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29/09/2006 - 00h09

Alckmin e Heloísa Helena trocam farpas

Da Redação
Em São Paulo
Apesar do tom cordial que buscou adotar no debate entre presidenciáveis na "TV Globo", Geraldo Alckmin (PSDB) trocou pequenas farpas com Heloísa Helena (PSOL) quando ambos debateram o tema "energia", no terceiro bloco.

A candidata do PSOL, responsável por fazer a pergunta, lembrou o "apagão" ocorrido durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, do partido do tucano. "É importante explicar, sobre o governo FHC, que estamos discutindo o futuro, quem pode fazer mais pelo Brasil nos próximos quatro anos, e não o passado", disse.

Em seguida, falando sobre a dependência do Brasil das usinas hidrelétricas, criticou a postura do governo Lula com relação à Bolívia e as seguidas medidas de Evo Morales para nacionalizar o petróleo -que geraram conflitos com a estatal Petrobras.

"Já deveríamos ter colocado as termoelétricas para funcionar, porque nossas represas estão com apenas 50% de capacidade. Não coloca porque não tem gás. O governo Lula não tirou do papel nenhum projeto de energia, porque desprestigiou as agências reguladoras. Tivemos um problema com a Bolívia, em que o governo foi submisso. E agora estão esperando passar a eleição para aumentar o preço do gás", disparou.

Na réplica, Heloísa Helena não aproveitou o gancho para atacar o governo petista. Preferiu atirar no tucano. "O Alckmin sempre vem com essa história de atribuir todos os problemas apenas a este governo. E ele sabe que houve 12 anos de desestruturação da infra-estrutura do Brasil. Há uma desordem legal, desde os processos de privatização no governo do seu partido".

Então, Alckmin espetou a candidata do PSOL. "A senadora Heloísa Helena não tem todas as informações. As grandes empresas geradoras de energia no Brasil são todas estatais".

Mais tarde, Cristovam Buarque (PDT) e Alckmin debateram sobre corrupção. E não dirigiram ataques diretos ao presidente. "Quero falar de algo que está por trás de tudo. A gente fala muito da corrupção e não fala da corrupção das prioridades da política. Num país sem água, sem esgoto, sem escola, fazer prédio de luxo com dinheiro público é corrupção. Enquanto este país não voltar a fazer política como uma causa transformadora, não vai mudar nada. É preciso recuperar a ética nas prioridades", disse Buarque.

"Fico feliz com o depoimento do senador Cristovam. Temos um pensamento comum", afagou Alckmin, que em seguida passou a defender compras eletrônicas. "Em São Paulo, economizamos R$ 4 bilhões somente por meio de compras eletrônicas. Precisamos acompanhar as coisas. Hoje, o governo federal não tem controle de custos, avaliação de programas. Não tem dinheiro para investir. Novo conceito de ética é eficiência. Não há governo ético se ele não for eficiente", afirmou Alckmin.