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12/10/2006 - 13h46

Na reestréia do horário eleitoral, Lula explora debate e Alckmin baixa o tom

Da Redação
Em São Paulo
Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, quanto o tucano Geraldo Alckmin recorreram a trechos do debate promovido pela Rede Bandeirantes na reestréia do horário eleitoral gratuito, nesta quinta-feira. Mais crítico, o programa eleitoral de Lula preparou respostas para críticas que não vieram. Alckmin voltou a baixar o tom no horário eleitoral e apresentou propostas.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, disse que quer fazer campanha "limpa, sem baixaria" neste segundo turno
NA RÁDIO, LULA PROMETE MELHORIAS
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Depois das críticas sobre o tom agressivo do tucano no debate, a campanha de Alckmin optou por mostrar breves trechos em que o candidato falava sobre propostas para as áreas de educação, saúde e segurança. A campanha tucana exibiu apenas um trecho de ataque a Lula. "De onde veio o dinheiro sujo, em dólares e reais, para comprar um dossiê fajuto?"

Esperando que o adversário tucano usasse os trechos do debate com ataques mais duros, a campanha de Lula usou quase todo o horário eleitoral gratuito para mostrar Lula defendendo seus feitos e comentando os avanços da política econômica do país.

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O candidato Geraldo Alckmin (PSDB)destacou que vai "continuar, aumentar e melhorar" o programa federal Bolsa-Família
NO RÁDIO, ALCKMIN FALA DE ÉTICA
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Os temas privatização, ética e dossiê contra tucanos não ficaram de fora da edição. O programa mostrou trechos em que Lula criticou os tucanos pelas privatizações passadas -- na gestão de Fernando Henrique Cardoso -- e também acusações sobre vendas futuras de estatais, caso Alckmin seja eleito. "Quando não tiver mais o que vender, vão vender até a Amazônia."

Os trechos em que Lula defende seu governo no caso dossiê e fala sobre ética ficaram para o final da propaganda eleitoral. "Não sou policial, sou presidente da República. Acho que Alckmin tem saudade dos tempos da tortura, em que bastavam 30 minutos na cadeia para descobrir provas."

Para fechar o programa, um dos apresentadores perguntou aos telespectadores: "Você ainda tem alguma dúvida sobre qual candidato é o mais preparado?"

Em estratégia oposta, o programa de Alckmin usou trechos do debate da Band apenas na primeira metade do programa. Depois da exibição de breves trechos, a campanha do tucano apostou no uso de depoimentos de eleitores, elogiando a performance de Alckmin. "Ele perguntou ao Lula o que o povo quer saber, mas não teve resposta", disse um eleitor.

Alckmin voltou a adotar a postura de gerente, como no primeiro turno, e repetiu palavras como "eficiência", "gestão", "trabalho". O tucano destacou no programa seu "plano nacional de desenvolvimento", que prevê obras para a geração de empregos e renda no país. "O país não pode mais perder tempo com escândalos, dossiês fajutos. O Brasil precisar ir para frente."

O candidato do PSDB preocupou-se em destacar as promessas para o programa federal Bolsa-Família, um dos carros-chefe do governo Lula. "Quero ser presidente para aumentar o Bolsa-Família, para melhorar o Bolsa-Família."

Agradecimento
Na abertura do programa, Lula e Alckmin agradeceram os votos recebidos no primeiro turno. Lula destacou os mais de 46 milhões de votos e Alckmin, seus 40 milhões de sufrágios. O petista pediu empenho da militância e Alckmin falou em "fé redobrada".