Entenda os próximos passos na investigação do acidente que matou Campos

Do UOL, em Brasília*

As investigações sobre a queda do avião em Santos (SP) que causou a morte do candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) começaram no Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), em Brasília. O acidente resultou na morte de mais seis pessoas a bordo.

Segundo a Aeronáutica, a caixa-preta da aeronave já está em Brasília. O equipamento já começou a ser desmontado para acessar a memória do gravador de voz e avaliar as condições de leitura dos dados.

A assessoria de imprensa da FAB (Força Aérea Brasileira) informou que a aeronave envolvida no acidente possuía apenas gravador de conversas, mas não tinha gravador de dados como altitude e velocidade. Também disse que ainda não é possível saber se as gravações de voz da cabine estão em condições de análise e se podem contribuir para a investigação. Os peritos vão analisar a memória por um microscópio que aumenta o material em até 200 vezes. Caso não seja possível ouvir as gravações, o Cenipa deve levar o áudio para um novo tratamento para recuperar a gravação comprometida.

Em Santos, investigadores coletaram destroços do avião. De acordo com a Aeronáutica, a perícia deve ser feita na base aérea de Santos. Não há previsão para o prazo de conclusão das investigações das causas do acidente. O prazo depende da complexidade de cada caso. No acidente de Campos, o trabalho está sendo inicialmente considerado complexo devido aos danos na aeronave e na caixa-preta. Segundo os técnicos militares, a preservação dos registros, entretanto, só poderá ser avaliada após a abertura do equipamento.

A apuração é feita pelo Cenipa e pelas Polícias Civil e Federal.

Veja abaixo como será feita a análise dos equipamentos da aeronave.

Veja itens investigados em acidentes aéreos
  • FAB/EFE
    Caixa-preta
    É um equipamento que grava conversas de tripulantes na cabine no gravador de voz e também registra dados do voo como velocidade e altitude no gravador de dados. As informações são analisados pelo Labdata (Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo) da Aeronáutica. Apesar do nome, a caixa é laranja. Normalmente fica localizada na parte traseira da aeronave. Foto: FAB/EFE
  • Johann Peschel/BEA/Reuters
    Avaliação de danos e coleta de dados
    Ao chegar no laboratório, é feita análise dos danos causados à caixa-preta com o impacto do acidente. O equipamento é desmontado para que seja possível acessar a memória do gravador. O Cenipa, órgão da Aeronáutica, também entra em contato com a operadora da aeronave para obter informações sobre o modelo de gravador de dados para ajudar na perícia. Foto: Johann Peschel/BEA/Reuters
  • Silva Junior/Folhapress
    Leitura do gravador de voz
    O gravador de voz (cockpit voice recorder, ou CVR) registra as conversas de rádio entre o avião e os órgãos de controle de tráfego aéreo, as comunicações entre piloto e tripulação e o som ambiente da cabine. Em geral, o equipamento grava as duas últimas horas de voo, e os últimos 30 minutos em alta definição. Após ouvir as gravações, os investigadores fazem a transcrição das vozes para análise. Foto: Silva Junior/Folhapress
  • Divulgação
    Análise do gravador de dados
    O equipamento (flight data recorder, ou FDR) monitora dados de altitude, velocidade, potência dos motores, fluxo de combustível, entre outros parâmetros. A legislação determina que o equipamento tenha capacidade para coletar, no mínimo, 29 parâmetros. O avião do acidente de Campos não possuía esse equipamento, segundo a FAB Foto: Divulgação
  • Marcel Vincenti/UOL
    Animação
    Um software faz a leitura do gravador de dados e produz uma animação computadorizada para representar as condições enfrentadas pela aeronave antes do acidente. A animação utiliza o áudio obtido pelo gravador de voz da caixa-preta. Essa animação se assemelha a um simulador de voo, pois o objetivo é reproduzir o que aconteceu durante o acidente e entender as possíveis causas. Foto: Marcel Vincenti/UOL
Fonte: FAB (Força Aérea Brasileira)

*Com informações da Agência Brasil

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