No Rio, Lula fecha horário político de Paes em formato de novela; Freixo promete participação popular

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

Um longo depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechou o horário político vespertino desta quarta-feira (29) do atual prefeito do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB). Com um total de 16m17s de propaganda na TV, o peemedebista abriu espaço de mais de um minuto para Lula afirmar que a gestão de Paes "mudou o jeito de enxergar pessoas".

LULA APARECE EM "NOVELA" DE PAES; FREIXO DIZ QUE RIO É CARO. VEJA

Desde o primeiro dia de horário eleitoral, a campanha de Paes vem inserindo no encerramento de seu programa na TV depoimentos de políticos ou personalidades, em um estilo semelhante ao formato utilizado nas novelas do autor Manoel Carlos (tais como "Páginas da Vida", exibida entre 2006 e 2007).

Já o concorrente do PSOL, Marcelo Freixo, utilizou seu tempo de 1m44s na TV para consolidar críticas à atual gestão referentes aos sistemas de saúde, transporte e educação. Além disso, o deputado estadual afirmou que, se eleito, promoverá uma gestão baseada "na transparência e na participação popular".

"Nosso governo será de transparência e participação popular. O Rio precisa ser pensado como um todo. Uma cidade boa para se investir tem que ser uma cidade boa para se viver. Dignidade não pode ter CEP", afirma.

Os demais candidatos à Prefeitura do Rio repetiram as propagandas eleitorais exibidas anteriormente.

"Lado mais humano"

Na propaganda de Paes, Lula faz comentários a respeito do início do processo de favelização no Rio de Janeiro, critica os governos das décadas de 70, 80 e 90, e afirma que os políticos da nova geração possuem um "lado mais humano", um jeito diferente de "enxergar pessoas".

Além disso, o ex-presidente se diz orgulho de ter "estabelecido como paradigma no Brasil" uma suposta metodologia de governo que "trata o pobre como gente".

"Eu descobri quando cheguei à Presidência da República que o que a geração de governantes agora está fazendo é quase que uma recuperação do estrago feito pelas gerações que governaram nos anos 70, 80 e 90, ou seja, nos anos da década perdida", disse o ex-presidente.

"Você lembrar que quase todas as favelas do Rio de Janeiro eram fazendas há 50 anos atrás e que o povo pobre foi deixando o campo, e foi vindo para a cidade, e não foi encontrando por parte do Estado a guarida necessária para cuidar da educação, de saneamento básico, de escola. E foi cada vez mais ficando na beira de morro, na beira de córrego, ou seja, essas pessoas eram tratadas como números, não eram tratadas como gente", afirmou Lula

"Ou seja, eu acho que agora tem um lado mais humano. As pessoas estão agora, os governantes, e eu sinto muito orgulho de ter estabelecido isso como um paradigma no Brasil, é tratar o pobre como gente, como brasileiro, como carioca. Porque o Rio sofreu muito. O Rio era capital, perdeu, o Estado da Guanabara desapareceu, ou seja, então, o Rio ficou um pouco acéfalo. E vamos levar em conta que a classe política não ajudava. Agora nós temos algo diferente acontecendo aqui, ou seja, pessoas que mudaram o jeito de enxergar pessoas. Ou seja, cuidar das pessoas. E o Eduardo Paes faz isso com uma competência extraordinária", completa.

"Está caro viver no Rio"

Segundo o candidato do PSOL, que adotou uma linha mais crítica no horário político desta quarta-feira (29), os eleitores "sabem que está muito caro viver no Rio de Janeiro". Para ele, um dos principais agravantes em relação a esse aumento de custos, seria o fato de a população "não ter o retorno do que paga".

"Saúde, educação e transporte são direitos fundamentais em qualquer cidade", afirma o deputado estadual, que em seguida exibe a seguinte manchete: "Rio é capital com pior avaliação do atendimento do SUS, diz governo".

Freixo faz referência a uma reportagem de um jornal carioca sobre um suposto ranking do Ministério da Saúde, que colocaria o Rio de Janeiro na condição de pior rede de saúde pública do país.

O programa do pleiteante do PSOL termina estendendo as críticas para outras áreas: "No transporte nem se fala. É caro e de péssima qualidade. Filas, atrasos, apertos todos os dias. A educação não garante qualidade. Muita propaganda e pouco ensino".

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