Ala do PSD ligada a Aécio tenta impugnar candidatura de Patrus pela 2ª vez em Belo Horizonte

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

O grupo do PSD de Minas Gerais ligado politicamente ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) entrou com nova representação na Justiça Eleitoral contra a candidatura do petista Patrus Ananias a prefeito de Belo Horizonte.

Desta vez, o recurso vai contra a decisão da Justiça Eleitoral em Minas Gerais que, no sábado (4), manteve a candidatura do ex-ministro do governo Lula. O PSD alega que Patrus não se desincompatibilizou a tempo do cargo que ocupava no conselho social da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

O juiz, porém, entendeu que o fato não o impediria de ser candidato, pois a entidade está em “área territorial diversa da localidade onde participa do pleito”.

“Entramos com um recurso para que o próprio juiz, por meio de um embargo declaratório, reconsidere a sua decisão e determine a impugnação da candidatura do Patrus. Temos fatos novos”, afirmou nesta sexta-feira (10) o secretário geral municipal e estadual do PSD de Belo Horizonte e de Minas Gerais, Alexandre da Silveira.

Silveira alega que o ex-ministro não se desincompatibilizou a tempo do cargo na Fiesp para concorrer.

 O secretário geral do PSD mineiro ainda acusa o ex-ministro de não poder ser candidato, por ter tido as contas rejeitadas nas eleições de 2010, quando Patrus concorreu como candidato a vice da chapa de Hélio Costa (PMDB) ao governo mineiro. Por fim, o grupo faz acusações com relação a balancetes de uma empresa de consultoria de propriedade do ex-prefeito.

Ação é factoide, diz campanha de Patrus

O comitê de campanha de Patrus classificou a iniciativa do grupo aecista do PSD um “factoide”, consequência da “judicialização da política brasileira, um procedimento que virou moda” em períodos eleitorais.

“Esse pedido é um factoide, sem nenhum substrato político. Não tem legitimidade ou argumentação jurídica. Só serve para que a pessoa que teve a iniciativa caia em descrédito logo ali na frente”, afirmou o advogado do comitê de campanha Wederson Advíncula.

Segundo ele, a iniciativa do grupo do PSD não é legal. “Não são candidatos, não são partidos políticos, são coligação ou Ministério Público, os únicos que poderiam tomar a iniciativa. Portanto, não têm base jurídica para esse tipo de representação. É só um grupo político”, disse Advíncula.

PSD rachado em Minas

Deputado federal e secretário estadual de Gestão Metropolitana do governador Antônio Anastásia (PSDB), Silveira está à frente de um grupo de membros da legenda em Minas Gerais da base política estadual tucana, que ainda inclui quatro deputados estaduais: Fabiano Tolentino, Duarte Bechir, Wilson Batista e Gustavo Valadares, que também assinam a representação.

Esse grupo não aceitou a interferência da direção nacional do partido que, após o rompimento entre os aliados PSB-PT-PSDB, optou por apoiar a candidatura petista.

No último dia para registro das candidaturas para as eleições de outubro, em 5 de julho, enquanto o prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, em Brasília, orientava a bancada federal mineira do partido a caminhar com Patrus, Silveira e seu grupo, em Belo Horizonte, registraram a convenção, que já havia sido realizada pelo partido, dando apoio a Marcio Lacerda (PSB).

O prefeito de São Paulo, por sua vez, atendia orientações da presidente Dilma Rousseff. As bancadas federais mineira e paulista do PSD, com seis deputados de cada uma, são a maior representação da legenda que tem 53 membros na Câmara dos Deputados.

A ala que atendeu às orientações de Kassab entrou também na Justiça --e ainda tenta recorrer-- contra a decisão que manteve a validade do registro e o apoio à reeleição de Lacerda, e que representou um acréscimo de dois minutos de tempo de propaganda eleitoral. Mas perdeu. Esse grupo é formado por quatro deputados federais e três estaduais.

Mais informações sobre as eleições em Belo Horizonte.

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