10/06/2010 - 12h43

Plano do PV mantém política econômica e pede análise de hidrelétricas na Amazônia

Do UOL Eleições
Em São Paulo

Foi divulgado nesta quinta-feira (10) o programa de governo da senadora Marina Silva (AC), que será confirmada hoje como candidata à Presidência na convenção nacional do PV, realizada em Brasília. O texto, publicado por Marina em seu perfil no Twitter, defende a manutenção de diversos pontos da política macroeconômica adotada pelo governo Lula, pede uma melhor análise dos projetos de criação de hidrelétricas na Bacia Amazônica - embora garanta a construção de usinas já em andamento - e propõe a criação de uma "terceira geração" dos programas sociais, com o estímulo do empreendedorismo e a participação da iniciativa privada. O plano também propõe a reforma tributária e mudanças na Previdência, mas sem especificar como isto seria feito.

O programa de governo do PV diz que o Brasil chega em 2010 como um país "vencedor", que recuperou sua autoestima, chegou à estabilidade econômica e consolidou suas instituições democráticas, após 25 anos de ditadura militar. No entanto, o plano diz que os avanços do Brasil trouxeram desigualdade de oportunidades, estagnação da qualidade de ensino, "dilapidação" do patrimônio natural e ampliação do "caos urbano". Como alternativa, o programa de Marina propõe um "novo padrão de crescimento econômico", com ênfase no desenvolvimento sustentável. "Os brasileiros querem muito mais e, sobretudo, querem melhor", diz o texto.

Em termos econômicos, o programa defende a manutenção de metas de inflação, atenção à responsabilidade fiscal e a adoção de câmbio flutuante, com a previsão de intervenções para controlar eventuais supervalorizações do real. O texto fala em reformar o sistema tributário, que traga "simplificação e transparência", e em modificar a Previdência, com uma "forte estrutura de financiamento de longo-prazo", mas não traz propostas concretas para chegar a essas metas.

O plano do PV propõe a diversificação da geração de energia, com foco em projetos eólicos e com uso de cana-de-açúcar, entre outros. As obras de hidrelétricas já em andamento ficam garantidas, mas o programa defende uma maior avaliação de projetos ainda não iniciados - caso da usina de Belo Monte, que não é citada diretamente - por meio de audiências públicas. O pré-sal também não é lembrado especificamente no texto, mas o uso de recursos naturais não renováveis, como petróleo e gás, teria, para o PV, uma gestão "estratégica", para garantir a futura independência do Brasil destes meios.


Para o setor dos transportes, a proposta do PV é priorizar o investimento em ferrovias, hidrovias e em sistemas que combinem biocombustíveis e eletricidade.

Programas sociais 

No caso dos programas sociais do governo federal, o PV fala em levá-los à "terceira geração", levando aos beneficiários uma maior oferta de oportunidades de subsistência. Entre as propostas nesta área, estão buscar parcerias entre poder público e iniciativa privada para manter os programas, estimular o empreendedorismo, integrar os agentes que atendem às famílias em uma única rede e priorizar a educação nas estratégias para eliminar a pobreza.

O texto do PV não faz menção à adoção de crianças por casais homossexuais ou ao casamento gay, temas que já causaram polêmica durante o período de pré-campanha - Marina Silva diz ser contra o casamento de pessoas do mesmo sexo e afirma ter dúvidas sobre os efeitos da adoção por homossexuais nos filhos. No entanto, o programa do PV declara que um dos objetivos de governo é "lutar contra todas as formas de discriminação: étnica, racial, religiosa, homofobia, sexismo ou outra", garantindo respeito às demandas de todos os grupos.

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