Em sabatina no Rio, Freixo diz que prefeito beneficia vereadores para ter maioria na Câmara

Do UOL, no Rio

  • Adriana Lorete/ Divulgação

    Marcelo Freixo (PSOL), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, voltou a criticar o principal adversário na corrida eleitoral, o atual prefeito e candidato à reeleição pelo PMDB, Eduardo Paes.

    Marcelo Freixo (PSOL), candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, voltou a criticar o principal adversário na corrida eleitoral, o atual prefeito e candidato à reeleição pelo PMDB, Eduardo Paes.

O candidato do PSOL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo, afirmou durante sabatina promovida pelo jornal "O Globo", nesta quinta-feira (13), que o prefeito Eduardo Paes "alimenta centros sociais de vereadores" a fim de ter maioria na Câmara Municipal.

Segundo ele, tal prática é "histórica" na gestão municipal, o que reforçaria a necessidade de estabelecer maior proximidade entre o poder Legislativo e a sociedade civil.

"Ter maioria na Câmara não é difícil. Nem custa tão caro, politicamente. O prefeito, o que é muito comum, alimenta centros sociais de vereadores. Isso é histórico no Rio de Janeiro. Essa maioria dessa maneira a gente não quer. Essa maioria você compõe com distribuição de cargos, com favores políticos locais, com aprovação de determinadas emendas para candidatos de bairros", afirmou.

"O que tem que mudar é a relação da Câmara com a sociedade. A lei já aprovada fala dos conselhos de políticas públicas de meio ambiente, transporte, educação. Ninguém está inventando a roda, isso já existe. O que a gente quer é fortalecer esses instrumentos da sociedade civil. Conheço bem o Legislativo, e sei que ele é sensível a ruídos", completou Freixo durante a sabatina de "O Globo".

Essa não foi a primeira vez em que o candidato do PSOL criticou as relações políticas de Paes, candidato à reeleição pelo PMDB. No decorrer da sabatina Folha/UOL, no fim de agosto, Freixo afirmou que centros sociais ligados à prefeitura são administrados por milicianos, sustentando a tese de que a atual gestão "contribuiu para o crescimento das milícias".

Além disso, o deputado estadual acusou o adversário de favorecimento eleitoral. "Ele [Eduardo Paes] tem responsabilidade pelo crescimento das milícias. Falo disso abertamente e, se estivesse em um debate com ele, falaria para ele. (...) Há vários vereadores da base política do governo integrantes da milícia. É só você ver por quais partidos essas pessoas se elegem", disse.

Na sabatina de "O Globo", o candidato do PSOL também argumentou a respeito das polêmicas envolvendo dois candidatos a vereador pela legenda: Berg Nordestino, que teve seu nome citado no CPI das Milícias --presidida pelo próprio Freixo na Assembleia Legislativa (Alerj), em 2008--, e Dinei, cuja candidatura foi impugnada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) com base na ficha limpa. Este último foi preso por assalto há dez anos.

"Não dá para imaginar que se conheça todas as relações políticas de todos os milicianos. Sobre o Berg, não há nada que pudesse detectá-lo, naquele momento da sua candidatura. Acho que ali não tinha como [ter conhecimento]. A menos que você tenha uma estrutura partidária que tenha uma capacidade de investigação das relações políticas dos candidatos, para além dos documentos, que não está no mundo real", disse.

"É correta a decisão da Justiça, por mais que ele possa recorrer. Houve uma mudança na lei. Mudou para oito anos [o prazo de inelegibilidade], que era três anos. Em função de ter mudado, nessa eleição, ele não pode se candidatar. São situações completamente distintas, tanto que não cabe qualquer expulsão, nada nesse sentido sobre o Dinei. Há um impedimento legal por uma mudança na lei", afirmou Freixo.

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