Se escolhida no lugar de Campos, Marina terá saia-justa em alguns palanques

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

  • André Coelho - 3.jul.2014/Ag. O Globo

    Eduardo Campos e Marina Silva ao registrar a chapa no TSE, em julho

    Eduardo Campos e Marina Silva ao registrar a chapa no TSE, em julho

Caso venha a se confirmar como substituta de Eduardo Campos na corrida presidencial, Marina Silva, atual vice na chapa, poderá enfrentar uma saia-justa em alguns palanques regionais por causa da oposição declarada contra alianças firmadas em alguns Estados --entre eles, os dos três maiores colégios eleitorais do país: Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Em São Paulo, ela foi opositora ferrenha à coligação com o tucano Geraldo Alckmin, candidato à reeleição ao governo local, e chegou a dizer que não subiria "em hipótese alguma no palanque do PSDB".

Marina defendia candidatura própria do partido ao governo paulista, mas o PSB decidiu se aliar a Alckmin em troca da vaga de vice na chapa, para a qual foi indicado o deputado Márcio França (PSB-SP). No plano nacional, Alckmin continuou a apoiar o candidato de seu partido, o senador Aécio Neves (MG), na corrida presidencial.

Outra divergência entre Campos e Marina se deu no Rio de Janeiro, com o apoio do PSB ao senador Lindberg Farias (PT), candidato ao governo fluminense que apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Alianças firmadas por Campos e desaprovadas por Marina
  • Edson Silva /Folhapress
    SP: Apoio a Alckmin
    PSB lançou vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB)
  • Júlio César Guimarães/UOL
    RJ: Apoio a Lindberg
    O PSB apoiou a candidatura de Lindberg Farias (PT) ao governo fluminense
  • Rodrigo Lima/NITRO
    MG: apoio a Pimenta da Veiga
    O prefeito de BH inicialmente apoiou candidatura de Pimenta da Veiga (PSDB)

Marina também terá que driblar atritos dentro do próprio do PSB. Em Minas Gerais, por exemplo, ela e o seu grupo político, a Rede, foram contrários à decisão do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), de apoiar a candidatura do tucano Pimenta da Veiga ao governo estadual. A questão acabou solucionada com o lançamento de uma candidatura própria do PSB com Tarcísio Delgado.

Nos locais em que o seu grupo da ex-senadora e o PSB não chegaram a um acordo, Marina evitou fazer atividades de rua ao lado de Campos durante a campanha. 

Os rumos na sucessão presidencial seguem por enquanto indefinidos, mas a coligação (formada, além do PSB, por PPS, PSL, PPL, PRP e PHS) precisará se decidir logo, uma vez que a legislação eleitoral dá prazo de dez dias para a indicação de um novo nome. E o prazo fica ainda mais apertado se considerar que o horário eleitoral no rádio e na TV começa na próxima terça-feira.

De um lado, caso venha a escolhida para suceder Campos na liderança da chapa, Marina terá o desafio de superar essas diferenças com alas do PSB. De outro, o partido precisará levar em conta a decisão já manifestada por Marina de, a partir de ano que vem, se dedicar à criação da Rede, que teve o seu registro rejeitado no ano passado pela Justiça eleitoral.

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