Ao pregar união interna, presidente do PSDB diz que o partido tem a aprender com o PT

Camila Campanerut

DO UOL, em Brasília

  • Agência PSDB - 30 mai. 2012

    Aécio Neves (PSDB-MG) discursa durante evento ao lado do deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE)

    Aécio Neves (PSDB-MG) discursa durante evento ao lado do deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE)

O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra, disse, ao pedir a união do partido, que os tucanos têm a aprender com o PT na postura dos candidatos durante as campanhas.

“Não tenho a menor simpatia pelo PT, mas é verdade que o discurso do petismo se dá em todo lugar. Muitas vezes com palavras de ordem. 'Olha, vamos dizer isso', e geralmente aparece da mesma forma. Quando se fala em nacionalizar o PSDB, não se trata de ter diretório em todo lugar, mas que o seu discurso seja parecido”, disse Guerra durante encontro na manhã desta quarta-feira (30) com os pré-candidatos do PSDB a prefeito dos 100 maiores municípios do Brasil.

Guerra afirmou que  o partido deve construir uma unidade no discurso e evitar passar a imagem de divisão interna. 

“A nossa divisão aparece nas pesquisas como algo que nos prejudica. Hoje, temos de ter uma solução institucional que é a valorização da base do partido. Quem se filiar vai receber a mensagem. Se tivermos dois, três, dez, 20 candidatos, teremos prévias”, avaliou Guerra.

A conversa com os pré-candidatos tucanos foi iniciada pelo presidente nacional da legenda com um “puxão de orelha” aos os pré-candidatos do Nordeste—região na qual o então candidato a presidente, José Serra, teve um apoio muito pequeno. 

Guerra destacou que, nas 200 maiores cidades nordestinas, Serra só ganhou em 34% delas e obteve 48% dos votos.  “Onde não atuamos, tivemos resultados maiores. Não há explicação para 12%dos votos”, afirmou. 

A meta desta campanha do partido é de chegar a 1.000 prefeitos eleitos, já se preparando para que, dentro de dois anos, aumentem dos atuais 53 para 80 parlamentares eleitos na Câmara dos Deputados em prol de fortalecer uma base do Congresso para um presidente tucano.

Alianças

Mesmo mantendo as alianças com outros partidos da oposição, como DEM e PPS, o presidente da legenda já havia sinalizado que liberaria os diretórios regionais para formar coligações com partido que atualmente fazem parte da base governista, como PR e PSB. 

Das 27 capitais, a legenda tem candidatos fortes em pelo menos metade delas. Em Salvador, o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB) teve de abrir mão da candidatura para dar o apoio ao também deputado federal ACM Neto do DEM, em troca do apoio do DEM em São Paulo, que tem como pré-candidato o ex-prefeito e ex-governador José Serra. 

Estratégias

Com a ausência de Serra –justificada por problemas de agenda --  Aécio Neves foi a principal figura da legenda no evento. A chegada dele causou furor maior que a do próprio presidente da legenda, apesar do atraso de cerca de 1h30 do horário previsto para o início da reunião.  

Primeiro a ter a palavra, Aécio fez um relato do histórico de “qualidade na gestão administrativa” em Estados e municípios como uma dos diferenciais da legenda para enfrentar os concorrentes.

A bandeira da ética e o legado tucano deixado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também deverão fazer parte dos discursos dos pré-candidatos.

“Foi preciso o Fernando Henrique fazer 80 [anos] e a Dilma reconhecer o seu legado para que nós pudéssemos fazer o mesmo”, disse Sérgio Guerra. 

O ator de novelas Odilon Wagner foi convidado pela legenda para dar dicas aos pré-candidatos sobre como agir em frente às câmeras de televisão e como utilizar a comunicação em seu favor. Ele salientou a importância de se aproximar da história e da vida do eleitor, que vota, segundo ele, de forma emocional e não, racional.

“Não dê aula, conte uma história”, afirmou.

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