O candidato do PT à Prefeitura de Salvador, Nelson Pelegrino, afirmou nesta sexta-feira (5), que o DEM, partido de seu principal adversário, ACM Neto, “não tem nenhuma autoridade” para citar o caso do mensalão na campanha como forma de atingir a candidatura petista.

Como argumento, Pelegrino citou a cassação do ex-senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM), o chamado “mensalão do DEM”, suposto caso de corrupção envolvendo o ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e fez referência aos mandatos de governadores do partido na Bahia, entre eles o avô do adversário, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007.

“Quem participou do governo [do ex-presidente Fernando] Collor, do governo FHC [Fernando Henrique Cardoso], quem governou a Bahia por 16 anos (...) com a lei ‘roubamos, mas fazemos’, não tem nenhuma autoridade. Esta aí o mensalão do DEM, está aí o senador Demóstenes Torres [cassado, ex-DEM]. O DEM não tem nenhuma autoridade para falar de corrupção”, afirmou Pelegrino, durante caminhada de campanha, esta tarde, no centro da cidade, ao ser perguntado sobre o pedido do PT à Justiça Eleitoral para barrar o uso do tema na campanha em Salvador.

Neto levou à propaganda eleitoral o julgamento pelo STF (Supremo Tribunal Federal) do mensalão, caso de corrupção para suposta compra de apoio parlamentar no primeiro mandato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que possui entre os réus lideranças do PT.

A campanha de Pelegrino conseguiu barrar o uso do tema na propaganda do rival, fato que provocou críticas de ACM Neto à Justiça Eleitoral da Bahia. O candidato do DEM reclamou ainda, nesta quinta-feira (4), que sua campanha estaria sendo prejudicada por decisões parciais da Justiça Eleitoral, e afirmou que pretende pedir ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que acompanhe a disputa num eventual segundo turno.

“Porque acho que a Justiça Eleitoral da Bahia está tendo pesos e medidas desiguais. Acho que enfrentar o PT e seu poderio faz parte do processo político. Agora, enfrentar a Justiça não dá”, disse o candidato do DEM, ao final de caminhada de campanha na periferia da cidade, na quinta-feira.

Nesta sexta, o candidato petista rebateu as declarações de Neto. “O problema do deputado ACM Neto é que eles [o DEM] se acostumaram a vida inteira a governar a Bahia comandando a Justiça, e a justiça fazendo o que eles querem. Quando eles governaram, a Justiça não tinha independência, e hoje, tem”, disse Pelegrino, durante entrevista coletiva ao fim da caminhada.

O petista afirmou ainda acreditar que a exploração do mensalão contra os candidatos do PT nas campanhas pelo país tenha tido grande impacto entre os eleitores. “Cada cidade é uma realidade, e temos candidatos bem posicionados nas capitais”, disse.

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