05/09/2010 - 18h28

Filiado que acessou dados de Eduardo Jorge pode ser expulso, diz presidente do PT

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou na tarde deste domingo (5), em Brasília que Gilberto Souza Amarante, servidor da Receita Federal de Formiga (MG) que acessou os dados fiscais do vice do presidente do PSDB, Eduardo Jorge, pode ser expulso da legenda se ficar comprovado que os acessos foram irregulares.

De acordo com Dutra, além da investigação do órgão o PT de Minas Gerais abriu uma sindicância para apurar as informações sobre o caso. Ainda segundo Dutra, o presidente do PT de Minas Gerais, Reginaldo Lopes, não conhece o filiado. Isso, segundo o dirigente, prova que ele não atuava como militante do partido.

“O PT tem 1 milhão e 200 mil filiados, em se comprovando que o acesso era irregular isso é caso de expulsão da legenda", disse Dutra em encontro com Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República.

"Pelo que li isso teria ocorrido em abril e não se sabe se foi justificado ou não. Em abril não existia eleição nem pra mim, nem para meu adversário”, frisou a candidata, que descartou a possibilidade de o episódio interferir na sua imagem diante do eleitorado. “Não vejo como atrapalha (a campanha)”.

Com relação às ultimas declarações do Ministro da Fazenda de que falhas em órgãos da Fazenda podem ocorrer, a presidenciável defendeu que o fisco aprimore o controle e a supervisão a quem tem acesso a dados sigilosos.

”Não acho que por causa da disputa vamos comprometer um órgão e de forma leviana tratar a receita como um órgão fragilizado. Não pode tratar dessa forma. Se as pessoas erraram, foram as pessoas e não a instituição", declarou.


 

Acompanhe o que aconteceu

Quebra
de sigilo de Eduardo Jorge
Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 19 de junho apontou que cópias de declarações do imposto de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, teriam sido obtidas por pessoas que faziam parte de uma "central de inteligência" que funcionava no comitê da candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. O sigilo de Eduardo Jorge foi quebrado pelo menos 22 vezes, sendo que em 10 delas a quebra foi realizada pelo servidor Gilberto Souza Amarante, filiado ao PT.
Funcionárias
da Receita são investigadas
Um relatório de sindicância interna da Corregedoria da Receita apura uma possível quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge. Duas funcionárias são investigadas: a analista tributária Antônia Aparecida Neves Silva e a servidora do Serpro Adeildda Ferreira Leão dos Santos.
Quebra de sigilo de outras pessoas ligadas a Serra Além de Eduardo Jorge, foram acessados os dados de outras três pessoas ligadas a José Serra: O ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor da Previ Ricardo Sérgio e o primo do candidato tucano Gregorio Marin Preciato. Os dados foram acessados da sede dos terminais da delegacia da Receita Federal de Mauá, SP.
Sistema de compra e venda de dados sigilosos Após notícia de que mais de cem pessoas tiveram seus dados acessados na sede de Mauá (entre eles, a apresentadora Ana Maria Braga e integrantes da família Klein), o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'Ávila admite que há fortes indícios de um sistema de compra e venda de informações sobre declaração de Imposto de Renda.
Acesso a dados fiscais da filha
de José Serra
Em 31 de agosto, a Corregedoria da Receita Federal disse que econtrou indícios de que o esquema montado para acessar dados fiscais sigilosos teria consultado as declarações de renda de 2008 e 2009 de Verônica Serra, filha de José Serra.
Contador é quem pede acessos de IR da filha de Serra A consulta foi solicitada pelo contador Antonio Carlos Apella Ferreira por meio de uma declaração supostamente assinada pela filha de Serra. Com a falsa procuração, Ferreira teve acesso às declarações de imposto de renda de Verônica de 2008 e 2009.
Procuração de filha de José
Serra é falsa
O cartório que teria reconhecido a assinatura de Verônica Serra admitiu que o carimbo que aparece no documento é falso. Na ocasião, o procurador afirmou que apenas prestou um serviço terceirizado e não sabe quem fez a encomenda.
PT e PSDB apresentam
ações no TSE
Por conta do fato, o PSDB protocolou uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a investigação de um possível crime eleitoral, o que poderia causar, em última instância, a perda do mandato da petista caso ela fosse eleita. Já o PT entrou com ações que pedem que os tucanos sejam processaods por crime contra a honra (calúnia, injúria e difamação).
Falso procurador era filiado ao PT entre 2003 e 2009 TRE de São Paulo confirma que o falso procurador de Veronica Serra, Antonio Carlos Atella Ferreira, foi filiado ao PT entre 2003 e 2009. No entanto, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que a filiação foi apresentada ao partido, mas não chegou a ser efetivada por um erro de grafia.
Assaltantes invadem comitê petista em Mauá Na manhã do dia 1º de setembro, um grupo de pelo menos seis homens invadiu e assaltou um comitê político de Mauá. O grupo levou apenas um celular de um político, duas armas e um rádio transmissor de dois guardas municipais que estavam no local na hora do roubo. A campanha de José Serra (PSDB) à Presidência acusou o PT de ter simulado o assalto ao comitê para "queimar arquivo".

 

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