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24/09/2008 - 14h25

Pela primeira vez na mídia, debate reúne principais candidatos à Prefeitura do Rio

Thyago Mathias
Especial para o UOL
No Rio de Janeiro

Eduardo Paes (PMDB), Marcelo Crivella (PRB), Jandira Feghali (PC do B), Fernando Gabeira (PV), Solange Amaral (DEM), Alessandro Molon (PT), Chico Alencar (PSOL) e Paulo Ramos (PDT) participaram juntos, pela primeira vez nesta campanha eleitoral, de um debate online promovido pelo Jornal do Brasil, na manhã desta quarta-feira (24).


O evento chegou a ser suspenso por decisão do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) que atendeu, na terça-feira (23), a uma ação do PT do B para que os candidatos de todos os partidos com representação no Congresso Nacional fossem convidados. Para cumprir a exigência, os organizadores incluíram a participação dos candidatos do PT do B, Vinícius Cordeiro, e do PSC, Filipe Pereira.


"Eu quero agradecer por ter sido convidado para a realização deste debate, já que houve uma ação judicial de outro candidato", desabafou Pereira, o primeiro a falar, ao que um representante do jornal explicou que se previa, antes, a participação somente dos candidatos que atingissem pelo menos um ponto percentual nas pesquisas.


"Tive que pedir ao judiciário para estar presente. Tive que brigar pra me aceitarem", replicou Cordeiro, elevando o tom de voz.


Paulo Ramos, junto com Chico Alencar, foi quem mais lançou acusações, especialmente sobre as doações de empreiteiras para as campanhas, que comprometeriam a independência dos candidatos, e a ligação com os dirigentes de escolas de samba, envolvidos com o crime organizado.

"Como é que fica a autoridade de quem governa freqüentando camarote de Anísio Abraão David, de Capitão Guimarães?", questionou Ramos.


Chico Alencar também se referiu à "mistura" entre política e crime organizado que foi constatada nos partidos de alguns dos que concorrem à prefeitura. Os deputados estaduais Álvaro Lins (PMDB), cassado, Natalino (ex-DEM) e Jorge Babu (PT), além da candidata a vereadora Carminha Jerominho (PT do B), foram citados.


Jandira Feghali deu continuidade ao tema e criticou "a falta de ação continuada" da Justiça no combate a políticos associados ao crime. Segundo ela, as recentes prisões de milicianos não passam de "marketing eleitoral".


O primeiro momento de tensão do debate só surgiu no segundo bloco, em que representantes da sociedade civil foram convidados a fazer perguntas. A presidente da Federação das Associações de Moradores do Rio (FAM-Rio), Márcia Vera de Vasconcellos, provocou a candidata democrata, apoiada pelo prefeito Cesar Maia:


"Fica difícil pra gente ver na televisão a candidata do prefeito dizer que construiu tantas mil casas populares. O prefeito que a senhora representa nunca discutiu com a sociedade!", acusou Márcia Vera.


"Tenho currículo, trabalho e realização na área da habitação popular", respondeu Solange, que, em seguida, mencionou controvérsias na construção do Maracanã e do sambódromo para defender a Cidade da Música como futuro atrativo turístico da cidade.


Farpas


No terceiro bloco, Jandira Feghali usou a primeira pergunta feita diretamente entre os candidatos para tentar constranger a coligação de Gabeira com o PSDB:


"Na sua gestão, com o apoio de Marcello Alencar, vai haver privatização da saúde do Rio de Janeiro?", indagou, a respeito do ex-prefeito e ex-governador que preside o Diretório Regional do PSDB.


"Sua questão é pertinente e vou respondê-la apesar da malícia política nela contida", respondeu Gabeira, que se disse contra a privatização da saúde, mas a favor de uma gestão profissional privada dos hospitais públicos. "Tenho a impressão, Jandira, de que você, pelo curso da campanha, não pôde ler os jornais direito. Teria visto que, desde o início, estabeleci o compromisso de que os partidos não vão ocupar a administração pública", rebateu.


Eduardo Paes e Solange Amaral trocaram farpas sobre as responsabilidades da Prefeitura e do Governo do Estado em relação à saúde pública e ao saneamento da zona oeste.


Crivella, que foi acusado de homofobia por Solange, lançou dúvidas sobre a separação de poderes no Rio de Janeiro e clamou por votos que não consolidem a prevalência política do partido de Paes.


"O PMDB domina o Governo do Estado e a Assembléia Legislativa. A maioria dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado são oriundos do PMDB. Dos 179 desembargadores do Tribunal de Justiça, a maioria é ligada ao PMDB. O PMDB faz campanha milionária, utilizando despudoradamente a máquina pública", afirmou o peerrebista, sem provocar reações de Paes, que preferiu evitar polêmicas e não pedir direito de resposta.

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