Criticada por indústria, Dilma vai a sabatina da CNI com Aécio e Campos

Do UOL, em Brasília

  • Ueslei Marcelino - 3.mai.2012/Reuters

    Presidente Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega participam de uma reunião com empresários no Palácio do Planalto, em 2012; relação do governo com setores da economia está desgastada

    Presidente Dilma Rousseff e o ministro Guido Mantega participam de uma reunião com empresários no Palácio do Planalto, em 2012; relação do governo com setores da economia está desgastada

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) vai debater nesta quarta-feira (30) propostas para o setor com os candidatos à Presidência da República melhor colocados nas pesquisas eleitorais. Participarão dos painéis de discussão com os empresários a presidente Dilma Rousseff (PT), que concorre à reeleição, e os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

O governo da petista é fortemente criticado por setores da indústria, que discordam da política econômica do Planalto. 

O evento é ainda o primeiro em que os três principais presidenciáveis participam no mesmo dia. No entanto, os candidatos serão ouvidos separadamente e não debaterão entre si.

No evento, os empresários pretendem apresentar aos candidatos propostas para ampliar a competitividade das indústrias brasileiras. A CNI defende como prioridade a reforma tributária, com simplificação do sistema e a redução dos impostos.

Durante o encontro, cada candidato terá 1h25 para ouvir as prioridades da indústria, apresentar suas propostas e responder às perguntas dos empresários. A CNI formula propostas para melhoria da indústria desde 1994. Neste ano, a instituição preparou 42 propostas para o próximo governo e pretende convencer os candidatos a assumirem o compromisso de aplicar as sugestões, que incluem projeto de lei e instruções normativas.

Na sabatina, Dilma deve ser questionada sobre um dos pontos mais polêmicos de sua gestão, a política econômica. Nos últimos três anos, a presidente tomou medidas que beneficiaram a indústria, como a desoneração da folha de pagamento e a redução das tarifas de energia, mas as ações não evitaram o desempenho fraco da indústria neste ano.

Entre as principais críticas ao governo, estão o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a falta de previsibilidade sobre as medidas que serão tomadas e a dificuldade de controlar a inflação.

Na corrida ao Palácio do Planalto, Dilma minimiza a desaceleração da economia brasileira para tentar diminuir o índice de rejeição. O encontro de hoje tenta diminuir esta insatisfação.

Já os adversários mais bem colocados nas pesquisas, Aécio e Campos, defendem que a presidente é uma má gestora e é a maior responsável pelo desempenho da economia.

Relação entre governo Dilma e setores da economia
  • Victor Moriyama 12.mar.2013/Folhapress
    Relação desgastada com empresários
    A Câmara de Gestão e Competitividade, presidida por Jorge Gerdau (foto), foi criada por Dilma no início de seu mandato. No entanto, após o relacionamento entre o Planalto e os setores privados se desgastar, o órgão parou de se reunir -- o último encontro foi no ano passado. Em entrevista, Gerdau criticou o excessivo número de ministérios no governo Foto: Victor Moriyama 12.mar.2013/Folhapress
  • Luiz Prado/Divulgação BM&FBOVESPA
    Dilma desce, Bolsa sobe
    O empate técnico entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em um eventual segundo turno e a queda no nível de aprovação do governo na pesquisa Datafolha divulgada no último dia 17 foram o maior patamar da Bovespa desde 14 de março de 2013. Ultimamente, sempre que a presidente cai nas pesquisas, a Bolsa reage com otimismo Foto: Luiz Prado/Divulgação BM&FBOVESPA
  • Reprodução
    Carta do Santander
    O banco Santander enviou no mês de julho de 2014 aos seus clientes de alta renda um texto afirmando que o eventual sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff irá piorar a economia do Brasil Foto: Reprodução
  • Shutterstock
    Revisão das tarifas de empresas elétricas
    A decisão que tentou baratear em 20% a conta de luz em janeiro do ano passado causou insatisfação nas empresas do setor elétrico Foto: Shutterstock
  • Shutterstock
    BB e Caixa forçam bancos privados a derrubarem os juros
    O governo pressionou os bancos estatais a aumentarem a oferta de crédito e a baixar os juros para incentivar o consumo em meio à desaceleração da economia. Tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa registraram lucros recordes em 2012, enquanto Itaú, Bradesco e Santander viram seus ganhos diminuírem de ritmo no mesmo período Foto: Shutterstock
  • Shutterstock
    "Contabilidade criativa" do superavit primário
    A equipe econômica do governo Dilma apresentou uma manobra contábil para fechar as contas de 2012 dentro da meta para o ano. A medida foi criticada pelo mercado e pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que apesar disso, aprovou as contas com 22 ressalvas Foto: Shutterstock

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