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19/10/2008 - 22h25

Terceiro bloco: Kassab lê lista contra Marta; petista diz que adversário fez "maldade" com catraca

Rosanne D'Agostino
Em São Paulo
  • Moacyr Lopes Junior/ Folha Imagem

    No último debate, Marta Suplicy (PT) e Gilberto Kassab (DEM) partiram para o ataque pessoal


Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT) voltaram a trocar ataques duros neste domingo (19), em debate realizado pela TV Record. O terceiro bloco foi marcado por listas lidas por Kassab contra a gestão Marta, iniciativa ironizada pela petista, ataques sobre a área da saúde e disputa sobre o Bilhete Único na cidade.

Mediado pelo jornalista Celso Freitas, este é o segundo e penúltimo confronto entre os adversários na televisão no segundo turno, antes das eleições de 26 de outubro. São duas horas de embate divididas em cinco blocos. No primeiro e no terceiro, Marta e Kassab respondem a perguntas de jornalistas da emissora. No segundo e no quarto, falam entre si. O quinto bloco é reservado às considerações finais.

Terceiro bloco



Questionada no terceiro bloco sobre se, por não mais liderar as pesquisas na disputa, o que teria dado errado em sua campanha, Marta afirmou: "Acho que não deu errado. Acho que estamos ainda sem urnas abertas. No primeiro turno, todos bateram em mim porque estava na frente. Essa cidade pode ser mais humana ao abrirem-se as urnas", disse a petista.

Mais uma vez, Kassab alfinetou Marta. "As pessoas puderam ver o que era a gestão Marta." Segundo ele, na época dela tinha obras paradas, escolas de lata, atraso na entrega de material escolar, máfia da catraca, entre outras críticas lidas pelo candidato, que trouxe listas contra a adversária. "Que interessante, Kassab, tudo o que você citou fui eu quem criei", rebateu Marta. "E eu vou por pra carregar na catraca de novo, porque você tira os benefícios das pessoas. É maldade", criticou.

As ironias do prefeito continuaram em questionamento sobre atritos com Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno. Kassab disse que o apoio do ex-governador e ex-adversário na disputa não o constrange. "Ele acha que nosso governo é melhor. E volta aqui a listinha", apontou Kassab, que voltou a ler uma série de críticas trazidas por escrito contra a adversária, além de outra, com seus projetos realizados. "Tem prefeito que não sabe dizer o que fez, né, tem que ler", finalizou Marta.


Marta também comentou sobre o CEU Saúde, ao ser perguntada se havia desistido da proposta, por não ter sido implementada em sua gestão. "A opção de Serra foi fazer as AMAs, que não resolvem o problema", criticou.

"Nós vamos fazer policlínicas com 23 especialidades. Um salto importantíssimo era utilizar o software que deixamos para informatizar toda a saúde", completou. "Pelo que eu entendi, ela não está apresentando o CEU Saúde nessa campanha porque ela acha que nós fizemos muito pela saúde", disse Kassab.

Em seguida, ele também reforçou que não aumentará a tarifa de ônibus em 2009. "Estou muito tranqüilo em relação ao nosso orçamento", disse. Marta aproveitou para criticar novamente o prefeito na área do transporte. "Eu, quando governei, foi com muito pouco. R$ 10 bilhões a menos. E nós conseguimos dar um salto extraordinário no transporte", disse Marta, que não apenas prometeu congelar a tarifa, como reafirmou investimento no metrô -a proposta de investimento do governo federal foi questionada no primeiro turno, por não estar prevista em orçamento.

O último debate do segundo turno na capital paulista deverá ser transmitido pela TV Globo na quinta-feira (23).

Segundo bloco



A primeira pergunta do segundo bloco foi feita por Kassab, que questionou Marta sobre a suposta "falta de remédios em seu governo". "Olha Kassab, você deveria saber melhor que eu, porque você deixou para mim o PAS. Não tinha um remédio na cidade", atacou. "Nós fizemos um salto gigantesco." Ela também rebateu afirmação de Kassab sobre "taxa de coxinha". "Isso são debates internos de dentro de uma prefeitura."

"Quem depende de remédio está torcendo para a prefeita não voltar", disse Kassab. "Ela teve quatro anos para governar. Há mais de três anos não temos problemas de remédio e vamos ampliar", prometeu. "Levou quatro anos para recuperar o que você deixou", rebateu a petista, que alfinetou Kassab ao afirmar que, em sua gestão, tinha R$ 10 milhões a menos de orçamento.

Ao perguntar a Kassab sobre a questão do trânsito, Marta disse que o candidato não fez os corredores que prometeu. "Que corredor você fez? Nem para ultrapassagem, nem sem. Simplesmente não fez. E a população sofre, você não está nem aí com as pessoas. Agora fica apresentando um cheque de metrô e as pessoas perguntando cadê o corredor", criticou.

"Nós temos responsabilidade, planejamento. Não podemos é ter pressa para inaugurar de qualquer jeito. Se demorar, paciência, o próximo prefeito que, se Deus quiser serei eu, vai inaugurar", rebateu.

Primeiro bloco



No primeiro bloco, a primeira pergunta foi respondida pelo candidato à reeleição Gilberto Kassab sobre o conflito entre as polícias civil e militar ocorrido na última quinta-feira (16) na capital e afirmação do governador José Serra (PSDB), que atribuiu o conflito ao PT.

"A greve não é o melhor caminho. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), da aliança da nossa adversária, há uma semana, publicamente, já organizava manifestação a favor desse confronto. O caminho é o diálogo. Tenho certeza de que Lula, como presidente, vai consultar o governador e se colocar à disposição para resolver com diálogo", afirmou Kassab. "Fiquei indignada com o que aconteceu. Achei uma provocação e uma manifestação eleitoral [de Serra]", respondeu Marta.

Em seguida, Marta comentou sobre propaganda que questionava a vida pessoal do prefeito. "Essas perguntas foram testadas por marqueteiros e ninguém viu aquelas perguntas como malícia. O que aconteceu depois que influenciou", afirmou a petista, alfinetando a interpretação feita pela imprensa. "As pessoas não sabiam que ele era do PFL, foi importante para as pessoas conhecerem que é o candidato. Eu sou a pessoa que mais defendeu direitos humanos, minorias, sabem que eu nunca seria parceira de uma coisa que pudesse gerar isso", completou.

Início



Ao chegar à sede da emissora, Kassab disse que, "se alguém quiser ganhar no tapetão, isso não vai acontecer". "Confio na Justiça", alfinetou o candidato, referindo-se ao referia-se ao pedido de cassação de candidatura apresentado pela petista durante a semana.

"Estou muito animada, ninguém pode sentar na cadeira de prefeito antes da hora", disse Marta ao chegar. Ela também comparou a disputa política ao futebol. "Chegou no finzinho e o Palmeiras empatou", afirmou sobre o jogo deste domingo com o São Paulo.

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