Justiça suspende comercial de Serra que usa Dirceu, Maluf e música de suspense contra Haddad

Do UOL, em São Paulo

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    Reprodução do vídeo contra Fernando Haddad (PT) veiculado na TV pela campanha de José Serra (PSDB)

    Reprodução do vídeo contra Fernando Haddad (PT) veiculado na TV pela campanha de José Serra (PSDB)

A Justiça Eleitoral concedeu liminar (decisão provisória) à campanha de Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, que determina a suspensão imediata de uma inserção veiculada pela campanha de José Serra (PSDB) na TV.

O comercial, que traz uma música de suspense ao fundo, mostra as imagens do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e dos réus do mensalão José Dirceu e Delúbio Soares se sobrepondo ao rosto de Haddad.

No final, os quatro aparecem juntos, e o narrador diz: "É o velho esquema, em nova embalagem. Fique esperto."

Em sua decisão, o juiz Henrique Harris Júnior, da 1ª zona eleitoral de São Paulo entendeu que a peça "é passível de enquadramento, em tese, como degradante".

O suposto esquema de compra de apoio de parlamentares no Congresso Nacional durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), que ficou conhecido como mensalão, está sendo julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A campanha de Haddad já havia tentado suspender outro comercial de Serra que associa o petista aos mesmos personagens com o argumento de que a peça seria "degradante", mas o pedido foi negado pela Justiça Eleitoral.

A inserção, veiculada na TV, mostra Haddad ao lado de Dirceu, Delúbio e Maluf. "Sabe o que acontece quando você vota no PT? Você vota, ele volta", repete o narrador a cada personagem exibido.

Na ocasião, os advogados da campanha de Haddad afirmaram que "a publicidade é manifestamente degradante porque promove uma indevida associação entre Fernando Haddad e pessoas envolvidas em processos criminais e ações de improbidade administrativa."

Porém, o juiz Manoel Luiz Ribeiro entendeu que "não se há que falar em degradação e ridicularização quando se estabelece a ligação entre o candidato e outros filiados a seu partido ou a partido coligado, ligação esta de conhecimento público e notório".

"Da mesma forma que um candidato pode ser beneficiado pelo apoio de correligionários bem avaliados pela população, pode ele ser prejudicado pela associação feita a políticos não tão bem avaliados", continuou o juiz.

A campanha de Haddad tem o apoio do ex-presidente Lula, da presidente Dilma Rousseff e da ex-prefeita de São Paulo e atual ministra da Cultura Marta Suplicy.

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