Pedágio, presídios e verba para cultura são temas usados para troca de ataques em debate em Campinas (SP)

Paulo Reda

Do UOL, em Campinas

O último debate do segundo turno da eleições em Campinas, entre os candidatos Jonas Donizette (PSB) e Marcio Pochmann (PT), realizado pela "EPTV/Globo", manteve o tom de troca de acusações e críticas que marcaram a reta final da campanha eleitoral na cidade. Pedágio urbano, trabalho infantil, recursos para a cultura e construção de presídios foram os temas usados pelos candidatos para trocar ataques.

A primeira pergunta do debate foi feita por Marcio Pochmann (PT) a Jonas Donizette (PSB) sobre segurança pública e presídios instalados na região. Donizette disse que pretende trabalhar com reeeducandos e investir na educação para reduzir a criminalidade.

O candidato do PT lembrou que o prefeito Antônio da Costa Santos, o Toninho (PT), foi uma vítima da violência urbana, ao ser assassinado em 2001. Em seguida, Donizette criticou a proposta de fusão de extinção da Secretaria de Esportes e de sua fusão com a pasta de Cultura. "O Plano Nacional de Cultura prevê o repasse de verbas para municípios que tenham uma secretaria exclusiva para a Cultura. Nós vamos perder os investimentos?", perguntou Donizette.

O petista destacou que isso não irá comprometer a vinda de recursos federais para as duas áreas.

Na pergunta seguinte, Pochmann criticou a proposta de pedágio urbano, aplicado pelo governo estadual do PSDB --partido aliado a Donizette. O candidato do PSB argumentou que essa crítica é uma estratégia eleitoral do PT e que a Artesp (Agência Reguladora de Serviços de Transporte do Estado de São Paulo) informou que o pedágio urbano não será cobrado. 

"Vamos lutar contra a instalação de presídios. Quero fazer uma frente a isso. Quero fazer um grande esforço para não ter mais pedágios nem presídios em Campinas", afirmou Pochmann.

Bilhete Único

O segundo bloco começou com uma pergunta de Donizette para Pochmann sobre o bilhete único. O candidato do PSB disse que irá ampliar em meia hora o tempo de uso diário do sistema.

Pochmann ressaltou que essa proposta irá encarecer a tarifa e que sua intenção é implantar o bilhete único mensal ao custo de R$ 150. O tema selecionado na sequência foi corrupção.

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  • Arte/UOL

Donizette perguntou ao candidato do PT sobre o envolvimento do vice-prefeito cassado, Demétrio Vilagra (PT), no escândalo de corrupção da Sanasa. Pochmann respondeu que seu estilo de governo é o da presidenta Dilma, que não admite o mal feito. O tema seguinte selecionado foi saneamento básico.

Pochmann perguntou a Donizette se ele irá implantar na cidade o modelo adotado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), de privatizar o sistema de água e esgoto. O candidato do PSB garantiu que não pretende privatizar a Sanasa - empresa municipal de saneamento.

No início, Donizette afirmou que o PT é o grande responsável pela "indústria de multas" implantada na cidade. Pochmann afirmou que os radares são um instrumento de controle de tráfego, mas que o PSDB, que apoia Donizette, é o partido dos pedágios.

Trabalho infantil

Na sequência, Pochmann mencionou uma lei municipal de autoria de Donizette quando era vereador, em 1997, que previa o trabalho de crianças e adolescentes em feiras livres.

O candidato do PSB disse que a pergunta revelava o nervosismo do candidato do PT, que usaria essa lei antiga para atacá-lo na reta final de campanha.

"Esse é o feitio do PT. Em duas perguntas lançou dois ataques. Eu tenho aqui documentos de uma cooperativa de táxis onde a Artesp diz que não haverá cobrança de pedágio urbano. Isso é coisa que o PT inventa. Eu me preocupo com as crianças. Todas elas devem estar na escola. Ensino profissionalizante para os nossos jovens" afirmou Donizette.

Donizette questionou Pochmann sobre a estratégia de seu governo para alavancar a implantação de novas empresas na cidade.

O candidato do PT afirmou que é um especialista nesse setor e que saberá adotar as medidas necessárias para que as indústrias venham para Campinas.

Em sua última pergunta, Pochmann questionou Donizette sobre a expansão do Aeroporto de Viracopos. O candidato do PSB disse que não removerá famílias dos bairros que estão no entorno do aeroporto para as obras de construção da segunda pista de Viracopos.

Nas considerações finais, Pochmann destacou que o debate foi democrático, e que Campinas tem a opção de escolher entre um candidato com experiência administrativa ou uma "opção duvidosa".

Donizette encerrou o debate afirmando que o PT teve a chance de fazer a diferença na cidade e não fez, e que sua candidatura não compactua com os erros do passado.

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