Na reta final, Haddad foca na zona leste para reconquistar votos do PT e diz que não vai atacar rivais

Débora Melo

Do UOL, em São Paulo

O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (20) que vai concentrar sua campanha na zona lesta da cidade para reconquistar o eleitorado tradicional do partido.

A região é onde o líder nas pesquisas Celso Russomanno (PRB) tem o melhor desempenho, segundo dados da pesquisa Datafolha publicada hoje pelo jornal "Folha de S. Paulo".

"Eu sinto que a gente precisa ter uma atenção maior, na reta final da campanha, com a zona leste. É onde precisamos retomar os votos que são nossos historicamente para ganhar a eleição. Há uma preocupação com os extremos da cidade, onde o PT tradicionalmente tem uma votação mais expressiva", disse o petista durante ato de campanha no comércio do bairro Artur Alvim, na zona leste.

O candidato estava acompanhado de Eduardo Suplicy, senador do PT por São Paulo.

Embora 33% dos eleitores de São Paulo considerem "bom ou ótimo" ter um prefeito do PT, Haddad aparece com apenas 15% das intenções de voto na última pesquisa Datafolha, informa o blog do jornalista Fernando Rodrigues.

Ao comentar o resultado da pesquisa, em que aparece oscilando dois pontos para baixo, Haddad disse que respeita o levantamento do instituto, mas que pesquisas internas do PT mostram números "muito diferentes".

Questionado se seu índice de rejeição, que foi de 19% para 23% em uma semana, estaria relacionado às propagandas do rival José Serra (PSDB) que o associam ao caso do mensalão, Haddad respondeu que "não" e disse que o índice "está na média dos outros candidatos".

O petista afirmou ainda que sua estratégia de campanha continuará sendo a discussão de propostas. "Nós não vamos fazer ataque a ninguém. Nós não vamos entrar na do Serra", disse o candidato.

Haddad disse estar confiante no crescimento de sua candidatura nesses últimos 15 dias de campanha. "Tem muita gente que não viu o programa eleitoral, que vai ver nos últimos 15 dias para tomar sua decisão. Estamos confiantes de que vamos dar um salto e que vamos ao segundo turno", afirmou o candidato.

Maconha

Durante a caminhada, alguns jovens gritaram pedindo a legalização da maconha. Na sequência, Haddad conversou com os garotos, e um deles estava supostamente com maconha nas mãos (veja foto acima).

Questionado por jornalistas, Haddad disse que não viu a droga nem ouviu o pedido dos jovens.

"Eu não vi. Mas, para você ver como é que estão as coisas: em plena luz do dia, em dia de semana. Eu não sou favorável à legalização. Eu penso que a sociedade está muito vulnerável e nós vamos torná-la mais vulnerável ainda se tomarmos uma atitude como essa", disse.

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