Por temer intervenção federal, PT de Belo Horizonte mantém apoio a Lacerda
Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em Belo Horizonte
A proposta de candidatura própria foi derrotada no encontro deste domingo (15), do diretório municipal do PT de Belo Horizonte. Por 291 votos (59%) frente a 196 (40%), e três nulos, o partido aceitou indicar o candidato a vice na coligação para reeleição de Márcio Lacerda (PSB), mas manteve o veto à participação do PSDB, tanto na chapa majoritária quanto na proporcional (na eleição para vereadores).
A escolha do nome do candidato a vice prefeito será feita em 29 de abril, em novo encontro do partido.
“Se não aprovássemos, haveria intervenção do diretório nacional, a exemplo do que ocorreu no Rio, em 1997, quando Vladimir Palmeira se lançou candidato ao governo estadual e deu no que deu. O partido acabou no Rio”, afirmou o deputado estadual, André Quintão, ligado ao ex-ministro Patrus Ananias, que, ao lado do deputado federal Miguel Corrêa Júnior, aliado do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior), é um dos mais forte nomes para compor chapa com Lacerda.
O mesmo argumento foi utilizado pelos defensores da candidatura própria. “O que estão fazendo é nefasto para o partido. Vamos acabar como o PT do Rio: de estrela em Belo Horizonte, o PT vira lagartixa e sai rastejando”, disse o vice-prefeito, Roberto Carvalho, presidente do diretório municipal do PT de Belo Horizonte.
O diretório nacional do PT interveio no PT fluminense, em 1997, para impedir a candidatura do ex-deputado, Vladimir Palmeira, ao governo do Estado.
Para garantir o acordo nacional com o PDT, que indicou Leonel Brizola como vice de Lula na eleição presidencial, houve a intervenção. A ex-senadora Benedita da Silva foi candidata a vice de Anthony Garotinho, que venceu a eleição. A coligação, porém, durou pouco tempo e o PT e o PDT romperam politicamente no Estado.
"PT coerente"
“Não vamos participar da coligação, muito menos participar da escolha do nome do vice, caso o prefeito faça coligação, na chapa majoritária ou proporcional, com os tucanos. Não existia o PMDB autêntico? Somos o PT coerente”, afirmou o deputado estadual, Rogério Corrêa, que defendeu a candidatura própria.
Ele explicou que, o grupo defensor da candidatura própria, vai se reunir na próxima quarta-feira (18), para avaliar o quadro político e tomar decisões. “Com os tucanos não haverá campanha. Sem chance”, afirmou Corrêa.