Russomanno faz campanha por SMS, e ganha propaganda falsa assinada por Edir Macedo

Julianna Granjeia

Do UOL, em São Paulo

A campanha do candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, adotou nesta semana estratégia de envio de SMS --mensagens de celular-- para pedir votos. Na esteira, o candidato passou a ser alvo de mensagens supostamente falsas, assinadas pelo líder da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus), bispo Edir Macedo, em apoio a Russomanno.

  • SMS de contrapropaganda enviado a eleitores

Marcos Pereira, presidente nacional do PRB e coordenador de campanha de Russomanno, é pastor licenciado da Iurd.

O coordenador de marketing da campanha de Russomanno, Ricardo Bergamo, afirmou que o SMS assinado por “Edir Macedo Igreja Universal” não é da equipe.

“Não tenho dúvida que seja de um adversário político. Estamos tomando providências jurídicas com relação a isso. É um absurdo o nível que estão deixando as campanhas. E são covardes porque as mensagens não têm remetente”, afirmou Bergamo.

O SMS comete um erro ao grafar Russomanno com um “n”. Além disso, não segue a recomendação da legislação eleitoral que exige que mensagens eletrônicas tenham opção para descadastramento.

Reclamações

Além de gerar contrapropaganda, a estratégia de enviar SMS para eleitores gerou reclamação nas redes sociais. Muitas pessoas que receberam a mensagem original da campanha reclamaram por não conseguir fazer o descadastramento.

  • SMS da campanha de Celso Russomanno (PRB) gera reclamação nas redes sociais

“Não tenho a menor ideia de como conseguiram meu telefone. Tive minha privacidade invadida, eu mexo com essas coisas de internet há muito tempo e convivo diariamente com invasão de privacidade indesejada. Se você não reclama, não mostra o quanto isso é antiético, vira cotidiano de invasão”, afirmou o ator Celso Reeks, que recebeu o SMS.

Reeks disse que tentou por várias vezes fazer o descadastramento, conforme orientado pela mensagem, mas não conseguiu. Outras pessoas reclamaram do mesmo problema nas redes sociais.

Bergamo afirmou que aprovou e testou o serviço e não encontrou irregularidade.

“Fiz o teste para descadastrar e estava ok. Uma empresa especializada foi contratada para isso. Tenho acompanhado o caso e não tive essa percepção de propaganda negativa. É uma ferramenta nova e tem aval do jurídico”, disse o coordenador da campanha.

Alberto Rollo, advogado especialista em direito eleitoral, afirmou que as pessoas que receberem mensagens eletrônicas de qualquer candidato e se sentirem ofendidas devem recorrer ao Ministério Público Eleitoral.

“Cabe a pessoa que recebeu o SMS e não conseguiu descadastrar fazer denúncia no Ministério Público, que propõe ou não uma representação”, afirmou Rollo.

O promotor eleitoral, Roberto Senise Lisboa, confirmou que cabe denúncia para análise, mas disse que ainda não recebeu nenhum caso sobre o assunto.

Pesquisas

Na pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (27) Russomanno tem 30% das intenções de votos, na pesquisa anterior ele tinha 35%. O candidato do PRB apresentou neste Datafolha o patamar mais baixo desde a pesquisa Datafolha divulgada em 21 de julho.

Essa foi a primeira queda fora da margem de erro do candidato desde o início da campanha. Apesar da queda, o candidato do PRB segue líder. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Russomanno afirmou não estar preocupado com a queda. "Estou muito feliz com as intenções de voto. Agradeço muito a todos os eleitores", afirmou.

Fernando Haddad (PT), que saiu de 15% para 18%, voltou a aparecer em empate técnico com José Serra (PSDB), que aparece com 22% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, divulgada na semana passada, Serra tinha 21%.

Gabriel Chalita (PMDB), que tinha 8%, aparece com 9% das intenções de voto. Soninha (PPS) aparece com 4%. Os candidatos Paulinho (PDT), Carlos Giannazi (PSOL) e Ana Luiza (PSTU) têm 1%. Os demais candidatos não pontuaram na pesquisa.

O Datafolha fez 1799 entrevistas entre quarta (26) e quinta-feira (27). A pesquisa é uma parceria com a TV Globo. A pesquisa foi registrada com o número SP-01182/2012.

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