24/06/2010 - 09h04

Dilma minimiza pesquisa, mas alfineta estratégia tucana

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, minimizou nesta quinta-feira (24) o resultado da pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem, na qual ela aparece pela 1ª vez com vantagem sobre José Serra (PSDB). No entanto, ela aproveitou para alfinetar a estratégia do adversário. A petista disse ter achado a pesquisa “interessante”, mas afirmou que ainda “há muita água para rolar debaixo da ponte”.

“Nós não subimos em salto alto e ficamos achando que as coisas estão resolvidas, ou elas apontam uma situação que é definitiva. Há em todas as pesquisas uma certa precariedade porque elas sempre refletem o momento. É animador por um lado, mas ao mesmo tempo, só tende a nos colocar com humildade e com a certeza de que há um grande desafio pela frente”, disse a ex-ministra em entrevista concedida à Radio Itatiaia, de Belo Horizonte.

A ex-ministra foi questionada sobre a pressão que recebeu de Serra para pedir desculpas pelo caso do dossiê, que supostamente teria sido encomendado por integrantes de sua campanha. Ela deu a entender que o assunto foi explorado pelos tucanos como estratégia eleitoral. “Eu acho que fazia parte de uma estratégia eleitoral do meu adversário que parece que não está dando muito certo”, disse.

"Dilmasia"

Dilma afirmou que os candidatos não podem achar que os eleitores são sua "propriedade" e disse que respeita a opção dos mineiros que votarem nela e no candidato do PSDB ao governo do Estado, Antonio Anastasia. Na entrevista, a petista buscou ainda associar o nome do ex-ministro Patrus Ananias, que será vice na chapa de Hélio Costa (PMDB) ao governo mineiro, aos programas Fome Zero e Bolsa Família, dos quais foi coordenador.

"A relação que a gente tem que ter com o eleitor é de respeito. O candidato não pode achar que o eleitor é propriedade dele. O eleitor é um cidadão com consciência, e é a consciência dele que vai definir o voto", disse Dilma, sobre a combinação de votos entre ela e Anastasia - que ganhou o apelido de "Dilmasia".

Sobre uma suposta incompatibilidade política entre Costa e Ananias, a candidata afirmou que, no Brasil, não se governa só com um partido. "Não é viável supor que, em um país com a diversidade do Brasil e com essa riqueza tanto social, política e cultural que, por exemplo, Minas tem, não se pode fazer uma coalizão. É uma visão estreita", disse Dilma. Ela disse que a participação de Ananias na chapa do PMDB traz a certeza de que o governo de Minas terá um compromisso com a inclusão social.

Enchentes

Dilma lamentou ainda a tragédia causada pelas enchentes no Nordeste, e afirmou que o governo Lula aumentou os investimentos em habitação e saneamento no país - os quais, segundo ela, ficaram abandonados durante 25 anos. A petista disse que a falta de políticas de habitação fez com que muitas pessoas, ao longo do tempo, construíssem suas moradias em fundos de vales e em beiras de córregos e de rios. A candidata ainda afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao assumir o cargo, recebeu o governo em "situação precária", com inflação alta e grande endividamento.

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