O PSDB e o PT prometeram formalizar nesta sexta-feira (25), no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), representação contra o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), por causa de uma suposta coação contra servidores que têm cargos de confiança para que votassem em no deputado federal Edson Giroto, candidato do PMDB à Prefeitura de Campo Grande.

Nesta semana, circulou no Youtube imagens de Puccinelli na condução de reunião com cerca de 50 servidores estaduais comissionados. No diálogo, o governador faz uma espécie de chamada parecida com as feitas em escolas, pergunta e sugere ao servidor o nome do candidato que ele deve apoiar.

Tucanos e petistas classificaram a ação como abuso de poder. Na segunda-feira (27), entidades sindicais devem ocupar as ruas do centro da cidade em ato de protesto.

O governador é o chefe da campanha eleitoral de Giroto.

“As imagens não deixam dúvidas de que o governador comete assédio moral e abuso do exercício de função ao coagir servidores, sejam eles comissionados ou não, a votar neste ou naquele candidato. Além disso, atenta contra a inviolabilidade do voto, que é secreto, influenciando no resultado da eleição”, disse o deputado federal Reinaldo Azambuja, do PSDB, concorrente de Giroto ao cargo.

Disputam a Prefeitura de Campo Grande além de Giroto e Azambuja, outros cinco candidatos: Vander Loubet, deputado federal do PT, Alcides Bernal, deputado estadual do PP, Suel Ferranti, do PSTU, professor Sidney Melo, do PSOL e Marcelo Bluma, vereador do PV.

Protestos

O UOL tentou conversar com os servidores citados na gravação, mas não conseguiu. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação) informaram que vão defender os servidores que estariam temendo o afastamento se desprezassem o pedido de apoio do governador.

Na segunda, as entidades promovem passeata na cidade.

O Ministério Público Eleitoral determinou a apreensão, da PF (Polícia Federal), da  gravação sem cortes para que o caso seja investigado. A autoria, no entanto, ainda não é conhecida.

A direção do PMDB, por meio de comunicado, confirmou a reunião, mas negou que Puccinelli estaria coagindo os servidores comissionados.

“Aquele vídeo não mostra nenhuma pressão por parte do André, ele não estava ali como governador, mas sim como correligionário”, diz trecho da nota assinada pelo presidente estadual do PMDB, Esacheu do Nascimento.

Ao lado de Puccinelli, sentada a uma mesa em frente aos comissionados aparece a secretaria de Administração, Thie Iguchi Viegas, que é responsável pelas portarias de contratações e demissões no governo do Estado.

Pesquisa

Nesta semana, o Ibope divulgou a primeira pesquisa de intenções de votos da disputa pela Prefeitura de Campo Grande.

O peemedebista Edson Giroto aparece em primeiro com 37% da preferência do eleitorado, seguido por Alcides Bernal, do PP, que alcançou 30%.

A margem de erro do levantamento é de quatro pontos percentuais, o que indica um empate técnico entre os dois.

Em terceiro ficou o petista Vander Loubet, com 7%. Na sequência, surge o tucano Azambuja, com 5%. Marcelo Bluma, do PV, e Sidney Melo, do PSOL, conquistaram 1%. Já o candidato do PSTU, não pontuou.

O petista lidera a rejeição, com 27%, seguido de Edson Giroto, com 24%.

O Ibope fez 602 entrevistas entre os dias 13 e 15 de agosto. A última disputa à Prefeitura de Campo Grande resolvida no segundo turno ocorreu em 1995. O atual prefeito de Campo Grande é Nelson Trad Filho, outro peemedebista, que cumpre o segundo mandato e pode tentar a reeleição.