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06/11/2006 - 15h46

Com vitória em Goiás, PP elege 1º governador desde 2002

Larissa Morais
Da Redação, em São Paulo

Divulgação

Alcides Rodrigues faz campanha em Goiânia, com Marconi Perillo ao fundo

Alcides Rodrigues faz campanha em Goiânia, com Marconi Perillo ao fundo

O Partido Progressista cresceu 100% nas eleições para os governos estaduais deste ano. Em 2002, o partido não conseguiu eleger nenhum governador. Quatro anos antes, o então PPB foi vitorioso em dois Estados: Santa Catarina, com Esperidião Amin, e Roraima, com Neudo Campos.

Apenas em abril de 2006 o PP ganhou uma administração, quando Marconi Perillo (PSDB) desincompatibilizou-se para concorrer ao Senado e deixou o governo de Goiás para seu vice, Alcides Rodrigues.

Com a ajuda de Marconi, o governador Alcides cresceu nas pesquisas e foi reeleito no segundo turno com 57,14% dos votos válidos.


O resultado foi comemorado pelo PP. Nem o fato de Alcides ter apoiado Geraldo Alckmin (PSDB) - os pepistas fazem parte da base aliada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - parece preocupar as lideranças do partido. O presidente nacional em exercício do PP, deputado Nélio Dias (RN), diz que o goiano tem um "bom" grau de fidelidade. "Não há problema que Alcides faça oposição a Lula, desde que ele não fira o partido", afirma.

Nélio Dias lembra que o PP conseguiu superar a cláusula de barreira e está entre os cinco maiores partidos do país. Além de Alcides, o partido também elegeu Francisco Dornelles para o Senado pelo Rio de Janeiro - em 2002, o PP não havia eleito nenhum senador.

O presidente do PP atribui o resultado à militância do partido. "Provamos que temos densidade eleitoral nas urnas, e ganhamos mais visibilidade", diz Nélio.

Nélio Dias é presidente em exercício do PP. Pedro Côrrea, deputado que foi cassado em março por envolvimento no escândalo do mensalão, licenciou-se do cargo.

A mais conhecida liderança do PP é o ex-governador paulista Paulo Maluf, que passou 41 dias preso na Polícia Federal.

O Partido Progressista surgiu durante o processo de redemocratização do Brasil. O então PDS (Partido Democrático Social), que apoiava o governo de João Figueiredo (1979-1985) evitou a volta das eleições diretas, mas dividiu-se na disputa interna para decidir quem seria o candidato à Presidência em 1984.

O PDS tinha dois candidatos, o então ministro Mário Andreazza e Maluf. O ex-governador foi escolhido na convenção, mas o partido não sobreviveu inteiro após a disputa.

Uma das alas fundaria o PFL e se aliaria ao PMDB para apoiar o candidato Tancredo Neves, enquanto a outra seguiria seu caminho até a derrota no Colégio Eleitoral.

O que restou do PDS passa a ser oposição com a vitória de Tancredo. Em 1993, o PDS funde-se com o Partido Democrata Cristão (PDC, criado em 1988) e nasce o Partido Progressista Reformador (PPR).