Palavras 'Brasil', 'Lula' e 'pessoas' ganham destaque em discurso de presidenciáveis

Para anunciar, oficialmente, suas intenções de ocupar a cadeira de presidente da República do Brasil nas eleições de 2010, os três principais pré-candidatos, José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV), utilizaram, juntos, quase 16 mil palavras no discurso de lançamento de suas respectivas campanhas.

Na lista de termos mais utlizados pelos três políticos em suas falas, o verbete "Brasil" predominou e foi repetido 81 vezes pelos pré-candidatos. José Serra foi quem mais usou a palavra, dizendo-a 39 vezes.  O termo também foi campeão no pronunciamento de Dilma Rousseff (31 vezes). No entanto, o nome do presidente Lula também ganhou destaque e foi dito 21 vezes pela ex-ministra, sendo a segunda palavra mais usada em seu discurso. Já "pessoas" foi o termo que predominou no pronunciamento de Marina Silva, repetida 36 vezes.

A pré-candidata do PV foi a mais sucinta ao lançar sua campanha, usando pouco mais de 4 mil palavras. Dilma foi a que fez o discurso mais longo, com mais de 6 mil palavras. Serra usou 4.748 termos.

Veja quais foram os outros verbetes mais utilizados em cada um dos discursos feitos pelos pré-candidatos e em que contexto foram ditos. Para isso, o UOL Eleições usou as ferramentas Wordle.net e Many Eyes. Para a análise, foram utilizadas as 100 palavras mais repetidas em cada um dos discursos.

Serra reforça obrigações de um presidente e reforça slogan

Em um discurso voltado para os brasileiros —palavra repetida 20 vezes durante sua fala— que "trabalham", "estudam", "querem subir na vida" e "acreditam no esforço", Serra priorizou o termo "Brasil", pronunciando-o em 39 momentos diferentes. Em seis deles, focou seu slogan de campanha: "O Brasil pode mais".

Na maioria das 17 vezes em que disse "governo", o pré-candidato à presidência do PSDB se referiu às obrigações de um político no comando do país, usando o termo em frases como:  "o governo deve ouvir a voz dos trabalhadores", "o governo deve servir ao povo", "o governo deve procurar unir a nação".

No pronunciamento, o pré-candidato do PSDB reforçou seu trabalho como ministro da Saúde durante o governo de Fernando Henrique Cardoso em 5 momentos diferentes, repetindo a palavra "saúde" ao se referir a "implantação dos genéricos", a "proibição do fumo" e ao "combate a falsificação de remédios".

Dilma foca discurso em Lula e em continuidade

"Lula nos ensinou o caminho", "Lula com a vontade de fazer trilhar", "Lula se empenha para implantar". Repetindo 21 vezes o nome do presidente da República, o termo "Lula" foi o segundo mais falado pela pré-candidata, perdendo apenas para a palavra "Brasil", dita 31 vezes (na maioria das vezes se referindo a um país "para todos", "não para uma minoria").

Na contagem de palavras, "vamos" ganhou destaque e chamou a atenção ao mostrar quais termos o acompanhavam. Grande parte das 20 vezes em que a palavra "vamos" foi dita em seu discurso, Dilma se referia a dar continuidade ao trabalho do atual presidente da República, usando, na maioria das vezes, verbos como "vamos aprofundar, continuar, manter, reforçar".

Marina frisa que não está fazendo "jogo" de concorrentes

"Pessoas" foi o termo mais repetido por Marina Silva em seu discurso de pré-candidatura, que aconteceu no último domingo (17). Na maioria das vezes, a pré-candidata se referia a "pessoas que vivem na cidade", "pessoas que precisam viver com tranquilidade" e "pessoas que precisam morar mais perto do trabalho".

Diferente de Dilma e Serra, Marina repetiu a palavra Brasil em apenas 26 ocasiões, sinalizando, em vários momentos, que o país precisa estar disposto a enfrentar um novo desafio.

"Sustentabilidade", um dos temas mais importantes na campanha da pré-candidata, foi uma palavra repetida apenas 11 vezes no discurso, referindo-se não só à sustentabilidade ambiental, mas também à urbana, social e cultural.

Em 21 momentos diferentes, a candidata do PV afirmou que não está fazendo o "jogo" de Dilma ou de Serra. Não "está fazendo o jogo de ninguém", apenas pensando em fazer um "jogo no presente, pensando no futuro".

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