Prefeito é principal alvo em debate em Porto Alegre (RS)
Lucas Azevedo
Do UOL, em Porto Alegre
No dia em que começa oficialmente a campanha eleitoral, os candidatos à prefeitura de Porto Alegre realizaram na manhã desta sexta-feira (6), na Câmara de Vereadores da cidade, o primeiro debate. Organizado por veículos de rádio e TV do Grupo RBS, o encontro reuniu Adão Villaverde (PT), Érico Correa (PSTU), Jocelin Azambuja (PSL), José Fortunati (PDT), Manuela D'Ávila (PCdoB), Roberto Robaina (PSOL) e Wambert Di Lorenzo (PSDB).
Nesse primeiro embate, os candidatos respeitaram seus tempos para perguntas e respostas, não ultrapassando o tempo limite para tal. Como esperado, houve ataque e defesa. Os mais atingidos foram Fortunati, atual prefeito de Porto Alegre, e Dão Villaverde, do PT. Entretanto, Manuela D’Ávila também foi colocada contra a parede quando questionada sobre sua aproximação com o Partido Progressista.
Os temas mais abordados foram segurança pública, saúde e mobilidade urbana, num rodízio de perguntas e respostas entre si que durou quatro blocos. Transmitido ao vivo via rádio, TV e internet, o encontro teve regras e formato acertados na quarta-feira (4), com as equipes de cada candidato.
Primeira a perguntar, Manuela levantou o tema segurança pública. Após resposta de Villaverde, a comunista prometeu instalar um guarda municipal em cada escola, além de implementar um sistema de cercamento eletrônico da cidade, utilizando câmeras.
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Atual prefeito de Porto Alegre, Fortunati foi amplamente questionado sobre saúde pública. Mais de uma vez os adversários citaram o episódio do fechamento dos postos de saúde no feriado de Corpus Christi, quando a prefeitura estipulou ponto facultativo. Na ocasião, centenas de pessoas ficaram na porta das instituições, já que não foram avisadas com antecedência, aguardando pelas consultas agendadas. “Nós erramos, sou humano e admito meus erros”, respondeu Fortunati.
O candidato do PDT citou o que está fazendo para melhorar atendimento na saúde, dizendo que a prefeitura investe atualmente 21% na área, quando poderia, por lei, destinar apenas 15%.
A aproximação do PCdoB com o PP, na pré-campanha, foi questionada pelo candidato do PSOL. Manuela foi inquirida por Robaina sobre sua busca pela aliança com os progressistas, “que apoiaram a ditadura militar”. “Sigo exemplos que dão certo. Não acredito que um único partido tem a verdade absoluta sobre a realidade. Devemos unir esforços acerca de um projeto. Tenho muito orgulho do apoio reconhecido da senadora Ana Amélia Lemos. Ideologia não é doença. Não contamina”, respondeu Manuela.
Em sua vez de responder, Robaina disse que a maior preocupação do PSOL é com a responsabilidade social. Ao se dirigir a Di Lorenzo (PSDB), o chamou de “candidato de Yeda Crusius”, ex-governadora do Rio Grande do Sul, que foi amplamente acusada em sua gestão de atos de corrupção.
Já Érico Correa (PSTU) foi questionado se doaria uma área para a construção de um novo presídio na capital para desafogar o Central. Ele afirmou que sim. “Mas também é preciso colocar corruptos e corruptores na cadeia.”
Villaverde (PT) foi requisitado por Azambuja (PSL) sobre investimentos em educação. Em sua réplica, o petista prometeu investimentos em no setor infantil. Jocelin retrucou, defendendo “a federalização dos professores estaduais e municipais”.
A Copa de 2014 não foi esquecida. Correa (PSTU) criticou os investimentos dispensados ao evento, enquanto Di Lorenzo (PSDB) defendeu, afirmando que a competição proporcionará melhorias à cidade.
Depois de duas horas e trinta minutos, por volta das 10h45min o debate chegou ao fim. À imprensa presente, os candidatos se manifestaram satisfeitos com o encontro, em que foram debatidos os principais temas que serão abordados na campanha.
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