Dilma minimiza impacto da derrota do Brasil na Copa nas eleições

Do UOL, em Brasília

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    A presidente Dilma Rousseff dá entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da rede de TV americana CNN

    A presidente Dilma Rousseff dá entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da rede de TV americana CNN

A presidente Dilma Rousseff minimizou nesta quinta-feira (10) eventual impacto da eliminação do Brasil da Copa do Mundo nas eleições de outubro, em que irá concorrer novamente ao Planalto.

Em entrevista à rede de TV americana CNN, Dilma negou que a imagem do Brasil vendida com a realização bem-sucedida da Copa refletisse uma "fantasia" e desconversou quando questionada se o vexame do time brasileiro representaria um desafio para ela nas urnas.

Em vez de responder, a petista exaltou dados do seu governo e da gestão de seu sucessor e padrinho político, Lula, em relação ao número de pessoas que tiveram ascensão social.

"Primeiro, eu acho que o Brasil que você está descrevendo não tem a ver com o Brasil real. O Brasil real é o país que desde 2003 teve 36 milhões de pessoas que saíram da pobreza, também conseguimos elevar 42 milhões para a classe média, só para dar uma ideia é o equivalente à Argentina, que é bem populosa", disse.

E continuou: "Então isso prova que fomos bem sucedidos e em menos do uma década. E essas pessoas têm demandas para melhores serviços de saúde e educação e faremos todos os nossos esforços para que isso aconteça".

Sobre o mal estar causado pelas denúncias de espionagem por parte dos Estados Unidos em relação a autoridades e empresas de outros países, incluindo o Brasil, Dilma justificou a resposta dura do Brasil, evidenciada com o cancelamento de uma viagem de Estado ao país, para cobrar transparência.

A presidente ressaltou a parceira estratégia entre os dois países e rejeitou haver qualquer problema com a administração de Barack Obama.

"Eu não acredito que a responsabilidade da espionagem é do governo Obama, mas, sim, parte de um processo que veio em decorrência do 11 Setembro", afirmou.

Há menos de um mês, o vice-presidente americano, Joe Biden, esteve no Brasil para tentar apaziguar o mal estar causado pelo episódio.

Copa e ditadura

A íntegra da entrevista foi ao ar hoje, mas ontem a CNN já havia divulgado uma prévia. No trecho que foi veiculado ontem, Dilma disse que "nem em pesadelo" previa uma derrota de 7 a 1 do Brasil na Copa. "Nem meus pesadelos são tão terríveis ou vão tão longe. Como torcedora, é claro, estou profundamente triste e compartilho o mesmo sentimento com outros fãs", lamentou.

A entrevista durou cerca de meia hora. A presidente também falou sobre o fato de ser uma mulher na Presidência, disse "parabéns" à sua colega Angela Merkel pela classificação da Alemanha para a final e comentou seu passado durante a ditadura, da época em que era guerrilheira e que sofreu tortura. 

Sobre o fato de ter sido torturada no período da ditadura militar, Dilma disse que é difícil viver sob um regime desses, que "limita os sonhos". A presidente exemplificou que, na época, até mesmo greves e protestos eram vistos como ofensa ao regime. "Quando jovem, lutei contra a ditadura e me orgulho disso".

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