Governo do PT demonizou privatização, diz Aécio a empresários

Bruna Borges

Do UOL, em Brasília

  • Joel Rodrigues/Folhapress

    O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante sabatina na CNI

    O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, durante sabatina na CNI

O candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves, disse nesta quarta-feira (30) que o governo do PT por muitos anos "demonizou as privatizações".

A declaração foi feita durante sabatina realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com os presidenciáveis em Brasília.

"A grande verdade é que o governo demonizou as privatizações. E o aprendizado do PT no governo vem custando muito caro ao Brasil. O tempo perdido é um tempo que não volta mais", declarou o candidato.

Para o tucano, o governo federal falhou na condução da política econômica.

"Não é normal para um país que tem a renda do Brasil viver um momento de desindustrialização. Todos nós acompanhamos os impactos da crise de 2008, mas os resultados pífios da economia brasileira são obras de brasileiros, são obras do governo federal, isso não podemos aceitar", disse.

Aécio é o segundo colocado nas pesquisas eleitorais. Na última pesquisa Ibope, ele tinha 22% das intenções de voto, atrás apenas da presidente Dilma Rousseff (PT), que aparecia com 38%.

Aos empresários da indústria, Aécio defendeu uma maior previsibilidade da política econômica e prometeu a simplificação do sistema tributário no início de seu eventual governo. "A realidade nua e crua é que o governo falhou, o Estado se transformou em um cemitério de obras inacabadas, com sobrepreço."

"7 a 1" e Mercosul

Aécio afirmou que o Brasil é pouco produtivo e competitivo na área da indústria, e que, se eleito, poderá avançar no setor e atrair investimentos de fora do país. O candidato afirmou que a meta de seu eventual governo será "aumentar a taxa de investimento de cerca de 18% do PIB (Produto Interno Bruto) para 24% até o final de 2018", por meio de parcerias com o setor privado.

O presidenciável ainda fez uma brincadeira com o placar de 7 a 1, remetendo à derrota do Brasil para a Alemanha na Copa do Mundo. "Os 7% de inflação e 1% de crescimento do PIB, é esse o placar que me preocupa."

O tucano defendeu que a área que compreende os países do Mercosul seja transformada em uma região de livre comércio. "Prometo o realinhamento da politica externa a uma agenda comercial, e não ideológica, e integrar as indústrias brasileiras as cadeias globais de produção", disse.

O senador também prometeu "enfrentar a guerra fiscal" e "desonerar os investimentos e as exportações".

"[Precisamos] resgatar as agências reguladoras, sem o aparelhamento atual", declarou.

Aécio criticou a atuação do governo Dilma na condução das políticas públicas nas áreas da saúde, educação e segurança pública. Para o candidato, houve "omissão" do Estado.

Durante a sabatina, Aécio algumas vezes evitou responder objetivamente às questões dos empresários e afirmou repetidamente que, se eleito, irá garantir previsibilidade das medidas econômicas e segurança econômica e jurídica e que terá "coragem para fazer o que tem de ser feito", também disse que a indústria durante seu eventual governo será mais competitiva.

Além de Aécio, os candidatos Eduardo Campos (PSB) e Dilma também participam da sabatina com os industriais nesta quarta-feira. Campos foi o primeiro a falar. Ele criticou as alianças feitas pelo governo e prometeu fazer uma reforma tributária. Dilma falará no período da tarde.

Veja abaixo o que os presidenciáveis já declararam sobre reforma tributária: 

Reforma tributária

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