No penúltimo programa eleitoral da televisão, Geraldo Alckmin (PSDB) tentou consolidar a imagem de realizador enquanto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscou se mostrar como o presidente que "saiu do meio do povo". Os convidados de cada programa reforçaram as diferentes entre os candidatos. Alckmin trouxe sua mulher, Lú Alckmin, para apresentar projeto social e Lula contou com depoimento "afetuoso" do escritor Paulo Coelho.
O programa do tucano começou com jingle sobre a trajetória política de Alckmin. A seguir, o candidato citou a frase que deu a tônica de todo o programa: "O Brasil pode mais, porque você pode mais". Então, se seguiu a enumeração de obras realizadas pelo tucano.
Segundo o programa, na gestão de Alckmin à frente do governo do Estado de São Paulo, foram feitas grandes obras, como o de tratamento de água e esgoto. Foram construídas as fábrica de remédios e vacinas, além de 19 hospitais. Foram 12 mil km de estradas pavimentadas, "as melhores do país", disse o narrador. Também foi feito o maior programa habitacional, com um milhão de pessoas beneficiadas. E a expansão do metrô seguiu em duas frentes.
Após essas citações, o programa mostrou que Alckmin levaria essa política de realizações ao governo federal.
Lú Alckmin, mulher do candidato, também teve vez no programa. Ela apareceu como coordenadora do programa Padarias Artesanais, que possibilita à população obter renda com trabalho feito em casa. Novos números foram citados. Pelo projeto teriam passado 15 mil pessoas e cerca de 10 mil padarias artesanais estariam funcionando em São Paulo.
O programa de Luiz Inácio Lula da Silva optou por outro caminho. Ao contrário do tucano, o petista não mostrou imagens de realizações e obras. Lula se ateve a mostrar imagens de populares de mãos dadas "unindo" o país. O próprio candidato abandonou o escritório que servia de cenário em seus programas anteriores para aparecer diante de uma plantação de cereais.
O discurso transmitido no horário petista ressaltou as mudanças que foram feitas no governo Lula e as transformações ainda mais profundas que seriam implementadas no segundo mandato. "A responsabilidade aumenta, porque a comparação não será com outro presidente, mas comigo mesmo", disse Lula.
Sugerindo que a governabilidade seria tranquila em um eventual segundo mandato, o candidato petista disse que possui boas relações com os governadores eleitos e com o Congresso Nacional.
Ao final, Lula se uniu aos populares, imagem que reforça a idéia lançada ao longo de todo o programa com frases como "são milhões de lulas povoando o país", "ele é o primeiro homem do povo presidente", "ele tem a cara da gente".
Dois detalhes deram o toque final ao programa. No primeiro deles, crianças trouxeram um bolo para o aniversariante Lula,que completou 61 anos nesta sexta-feira (27). Depois, o escritor Paulo Coelho deu depoimento em favor do petista e desejou feliz aniversário ao presidente. Segundo a coluna de Mônica Bergamo na
Folha de quinta (26), o escritor Paulo Coelho gravou sua participação da França e se tornou um eleitor petista já no atual governo. Nas eleições passadas, ele votou no tucano José Serra para presidente.