ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT) avançam para o 2º turno em Salvador

Do UOL, em São Paulo

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    Em campos ideológicos diferentes, ACM Neto (DEM) (à esq.) e Nelson Pelegrino (PT) terão segundo embate

    Em campos ideológicos diferentes, ACM Neto (DEM) (à esq.) e Nelson Pelegrino (PT) terão segundo embate

Após embates durante a campanha no 1º turno, os candidatos ACM Neto (DEM) e Nelson Pelegrino (PT) confirmaram a tendência apontada pelas pesquisas de opinião e avançaram para o segundo turno na capital baiana. Desde o início de agosto ambos sempre apareceram como favoritos.

Os dois candidatos contam com padrinhos políticos poderosos. Neto carrega a herança política do avô Antônio Carlos Magalhães, o pai do “carlismo”, e Pelegrino tem o apoio do governador do Estado, Jaques Wagner (PT), da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-prefeito Mário Kértesz, do PMDB, chegou a ficar empatado tecnicamente com Pelegrino no início de agosto, mas sua campanha não decolou.

Cotas raciais

A campanha em Salvador foi marcada pela controvérsia das cotas raciais: uma propaganda de rádio e TV veiculada pela campanha petista citou a oposição do DEM a políticas públicas para negros nas universidades públicas.

O programa eleitoral do PT em Salvador usou a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) movida pelo DEM no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o sistema de cotas na UnB (Universidade de Brasília) para colar em Neto a imagem de candidato contrário à política de reserva de vagas.

A estratégia petista levou ao crescimento das intenções de voto em Pelegrino e obrigou ACM Neto a se pronunciar favoravelmente às cotas.

Neto conseguiu barrar a propaganda na Justiça e obter direito de resposta, juntando ao processo diversas entrevistas em quem se posiciona favorável ao sistema.

Perfil do candidato

Nome: Antônio Carlos Peixoto Magalhães Neto
Partido: DEM
Nascimento: 26/01/1979
Município de nascimento: Salvador/BA
Ocupação: Deputado
Vice: Célia Oliveira de Jesus Sacramento (PV)
Coligação: É Hora de Defender Salvador (PTN / PPS / DEM / PV / PSDB)

O presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), teve inclusive de dar explicações públicas e dizer que o partido era sim favorável às cotas.

“O partido votou na Câmara e no Senado pelas cotas”, disse o presidente do DEM, em referência à lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) que destina 50% das vagas em universidades federais para estudantes vindos de escolas públicas.

A capital baiana é mais "negra" do país, com 743,7 mil pessoas que se declaram afrodescendentes, segundo o censo 2010 do IBGE.

Ameaça de surra

Em seguida a propaganda na TV da campanha petista resgatou um vídeo de 2005, no qual ACM Neto ameaça “dar uma surra” em Lula.

O democrata então se disse “arrependido” em seu horário eleitoral.

Perfil do candidato

Nome: Nelson Vicente Portela Pellegrino
Partido: PT
Nascimento: 27/12/1960
Município de nascimento: Salvador/BA
Ocupação: Deputado
Vice: Maria Oliva Santana (PC do B)
Coligação: Todos Juntos por Salvador (PP / PDT / PT / PTB / PR / PSDC / PHS / PMN / PTC / PSB / PRP / PPL / PSD / PC do B / PT do B)

Os embates entre petistas e democratas vem da eleição do atual governador Jaques Wagner. No ocasião, o então presidente Lula decretou o fim do "carlismo" no Estado.

Bolsa Família

ACM Neto também usou uma tática inusitada, ao defender uma bandeira petista, o Bolsa Família.

O democrata sustentou sua tese com projeto de lei apresentado por ele no Congresso Nacional que reajusta o valor do benefício pelo índice da inflação.

José Agripino Maia, novamente, teve de sair em defesa de ACM Neto. Ele afirmou que o partido nunca se opôs à criação do Bolsa Família e, para exemplificar, citou a criação do Fundo de Combate à Pobreza pelo avô do candidato democrata, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães,  morto em 2007.

Aprovado pelo Congresso no ano 2000, o então Fundo de Erradicação da Pobreza, destinou recursos para os programas de assistência social do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e posteriormente veio a financiar também os projetos da gestão Lula, como o Bolsa Família.

A estratégia gerou gritaria entre os petistas, mas não houve impedidmento legal para que a programa fosse usado pelo democratas.

Os dois candidatos também travaram uma batalha na Justiça Eleitoral, com inúmeros pedidos de resposta. Neto chegou até a acionar a justiça comum para interpelar criminalmente Pelegrino, que por sua vez tentou barrar o uso do mensalão no palanque eletrônico do DEM.

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