Aécio minimiza empate com Marina no Datafolha e diz que manterá estratégia

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

  • Hanrrikson de Andrade/UOL

    Aécio Neves é recebido pelo secretário de Estado de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, em visita à comunidade Santa Marta

    Aécio Neves é recebido pelo secretário de Estado de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, em visita à comunidade Santa Marta

Em seu primeiro ato de campanha após a morte de Eduardo Campos (PSB) em um acidente aéreo na última semana, o candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) minimizou o resultado da recente pesquisa do Datafolha, que apontou mudanças no cenário eleitoral a partir da possível entrada de Marina Silva (PSB) na disputa e disse que não deve mudar a estratégia de campanha.

Marina Silva entraria na disputa eleitoral empatada com Aécio em segundo lugar, de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada hoje. Ela está tecnicamente empatada com o tucano, levando em conta a margem de erro de dois pontos para mais ou para menos: ela tem 21% das intenções de voto ante 20% de Aécio. Dilma tem 36%.

Aécio Neves afirmou, em visita à UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do morro Dona Marta, na zona sul do Rio de Janeiro, que o resultado da pesquisa era "absolutamente esperado". No local, ele assistiu à apresentação de uma orquestra integrada por crianças moradoras de comunidades no Rio de Janeiro e caminhou pelas vielas da favela --no trajeto, conversou com moradores e cumprimentou comerciantes.

Ele afirmou ainda que não pretende criar uma estratégia específica em seu horário político na TV para atrair o eleitorado que tende a fugir da polarização entre PT e PSDB e que pode optar pelo voto em Marina. "Não muda absolutamente nada", disse ele. "As pessoas estão em busca de propostas. O horário eleitoral é uma oportunidade muito importante, principalmente para os candidatos menos conhecidos."

O candidato disse ter recebido o resultado da pesquisa com "muita tranquilidade". "Acho que era algo absolutamente esperado. Eu vejo um certo açodamento de se prospectar cenários futuros. Eu hoje sou condutor de um projeto para o Brasil. (...) Tenho muita confiança de que estaremos no segundo turno. Estaremos prontos para vencer as eleições", declarou. "O que ficou claro nessas pesquisas, e eu já antevia isso, é que teremos segundo turno. Era uma perspectiva cada vez mais provável. Era uma certeza."

Para Aécio, que se disse ainda consternado pela morte de Eduardo Campos, o Brasil vive atualmente um momento de "muita comoção" política. No entanto, questionado se via uma ligação entre a morte de Campos e as intenções de voto em Marina, o tucano negou. "Eu não disse isso."

"Sem dúvida alguma, [a candidatura de Marina] impacta a eleição. Mas não tem mudança essencial. (...) Acho que a Marina é uma candidata que tem valores e propostas", afirmou. "Vamos fazer um belo debate."

O coordenador-geral da campanha do tucano, senador Agripino Maia (DEM-RN), também afirmou que o resultado da pesquisa não vai mudar a estratégia de atuação da candidatura. "A pesquisa foi feita sobre o impacto da emoção e, por isso, acho que não há nenhuma razão para a campanha de Aécio mudar a sua estratégia", afirmou Agripino, ao destacar que Marina, "de maneira nenhuma", será alvo de ataques do candidato do PSDB. Segundo o coordenador-geral, Aécio trabalhará de forma propositiva, apresentando ao eleitorado o que, na avaliação da campanha, é o melhor para o País nos próximos quatro anos.

UPPs

O candidato prometeu levar o programa de unidades de polícia pacificadora, criado no Rio de Janeiro, a outras regiões metropolitanas e aglomerados urbanos que sofram com áreas controladas pelo crime organizado.

Aécio destacou os avanços que as UPPS proporcionaram às comunidades onde foram instaladas, mas disse que é preciso agora cuidar da segunda etapa: "emprego, saúde, educação de qualidade e cuidar das mulheres, pois elas são as mantenedoras da maioria das casas nessas comunidades e precisam ter também oportunidade de geração de renda." O candidato conversou com o comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, e com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, na sede da unidade do Dona Marta. "Meu governo vai planejar e articular uma política nacional de segurança e aproveitar de forma muito positiva a experiência das UPPs construída pelo Estado do Rio." (Com Agência Brasil)

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