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07/08/2008 - 15h36

Vereador do Recife gastou R$ 9 mil de gabinete em churrascarias, segundo TCE

Paula Brukmüller
Especial para o UOL
Em Recife
No Pernambuco, novo levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta supostas irregularidades nas contas de mais dez vereadores da Câmara Municipal do Recife.

Dados divulgados na última terça-feira (5) já sugeriam desvio em verbas destinadas a manutenção gabinete dos outros 26 parlamentares do Recife. Agora, as contas de todos foram consideradas problemáticas pelo TCE.

Severino Ramos (PMN) pediu reembolso de três notas fiscais que totalizaram R$ 9.603,67, referentes a 150 rodízios de carne, além de refrigerantes, águas e sobremesas, em uma única churrascaria.

De acordo com os auditores do TCE, os vereadores gastam com alimentação uma média de R$ 50 mil por mês - R$ 1.388 por vereador. O relatório fez uma comparação com o orçamento da merenda escolar - R$ 0,22 por dia com cada criança da rede municipal.

"O dinheiro gasto em um mês pelos parlamentares daria para custear a merenda mensal de 10.330 alunos", dizem os auditores do TCE.

Segundo o TCE, a verba de gabinete deve ser usada para despesas gerais como materiais de escritório, correios e viagens em missão oficial da Câmara.

O presidente da Câmara, Josenildo Sinésio (PT), que havia declarado à imprensa estar "tranqüilo" e "livre de suspeitas", é acusado de ter usado, irregularmente, R$ 10 mil entre 2006 e 2007 com alimentação e material publicitário.

Entre os parlamentares suspeitos de utilizar a verba de gabinete para custear gastos com material de autopromoção, há a vereadora Priscila Krause (DEM), que teria gasto em 2007 cerca de R$ 3.348,94. A parlamentar se defende dizendo que estava "dando transparência ao seu mandato".

O vereador Daniel Coelho (PV), é suspeito de ter gasto R$ 5.387,60 de verba indenizatória também em promoção pessoal.

Gasolina
Em janeiro, maio e junho de 2006 os vereadores utilizaram R$ 404 mil com combustível, ressarcidos com as verbas indenizatórias.

De acordo com os técnicos do TCE, o dinheiro pagaria cerca de R$ 150 mil litros de gasolina, suficiente para rodar aproximadamente 500 mil quilômetros.

Consta ainda no relatório que alguns vereadores pré-cadastram veículos para receber combustível pago com verbas indenizatórias. Há gabinetes com 11 veículos cadastrados, como o do vereador Carlos Gueiros (PTB).

Na cidade vizinha de Paulista (Região Metropolitana do Recife), também surgiram denúncias de irregularidades na Câmara municipal.

Suposta fraude trabalhista cometida em 1993, teria beneficiado mais de 450 funcionários. Entre as ilegalidades constatadas em investigação feita pelo Ministério Público do Trabalho e pelo Minsitério Público Estadual (MPPE), há pessoas contratadas quando tinham entre 5 e 13 anos de idade.

As fichas teriam sido adulteradas para adquirir estabilidade no serviço público sem necessidade de concurso.

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