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11/08/2006 - 23h00

Lula diz que oposição só pensa em pobre em época de eleição

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Em comício da candidatura a governador do Rio de Janeiro de Marcelo Crivella, do PRB, um dos partidos de sua coligação, no qual teve papel secundário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a política social do seu governo e atacou a oposição.

"Para eles, pobre só tem importância na época das eleições. É a hora em que xingam os banqueiros, mas depois almoçam e jantam com os banqueiros", afirmou.

Lula também defendeu com veemência a política econômica que vem aplicando, com referências às exportações, ao superávit comercial e, principalmente, às reservas de 71 bilhões de dólares.

"Antes, o Malan (Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda) vira e mexe estava nos Estados Unidos pedindo alguma coisa ao FMI. Agora, dissemos ao FMI que pode ir embora porque cuidamos do nosso próprio nariz. Antes, os Estados Unidos espirravam e o Brasil pegava uma pneumonia. Agora, os Estados Unidos espirram e eu falo saúde", afirmou, na única referência direta ao governo anterior.

O presidente e candidato à reeleição disse que o mote de seu próximo governo, caso eleito, será "desenvolvimento, distribuição de renda e escola de qualidade", e estimou um maior crescimento econômico.

"Se melhorarmos a educação e o desenvolvimento, ano que vem a gente pode crescer a 5 por cento", disse Lula, ressaltando que não estava fazendo promessa.

Lula dedicou boa parte de seu discurso às questões locais e disse que deixará para a cidade um legado de segurança após os Jogos Pan-Americanos de 2007.

"O governo federal está investindo 1 bilhão e 300 milhões de reais no Pan. Vamos montar o mais moderno esquema de segurança já visto, que depois vai ficar aqui, em definitivo", disse Lula, perante um público que já começava a se dispersar após o discurso de Crivella.

De frente para um público que carregava bandeiras brancas produzidas em série com a sua foto e a de Crivella, Lula encerrou seu discurso pedindo voto para o candidato do PRB e fazendo alusão ao caráter religioso de Crivella, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.

"Se o povo do Rio quiser compensar a genialidade de Deus ao criar esta cidade, é preciso escolher alguém que tenha compromisso com Deus".

(Por Mair Pena Neto)