Corpo de copiloto do avião de Campos é enterrado no interior de MG

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

  • Reprodução/Google +

    Geraldo Magela Barbosa da Cunha, 44, era o copiloto do voo que caiu em Santos

    Geraldo Magela Barbosa da Cunha, 44, era o copiloto do voo que caiu em Santos

O corpo do copiloto Geraldo Magela Barbosa da Cunha, 44, uma das vítimas da queda do avião do candidato Eduardo Campos, foi enterrado neste domingo (17) às 14h, em cemitério da cidade de Governador Valadares (311 km de Belo Horizonte), cidade natal de Cunha.

A informação foi repassada por Odete Ferreira da Cunha, 75, mãe de Geraldo Magela. Segundo ela, o velório começou na noite deste sábado (16) na Sexta Igreja Presbiteriana, situada no bairro São Pedro, na cidade mineira.

A idosa informou que a mulher de Geraldo Magela, grávida de sete meses, ficou muito abalada emocionalmente. Ela estava nos EUA comprando o enxoval do bebê, uma menina, quando soube da morte do marido. Ela chegou ao Brasil na sexta-feira passada, quando retornou da casa do cunhado, localizada em New Jersey.

O casal morava na cidade de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, e tem mais um filho, de 3 anos.

Conforme Odete Cunha, amigos e parentes se revezaram no velório para prestar as últimas homenagens ao copiloto.

Medo de rodovia

Eduardo Cunha, 50, irmão mais velho da vítima, contou uma curiosidade sobre o copiloto.

Segundo ele, o copiloto tinha mais medo da BR-381, conhecida em Minas Gerais como "rodovia da morte", do que pilotar aviões. Ele se tornou piloto nos EUA, país que morou na década de 80.

O município de Governador Valadares é acessado pela BR-381 e o copiloto a utilizava quando ia visitar a família. Geraldo Magela foi descrita como uma pessoa apaixonada pelo trabalho e pela família.

"Ele gostava da profissão. O negócio dele era voar. Quando vinha para cá, de férias, nem saía de casa. Mas bastava alguém o chamar para trabalhar que ele ia na hora. Gostava demais do que fazia", afirmou. Eduardo Cunha ainda disse que o irmão era muito organizado.

"Uma pessoa muito organizada, sistemática, correta, centrada. Toda vida, desde menino, foi assim. Tinha uma meta que ninguém tirava dele. Tinha vontade de mudar daqui, de crescer, de estudar e se interessou muito pela aviação", disse.

A mãe do copiloto, que tem mais dois filhos, disse que Geraldo Magela era um lutador.

"Ele era um lutador, um guerreiro. Sempre lutou pelos seus ideais. Foi um bom filho e lutou sozinho na vida, porque a gente nunca teve recurso. Ele foi criado sem pai e mesmo assim se tornou um pai apaixonado pelo filho, de três anos, e pela filha, que vai nascer em outubro', contou.

A idosa afirmou ter tido conhecimento da morte do filho quando estava aguardando para ser atendida em um consultório médico.

"Passou isso na televisão. Eu fiquei olhando, mas a ficha não caiu. De repente, eu me lembrei: meu Deus, o meu filho é piloto dele", relembrou.

Ela, que disse ser evangélica, afirmou se apegar na fé para enfrentar a situação. "Não sou eu, é Deus na minha vida. Porque se não for ele, a gente não pode nada", declarou.
A mulher ainda disse que o filho gostava de trabalhar prestando serviços a Eduardo Campos. Segundo ela, Geraldo Magela o descreveu como sendo uma pessoa simples e que tratava todos com cordialidade.

"Ele gostava muito do Eduardo Campos e de trabalhar com ele. Dizia que ele era uma pessoa simples, muito boa, educada e tratava todos muito bem. Tem pessoas que o dinheiro, em vez de ficar no bolso, sobe para a cabeça. Mas não era o caso do Eduardo Campos", descreveu.

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