"É só um projeto", diz presidente do TSE sobre proposta que libera "conta suja" nas eleições

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

“É só um projeto. Não passa de um projeto. Não vou comentar pelo singelo motivo da separação entre os poderes da República. Se virar lei, o TSE [Tribunal Superior Eleitoral] tomará sua decisão”, afirmou nesta sexta-feira (25), em Belo Horizonte, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen Lúcia Antunes Rocha, presidente do TSE, a respeito da lei que permite a candidatura de políticos “contas sujas”.

A aprovação do dispositivo pela Câmara dos Deputados, na última terça-feira, permitindo a candidatura dos políticos que tiveram suas contas eleitorais rejeitadas em eleições passadas, teve o apoio de 18 partidos, com exceção do PSOL, mas ainda depende de aprovação no Senado.

“Não nos compete fazer manifestações nesse momento. O que está valendo é a lei atual”, afirmou, referindo-se à lei Ficha Limpa, que, entre outras restrições a candidaturas, impede políticos com contas eleitorais rejeitadas de se candidatarem.

O projeto de lei 3839/2012 foi votado na reunião da noite de terça-feira ((22), sem constar da pauta da Câmara e apoiado pelo PT, PSDB, PMDB, PTB, PSB, PDT e outros partidos.

Perguntada se a modificação da lei poderia tumultuar as eleições de outubro deste ano, Cármen Lúcia, deu de ombros, e lembrou que “faltam somente seis meses para as eleições”.

“Vamos esperar. No momento, estamos fazendo a aplicação plena dos dispositivos do Ficha Limpa."

Carmén Lúcia se reuniu com dezenas de juízes e promotores eleitorais, além de chefes de cartório e dirigentes da Justiça Eleitoral de Minas Gerais, na sede do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais).

Presidenta x presidente

A ministra Cármen Lúcia, primeira mulher a ocupar a presidência do TSE, não gosta de ser chamada de presidenta.

“Prefiro ser chamada de presidente, como todo mundo”, afirmou.

A presidente Dilma Rousseff, ao contrário, gosta de ser chamada de presidenta e em todos os documentos que assina o faz com essa variação.

Recentemente, Dilma assinou decreto obrigando as universidades brasileiras a fornecerem diplomas com a variação de gênero da profissão no documento.

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