10/06/2010 - 16h45

Marina Silva, do trabalho nos seringais acrianos à disputa pela Presidência

Carolina Pimentel
Agência Brasil
Brasília

A senadora pelo Acre Marina Silva é a candidata à Presidência da República do Partido Verde (PV) nas eleições de outubro. Ela deu os primeiros passos nos movimentos social e sindical ao lado de Chico Mendes, líder seringueiro assassinado em Xapuri, em 1988. Antes de chegar ao Senado, em 1994, foi vereadora em Rio Branco e deputada estadual pelo PT. Alfabetizada apenas na adolescência, é formada em história pela Universidade Federal do Acre e pós-graduada em psicopedagogia.

Marina começou a carreira política em seu estado, em 1984. Sua trajetória é marcada por defender o crescimento sustentável, com proteção do meio ambiente. No Acre, ela foi uma das fundadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Chegou ao Senado com 36 anos, como a mais jovem senadora do país. Agora, parte para um desafio maior: disputar a Presidência da República pela primeira vez.

Marina assumiu o comandou o Ministério do Meio Ambiente, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – primeiro cargo a ocupar no Poder Executivo -, em janeiro de 2003. Em sua gestão, conseguiu reduzir os índices de desmatamento da Floresta Amazônica e criou o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade - autarquia responsável por administrar as unidades de conservação, atividade antes desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em 13 de maio de 2008, Marina se demitiu do comando do ministério, alegando enfrentar resistência de outros membros do governo para implantar a política ambiental. No ano passado, depois de quase 30 anos, desfiliou-se do PT. À época, argumentou discordar da proposta do partido de priorizar o desenvolvimento em detrimento da preservação ambiental.

Casada, Marina tem quatro filhos. Nasceu em Breu Velho, um seringal localizado a 70 quilômetros da capital acriana. É a segunda mais velha de uma família de sete mulheres e um homem. Aprendeu a ler e escrever somente na adolescência, quando foi morar em Rio Branco e entrou em contato com religiosos.

Até hoje, ela sofre problemas de saúde em consequência do seu trabalho nos seringais acrianos. Frequentemente, Marina é submetida a tratamento por causa de uma contaminação por metais pesados. Em 2007, integrou a lista das 50 pessoas mais influentes para ajudar a salvar o planeta, feita pelo jornal britânico The Guardian.

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