Temer anuncia apoio do PMDB a Haddad e diz que suposto ministério para Chalita é "maldade"

Julianna Granjeia

Do UOL, em São Paulo

Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (11) para oficializar o apoio do PMDB à candidatura do petista Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo, o vice-presidente da República Michel Temer disse que o suposto oferecimento de um ministério a Gabriel Chalita, candidato derrotado de seu partido na capital paulista, é "maldade".

"Isso é uma maldade", disse Temer sobre a troca de alianças por ministérios e escolha de vereadores de seu partido para a composição do secretariado de Haddad, caso este seja eleito. "Estou ganhando esse ministério há cinco anos", ironizou Chalita na sequência.

Temer também afirmou que a oficialização da aliança foi adiada da quarta (10) para esta quinta-feira (11) para alongar as conversas com o PT.

"As conversas evoluíram de ontem para hoje e anunciamos o apoio em São Paulo porque é uma cidade importante. Sobre Natal e Mauá [na capital potiguar, o PMDB está na disputa pelo 2º turno, e o PT não; em Mauá, os dois partidos se enfrentarão no segundo turno], vamos conversar hoje à tarde para chegar a um entendimento", disse Temer.

Candidato petista diz que aliança foi "propositiva"

Ao falar sobre a aliança, Haddad, que enfrenta José Serra (PSDB) no 2º turno,  afirmou que a união com o PMDB foi feita por conta das propostas em comum.

"Não sei se é inédito, mas é incomum essa união por ideias. Queremos dar exemplo de como as coisas devem ser na política”, disse o candidato petista. “Chalita abordou em sua campanha questões importantes sobre transporte, UPAs, educação integral, Poupatempo para pessoas jurídicas, que vamos incorporar no nosso programa porque queremos um governo que seja de todos para todos".

Chalita afirmou que está à disposição para participar da campanha de Haddad tanto na TV quanto nas ruas. "Não é um ato escondido. O candidato é ele, mas eu estou à disposição", disse o peemedebista.

Haddad e Chalita negam exploração da religião durante a campanha

Questionado se iria articular seu eleitorado religioso para levar votos à campanha petista, Chalita disse que é contra usar religião em campanhas politicas.

"Na campanha, fiz discurso contra usar a religião, fui o primeiro a colocar isso na campanha”, explicou o peemedebista. “É ruim a pessoa ir a uma missa, a um culto, e ouvir falar de um candidato, assim como ir a uma universidade para pedir votos”.

Haddad também falou sobre o tema e  afirmou que religião é uma “questão privada, familiar, que não deve ser usada”.

"Meu avô era líder religioso no Líbano, minha mãe tem um trabalho na favela Catarina. Eu visitei obras de comunidade judaicas, cristãs, mas isso é uma questão privada”, disse o petista. “A formação cristã que eu tive é muito profunda, mas não vou usar isso para ganhar votos”.

Questionado sobre como iria responder às críticas do pastor Silas Malafaia, da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, sobre o "kit gay", o petista disse que pretende discutir ideias pessoalmente, nos debates.

"Vamos deixar de lado esse negócio de 'arrebentar', não vou fazer ameaça pelos jornais. Ele [José Serra] trouxe do Rio de Janeiro um pastor para me ofender”, afirmou Haddad. “Talvez tenha que responder aisso como respondo para vocês [jornalistas], mas teremos muitos debates e quero muito discutir São Paulo”.

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