Violência no Rio

Forças Armadas iniciam operações em favelas do Rio de olho nas eleições

Vitor Abdala

Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro

As Forças Armadas iniciaram na manhã desta segunda-feira (1º) uma série de operações em comunidades do Rio de Janeiro, visando o primeiro turno das eleições municipais, no próximo domingo (7). A primeira favela que recebeu a ação do Exército foi Gardênia Azul, na zona oeste da cidade, controlada por uma milícia.

Na parte da tarde, o Exército ocupou as ruas da favela do Muquiço, também na zona oeste da cidade, e a Marinha entrou na favela Fogo Cruzado, no Complexo da Maré, na zona norte da cidade.

Vinte e oito favelas da cidade do Rio receberão ações do Exército de hoje até sábado (6), a pedido do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).

No dia da eleição, os militares vão patrulhar áreas das cidades de São Gonçalo, Cabo Frio, Itaboraí, Campos, Magé, Rio das Ostras e Macaé.

Segundo o presidente do TRE-RJ, Luiz Zveiter, o objetivo é dar segurança aos eleitores, além de reprimir irregularidades na campanha eleitoral. “Nós vamos coibir propaganda irregular e qualquer outro tipo de delito previsto no Código Eleitoral. Além do Exército, vamos contar com 80 homens [fiscais do TRE] e juízes”, disse.

A previsão é que a operação dure um dia em cada comunidade. A partir de amanhã, a operação vai ocorrer em cinco comunidades diferentes por dia. Entre as comunidades que receberão ações dos militares estão outras favelas do Complexo da Maré, a Vila Vintém, Coreia e Vila Kennedy (as três em Bangu), Rio das Pedras (em Jacarepaguá) e Antares (em Santa Cruz).

O motorista Carlos Leite, morador de Gardênia Azul, diz acreditar que o Exército dá mais segurança ao eleitor.

“Na Gardênia Azul, ainda existem currais eleitorais. Com a presença das Forças Armadas, a gente vai se sentir mais seguro para se locomover e votar”, disse.

No início da tarde, a entrada das tropas na Favela do Muquiço foi tranquila, sem confronto com a quadrilha armada que controla o local. Militares armados com fuzis entraram com o apoio de carros blindados e se posicionaram em pontos estratégicos.

Na favela, a reportagem presenciou a circulação de carros de som de três candidatos a vereador diferentes. Nas casas, foram vistas placas de pelo menos 13 candidatos diferentes.

Sem troca de tiros, a rotina dos moradores pareceu não ter sido alterada, com crianças brincando nas ruas e as portas do comércio abertas.

A jovem Luana de Jesus caminhava com a filha pelas ruas do Muquiço e estranhou a presença dos militares. “É estranho, porque nunca vi isso por aqui. Mas acho que dá mais segurança para o eleitor, sim”, disse.

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