Viúva reúne aliados em PE para cobrar manutenção de ideais de Campos

Carlos Madeiro

Do UOL, no Recife

Um dia após o enterro do marido Eduardo Campos, a viúva Renata Campos pretende dar um recado às lideranças do PSB e partidos aliados que compõem a chama Frente Popular de Pernambuco. O encontro está marcado para as 10h desta segunda-feira (18), num casa de eventos da capital pernambucana.

Segundo fontes ouvidas pelo UOL, o recado tem como meta manter a frente com os mesmos ideais de Campos, e assim espantar um possível clima de frustração pela perda do principal líder.

"Renata deverá dar um recado que o desejo de Eduardo é que a luta dele prossiga", disse o irmão de Eduardo, Antonio Campos.

Um dos principais motivos para levantar o ânimo é tentar reverter o cenário desfavorável do candidato ao governo do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

Pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira (15) apontou Armando Monteiro (PTB) com 47% e Câmara com apenas 13%. 

Nesse dias, Paulo Câmara não concedeu entrevistas. Chegou-se até a se especular que o nome dele poderia ser substituído, mas pessoas mais ligadas a Campos descartam a ideia, o que deve ser ratificado por Renata.

"Não tem clima para conversar nada de política. Não é hipocrisia, estão todos muito abalados", disse um assessor próximo ao candidato, um dia após o acidente.

Amigo da família, Câmara viajou a São Paulo para ajudar nos trâmites da liberação do corpo. Voltou no sábado à noite, junto com o caixão, e manteve-se recluso durante todo o velório e enterro, sem conceder entrevistas.

Até o momento, Renata não se pronunciou publicamente. Sabe-se, por confidência de amigos, que ela desejaria ver Marina Silva assumir a cabeça da chapa do PSB à presidência. Tudo indica que ela também deseja ajudar na eleição de Câmara, como Campos iria fazer.

Durante o velório e enterro, o UOL ouviu vários políticos pernambucano e assessores. Ninguém se arriscou a dizer como ficará o cenário com a morte de Campos. Todos, porém, disseram que a comoção pode alterar tudo, com impacto ainda é imprevisível.

Em meio às dúvidas que pairam, o irmão de Campos disse que a família Arraes não vai deixar a política, e afirmou esperar ver Renata e o filho mais velho, João, tomarem à frente dos próximos passos.

"Estou torcendo para que meu sobrinho João e Renata tenham mais protagonismo. Terei minha colaboração. A família sempre participou com ele, como participou com o meu avô. O tempo vai conduzir", afirmou.   

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