Um policial militar que fazia campanha eleitoral na Baixada Fluminense apontou um revólver contra fiscais do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) depois de ser abordado para reduzir o volume do alto-falante do carro que dirigia. A ameaça aconteceu no município de Japeri, na tarde desta terça-feira (19), e está sendo investigada pela Polícia Civil.

O homem, que não teve o nome divulgado, é sargento do 15º BPM (Batalhão de Polícia Militar), de Duque de Caxias, e prestou depoimento na 63ª DP. A delegacia fez um registro de ameaça e injúria e também ouviu os outros envolvidos.

Além disso, está convocando testemunhas para prestar depoimento, segundo a assessoria da Polícia Civil. A assessoria da PM informou que o comandante do batalhão, tenente coronel Ranulfo Brandão, abriu procedimento apuratório para elucidar o caso.

De acordo com o TRE, o cabo eleitoral foi abordado por dois fiscais da 139ª Zona Eleitoral de Japeri, no bairro da Chacrinha, em um Fiesta preto que executava em volume alto os jingles de campanha do deputado estadual Marcelo Simão (PMDB) e do deputado federal Marcelo Matos (PDT). Ambos buscam a reeleição.

A ameaça ocorreu depois que os fiscais ordenaram que o homem reduzisse o volume do alto-falante do veículo, que se encontrava em frente a uma escola estadual. Segundo informou o TRE-RJ, "a lei proíbe este tipo de propaganda a menos de 200 metros de hospitais, escolas e prédios públicos".

Ainda de acordo com o tribunal, em nota oficial, "o sargento reagiu com xingamentos, saltou do carro com o revólver e tentou intimidar os fiscais" e, "antes de retornar ao carro e fugir, gritou que era policial".

Na nota divulgada pelo TRE-RJ, o tribunal afirma que "o homem será processado por crime de ameaça, que prevê de um a seis meses de prisão", informação que não foi confirmada pela Polícia Civil.

Candidatos

A assessoria de comunicação do candidato a deputado estadual Marcelo Simão informou que, assim que soube do ocorrido, o peemedebista procurou saber a quem pertencia o Fiesta e entrou o contato com a dona do veículo. A mulher, que trabalha para a campanha, teria dito ao candidato que o marido havia saído com o carro "deliberadamente" naquele momento.

Segundo a assessoria, Simão dispensou os serviços da eleitora, "que há dez dias pediu para trabalhar na campanha e disse que poderia usar seu veículo como carro de som". O candidato afirmou ainda que o carro só estava autorizado a rodar em São João de Meriti, também na Baixada.

A reportagem tentou, sem sucesso, entrar em contato com o deputado federal Marcelo Matos. Também não conseguiu falar com nenhum representante do diretório estadual do seu partido, o PDT.