O Partido Progressista cresceu 100% nas eleições para os governos estaduais deste ano. Em 2002, o partido não conseguiu eleger nenhum governador. Quatro anos antes, o então PPB foi vitorioso em dois Estados: Santa Catarina, com Esperidião Amin, e Roraima, com Neudo Campos.
Apenas em abril de 2006 o PP ganhou uma administração, quando Marconi Perillo (PSDB) desincompatibilizou-se para concorrer ao Senado e deixou o governo de Goiás para seu vice, Alcides Rodrigues.
Com a ajuda de Marconi, o governador Alcides cresceu nas pesquisas e foi reeleito no segundo turno com 57,14% dos votos válidos.
O resultado foi comemorado pelo PP. Nem o fato de Alcides ter apoiado Geraldo Alckmin (PSDB) - os pepistas fazem parte da base aliada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - parece preocupar as lideranças do partido. O presidente nacional em exercício do PP, deputado Nélio Dias (RN), diz que o goiano tem um "bom" grau de fidelidade. "Não há problema que Alcides faça oposição a Lula, desde que ele não fira o partido", afirma.
Nélio Dias lembra que o PP conseguiu superar a cláusula de barreira e está entre os cinco maiores partidos do país. Além de Alcides, o partido também elegeu Francisco Dornelles para o Senado pelo Rio de Janeiro - em 2002, o PP não havia eleito nenhum senador.
O presidente do PP atribui o resultado à militância do partido. "Provamos que temos densidade eleitoral nas urnas, e ganhamos mais visibilidade", diz Nélio.
Nélio Dias é presidente em exercício do PP. Pedro Côrrea, deputado que foi cassado em março por envolvimento no escândalo do mensalão, licenciou-se do cargo.
A mais conhecida liderança do PP é o ex-governador paulista Paulo Maluf, que passou 41 dias preso na Polícia Federal.
O Partido Progressista surgiu durante o processo de redemocratização do Brasil. O então PDS (Partido Democrático Social), que apoiava o governo de João Figueiredo (1979-1985) evitou a volta das eleições diretas, mas dividiu-se na disputa interna para decidir quem seria o candidato à Presidência em 1984.
O PDS tinha dois candidatos, o então ministro Mário Andreazza e Maluf. O ex-governador foi escolhido na convenção, mas o partido não sobreviveu inteiro após a disputa.
Uma das alas fundaria o PFL e se aliaria ao PMDB para apoiar o candidato Tancredo Neves, enquanto a outra seguiria seu caminho até a derrota no Colégio Eleitoral.
O que restou do PDS passa a ser oposição com a vitória de Tancredo. Em 1993, o PDS funde-se com o Partido Democrata Cristão (PDC, criado em 1988) e nasce o Partido Progressista Reformador (PPR).