15/10/2010 - 23h10

Lula acusa campanha de Serra de "falta de caráter e de hombridade"

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Em um comício da presidenciável Dilma Rousseff (PT) aberto com orações e manifestações de religiosos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (15) que a campanha de José Serra (PSDB) se aproveita de "mentiras e calúnias" contra a petista por "falta de caráter e de hombridade". Ele também disse ver preconceitos contra a ex-ministra-chefe da Casa Civil, que teriam levado à redução de sua vantagem nas pesquisas.

Em São Miguel Paulista, reduto petista na zona leste de São Paulo, Lula afirmou que sofreu com ataques dos adversários em suas três candidaturas frustradas ao Palácio do Planalto até vencer em 2002. Ele e Dilma estiveram acompanhado de políticos paulistas e de religiosos católicos e evangélicos.

"É uma vergonha a campanha do nosso adversário nos ataques à campanha da Dilma Rousseff", afirmou. "É preconceito contra a mulher. Mentindo e difamando na perspectiva de que o povo acredite nas mentiras".Em seguida, o presidente elevou o tom: "é falta de caráter e de hombridade de pessoas que tentam se aproveitar da boa fé do povo, para criar terrorismo contra as pessoas".

Lula criticou o que Dilma chamou de "central de boatos" espalhados pela internet. A campanha petista atribui a falsas informações na rede mundial de computadores o impacto imprevisto que forçou um segundo turno contra o tucano. O presidente disse ainda que existe preconceito "histórico e crônico" contra a mulher em São Paulo, Estado governo até março deste pelo presidenciável tucano, e acusou a existência de um "submundo religioso" que espalha informações falsas contra a ex-ministra-chefe da Casa Civil.

Dilma evitou ataques diretos a Serra, mas se referiu à campanha do rival ao falar da votação de 31 de outubro. "Eles querem usar o ódio, que é um sentimento irmão do medo. Casaram o ódio com o medo e querem que a gente não enxergue o que está em questão. Vamos derrotá-los com amor e esperança pelo Brasil", disse, diante de um público de cerca de quatro mil pessoas.

Tom religioso

A presidenciável não fez referências religiosas em seu discurso, exceto por três "Se Deus quiser", mas antes do comício cerca de 20 líderes religiosos compareceram, rezaram e gritaram palavras de ordem. O discurso mais duro foi o do padre Julio Lancelotti. "Vamos expulsar o demônio da mentira", afirmou o religioso, que considerou Dilma vítima de "perseguições e mentiras".

Líder político na região, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que os religiosos se dispuseram a participar do ato porque não concordam com a interferência de assuntos religiosos na campanha eleitoral. "Eles já tinham se reunido na segunda-feira porque acha que sua fé está sendo usada na campanha do Serra. Eles estão aqui para mostrar que, além dos temas religiosos, todos os avanços do governo Lula são temas dessas eleições, e que eles não são menos religosos porque estão deste lado da disputa".

Netinho de Paula, candidato derrotado ao Senado pelo PCdoB, fez referência a um vereador evangélico do DEM que declarou apoio a Dilma. "O Carlos Apolinário disse que não pode trair a vida do seu povo, por causa dele vai votar em Dilma", disse.

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