De olho em apoio do PSB em São Paulo, PT muda regra nacional para fechar alianças

Do UOL, em São Paulo

Para ajudar o PT a costurar o apoio do PSB à candidatura de Fernando Haddad em São Paulo, a executiva nacional do partido editou nesta quinta-feira (10) a determinação para que as alianças nas cidades com mais de 200 mil eleitores devam ser homologadas pela própria executiva nacional. Com isso, o partido quer garantir alianças com o PSB em Mossoró, no Rio Grande do Norte, e em Duque de Caixas, no Rio de Janeiro, o que é parte da condição do PSB para apoiar o PT em São Paulo. Nessas cidades, os diretórios locais do PT defendem a candidatura própria.

A deliberação da Executiva Nacional, emitida nesta quinta-feira durante reunião na sede do partido em São Paulo, deve ainda ser aprovada pelo Diretório Nacional petista, no dia 18, em Porto Alegre.

O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, afirmou em coletiva concedida após a reunião da Executiva Nacional, que o partido mantém acesa as negociações com o PCdoB para uma eventual aliança com o PT na chapa do pré-candidato do partido Fernando Haddad. A direção das duas legendas discutiu o assunto numa reunião ontem, segundo Falcão, que concedeu entrevista coletiva após o fim da reunião da Executiva Nacional do PT, realizada na tarde desta quinta-feira, na sede do partido. “Há possibilidades”, afirmou Falcão.

As declarações do dirigente petista contrastam com à postura do pré-candidato do PCdoB em São Paulo, Netinho de Paula, que tem procurado sustentar sua candidatura como uma terceira via à polarização entre PT e PSDB no estado. Segundo Falcão, o partido tem conversado também com o PSB e o PR.

O presidente nacional do PT atribuiu ao pouco conhecimento do eleitorado sobre Haddad o baixo desempenho do pré-candidato, que na última pesquisa Ibope, divulgada nesta quarta-feira, 09, aparece com 3% das intenções de voto.  “Nosso candidato não é conhecido por mais que 30% da população, ainda. Um crescimento agora seria até inexplicável”, diz Falcão. “Ele tem um amplo potencial de crescimento, reconhecido pelos analistas das pesquisas, inclusive”, afirma o presidente do PT.

O início da campanha na televisão, a entrada do ex-presidente Lula na campanha e a associação de Haddad com a presidente Dilma Roussef e ao PT, são fatores esperados pelo dirigente petista para fazer Haddad subir nas pesquisas.  Segundo Falcão, a saúde do ex-presidente “está se recuperando”, e é esperado que Lula possa participar mais ativamente na campanha a partir do final deste mês ou no início de junho.

Falcão foi também questionado sobre as declarações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que as críticas à sua atuação por não ter aberto uma investigação contra o senador Demóstenes Torres ao receber, em 2009, os autos da Operação Vegas, da Polícia Federal, teriam origem em "pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do mensalão".

Em resposta, Falcão cobrou explicações do procurador sobre as afirmações do delegado da Polícia Federal Raul Souza, que em seu depoimento sigiloso à CPMI do Cachoeira teria afirmado que a Procuradoria Geral da República não realizou nenhuma diligência ou investigação após receber os autos da Operação Vegas. “O que eu tenho a dizer sobre isso é que continua a dúvida sobre as declarações do delegado Raul Souza, de porque ele não tinha dado consequência às denúncias que recebera do juiz Federal sobre a Operação Vegas. Não me consta que um delegado da Polícia Federal esteja na lista das pessoas que ele identifica genericamente”, afirmou Falcão.

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