10/09/2010 - 15h07

Prisão de governador candidato não altera eleição no Amapá

Rosanne D'Agostino
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • O ex-governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), e o atual governador, Pedro Paulo (PP), foram presos pela Polícia Federal em operação contra desvio de recursos; mais 16 foram detidos temporariamente

    O ex-governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), e o atual governador, Pedro Paulo (PP), foram presos pela Polícia Federal em operação contra desvio de recursos; mais 16 foram detidos temporariamente

A prisão do governador do Amapá, Pedro Paulo (PP), candidato à reeleição, não altera o quadro eleitoral no Estado. Ele foi detido esta manhã como um dos investigados pela Operação Mãos Limpas, da Polícia Federal, e será transferido nesta sexta (10) para Brasília, juntamente com outros 17 detidos acusados de participação em uma organização criminosa que teria desviado recursos públicos do Amapá e da União.

De acordo com a PF, todos os 18 mandados de prisão temporária foram cumpridos. O ex-governador do Amapá e atual candidato ao Senado, Waldez Góes (PDT), também foi preso. Pedro Paulo era vice de Góes até abril. As temporárias foram decretadas por cinco dias.

As prisões podem ser prorrogadas, ou ainda, se a Justiça entender necessárias, podem ser decretadas de forma preventiva (sem prazo) pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde corre o inquérito. Ainda assim, o pleito de 3 de outubro não sofrerá implicações. Isso porque a prisão de um candidato não influi em seu registro de candidatura.

“Não vai mudar nada na eleição. São duas esferas diferentes, uma é a eleitoral outra é a criminal”, explica o advogado Alberto Rollo. Os dois candidatos presos tiveram seus registros deferidos pela Justiça Eleitoral. “Agora, se o Ministério Público Eleitoral entender que houve crime, como a compra de votos, pode entrar com um processo de cassação. Esse corre à parte do criminal.”

Nesse caso, segundo o especialista, o candidato continua concorrendo enquanto a Justiça Eleitoral não se pronunciar, o que, provavelmente, não deve ocorrer antes das eleições. Se o candidato é eleito, pode ter de deixar o cargo caso seja cassado após a diplomação. "O nome deles continua na urna. Isso pode se refletir nas urnas apenas se o eleitor mudar sua escolha", afirma.

Mais sobre o candidato
Pedro Paulo teve a candidatura aprovada pela Justiça Eleitoral. Ele declarou R$ 1.950.220,07 em bens. O vice na chapa é Alberto Pereira Góes (PDT). Até agora, sua campanha declarou ter arrecadado R$ 926.162,95, contabilizando exatamente os mesmo gastos. A totalidade da origem das verbas foi atribuída a “outros recursos” provenientes de outros candidatos ou comitês.

De acordo com a mais recente pesquisa Ibope no Estado, divulgada no dia 3 de setembro, Lucas (PTB) lidera as intenções de voto, com 28%, seguido de Jorge Amanajas (PSDB) e Pedro Paulo (PP), empatados tecnicamente com 20% e 19%.

Camilo Capiberibe (PSB) tem 10% das intenções e Genival Cruz (PSTU), 1%. Brancos e nulos somam 10%, não sabem em quem votar são 11%. A margem de erro é de três pontos percentuais.

Operação da PF
O Diretório Nacional do PP não vai se pronunciar sobre a prisão sem antes ter "informações detalhadas" do diretório estadual do partido. O governo do Amapá informou que vai aguardar a PF se manifestar oficialmente sobre a operação. Ainda segundo a assessoria, os secretários que foram convocados pela polícia já estão se apresentando para prestar depoimento.

Os envolvidos são investigados pelas práticas de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa (patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública), ocultação de bens e valores, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, tráfico de influência, formação de quadrilha, entre outros crimes.

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