorarmos e gerarmos empregos cada vez mais de qualidade, para garantirmos estímulos para os empreendedores, fui eleita também para garantir saúde, educação e segurança e quero ser eleita também para isso.

Quero dizer que mais do que nunca eu acredito no Brasil e nos brasileiros. Eu acredito em você, telespectador, peço seu voto para o Brasil continuar avançando.

Considerações finais de Levy Fidelix
Os movimentos sociais de junho do ano passado demonstraram a insatisfação do povo, gente, temos uma nova chance de resgatar o que o povo deseja e quer, que é exatamente melhor educação para seus filhos.

A saúde do brasileiro, que morre à míngua na beira dos hospitais. A nossa juventude que quer chance e oportunidade, que não tem. Os nossos médicos que querem mais trabalho e trazem só mais médicos do exterior.

Queremos mudanças no modelo de desenvolvimento nacional, onde os bancos são os grandes predadores sociais, levam tudo, não sobra dinheiro para nada.

Eu quero ser a consciência cívica do povo, gente, não estou aqui para ganhar nada, seu Kennedy de Alencar, estou aqui para defender o povo, mesmo que não venha ganhar, porque dos 213 milhões de habitantes, estou aqui entre. Mudar e mudar. E vamos para a próxima oportunidade, muito obrigado.

Considerações finais de Marina Silva
Eu tenho dito que quem vai ganhar essas eleições não são as velhas estruturas. Será uma nova postura. A postura de estar aberto ao diálogo com os brasileiros, de debater as ideias e não ficar apenas fazendo o embate político.

É fundamental que cada brasileiro e brasileira não perca sua esperança. Nesse momento há um esforço muito grande de fazer com que você se recolha no medo. Eu tenho dito que não sou pessimista nem otimista, eu sou persistente.

E eu aprendi essa persistência com o povo brasileiro que enfrenta o hospital que não lhe atende, que vive em bairros que não tem segurança e que vê agora ameaçado seu emprego pela volta da inflação, pelo baixo crescimento. Eu quero ser presidente do Brasil para que você volte a acreditar na política e não pensar que um, a inteligência de um pode ser mais do que a inteligência de todos.

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